Hoje, 7 de abril, é celebrado nacionalmente o Dia do Jornalista. Então, nós resolvemos contar um pouco da história do homem que idealizou a Associação Bahiana de Imprensa. Arrisca dizer quem é a figura da foto de capa desta matéria, sem recorrer ao Google?
Thales de Freitas era farmacêutico de formação e proprietário da Farmácia Americana. E, segundo as pesquisas do jornalista Nelson Cadena, diretor de Cultura da ABI, era “um sujeito afável, moderador, talhado para a vida associativa”. Ele não apenas idealizou a ABI como fundou, um ano antes de falecer (1947), o Clube da Imprensa.
Thales lançou junto aos colegas a ideia de retomar a criação do Círculo dos Repórteres, que funcionou dois anos apenas (1903-1905). Diretores e redatores de A Tarde, O Jornal, Diário de Notícias e Imprensa Oficial encamparam a ideia e constituíram comissão para visitar os jornalistas nas suas residências, ou locais de trabalho, que naquele tempo não eram as redações dos jornais.
A comissão se desfez aos poucos, ficando Thales de Freitas praticamente sozinho na tarefa de arregimentar associados.
Atuou na ABI como vice-presidente. Permaneceu na diretoria por 17 anos, ocupando os cargos de vice-presidente e secretário da Assembleia Geral.
Sua produção jornalística estava voltada principalmente para revistas. Foi um dos fundadores da revista A Rua, redator da Gazeta do Povo, dirigiu a Revista Festa e foi colaborador de vários jornais.
Para Cadena, o preconceito o impediu de ser reconhecido como jornalista. “A grande imprensa não foi nem um pouco generosa com ele. Referiam-se a ele como ‘o farmacêutico Thales de Freitas’, enquanto seus colegas eram chamados de ‘jornalistas’ e não pela sua formação profissional específica”, argumenta o pesquisador.
A ABI o homenageou em 10 de setembro de 1947, inaugurando seu retrato. Em 2022, o quadro foi transferido para o Salão Nobre da entidade, ao lado dos retratos dos ex-presidentes da Casa, para fazer justiça a Thales e honrar sua importante contribuição para a história da imprensa baiana.