Alvo de uma série de campanhas, o câncer de mama é uma doença de difícil prevenção, por estar ligada ao histórico familiar e aos hábitos de vida. Embora a grande arma seja o diagnóstico precoce, existe uma série de precauções que pode minimizar as chances de desenvolver a doença, que é o segundo tipo mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres. Confira algumas recomendações do oncologista clínico José Alberto Nogueira, chefe do Serviço de Oncologia do Hospital Aristides Maltez (HAM), em Salvador.
Conheça seu corpo – O autoexame é muito importante para conhecer a própria mama. Através do toque, é possível notar alterações no formato, feridas ao redor do mamilo, mudança de cor ou espessura da pele, saliências e secreções. Todas as mulheres devem fazer a partir dos 20 anos de idade, a cada mês. Não descuide dos sinais enviados pelo organismo e consulte um médico.
Mamografia – É o procedimento mais importante para a detecção precoce da doença e não é substituído pelo autoexame, pois sua alta definição é capaz de descobrir tumores de meio milímetro. Ele deve ser realizado anualmente a partir de 40 anos, mas, pacientes com alto risco de desenvolver câncer de mama, devem fazer a partir dos 35 anos, podendo ser associado a outros métodos, como a ultrassonografia.
Fatores de risco – Segundo o especialista, o câncer de mama é resultado da interação de fatores genéticos com o estilo de vida e o meio ambiente: parentes em primeiro grau (mãe e irmã) com câncer de mama, menarca precoce (<12 anos), menopausa tardia (>55 anos), obesidade e ingestão alcóolica excessiva. Cerca de 90 a 95% dos casos são esporádicos e 5 a 10% decorrem da carga hereditária e são de origem familiar.
Estilo de vida – Entre os cuidados para diminuir as chances de desenvolver a doença, José Alberto Nogueira recomenda evitar o sedentarismo, praticar exercícios físicos, dormir bem, fugir do uso indiscriminado de hormônios e do alto consumo de carne vermelha e de alimentos gordurosos. A dica é adotar uma alimentação balanceada, consumo de frutas, hortaliças e legumes, soja em grãos e alimentos ricos em ômega-3.
Sim, tem cura! – O câncer não é uma sentença de morte. Com os diversos tipos de cirurgia, avanço da radioterapia, quimioterapia e hormonioterapia, a cura é uma realidade. Em fase inicial (até 1 cm), existe mais de 90% de chances. Mesmo em fase mais avançada (5 cm ou mais), esse percentual é de cerca de 30%. Quanto mais cedo for detectado, maiores são as chances de êxito.