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Entidades criam indicadores de confiança para distribuição algorítmica de conteúdo

A “Journalism Trust Initiative” (JTI), ou Iniciativa de Jornalismo Confiável, vem sendo desenvolvida desde 2018 pela organização Repórteres Sem Fronteiras e empresas de mídia. O conjunto de dados resultantes deve melhorar a tomada de decisões sobre distribuição e consumo de notícias, tanto por humanos quanto por algoritmos.

A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), que atua na defesa e promoção da liberdade de informação, em parceria com a AFP (Agence France-Presse), a EBU (aliança de mídia de serviço público) e a GEN (associação internacional de editores-chefes), criaram um conjunto de indicadores de confiança do trabalho jornalístico para tempos de distribuição algorítmica de conteúdo online. A “Journalism Trust Initiative” (JTI), ou Iniciativa de Jornalismo Confiável, vem sendo desenvolvida desde 2018 pelas entidades e empresas de mídia.

No início de julho foi lançada uma consulta pública sobre a JTI. Ela será realizada por três meses para contribuir com a elaboração das normas finais. A consulta pública também tem o intuito de estimular a conformidade de meios de comunicação, grandes e pequenos, com os indicadores de confiança do trabalho jornalístico, que incluem o uso de fontes confiáveis de informação e conduta ética e transparente dos jornalistas. A consulta pública será feita tendo como base material elaborado por 120 especialistas.

A versão preliminar da JTI está disponível para download no site do Comitê Europeu de Normalização (CEN). Ela contempla indicadores de transparência, profissionalismo e conduta ética. O documento também fornece um questionário e uma lista de verificação, a fim de informar a distribuição algorítmica de notícias.

Especialistas e público em geral podem dar opiniões e elaborar propostas específicas de emendas a cada uma das 16 cláusulas da JTI. Os meios para fornecer feedback incluem um formulário de comentários já disponível no site do CEN e um endereço de e-mail dedicado [email protected]. Todos os comentários recebidos serão avaliados pelos comitês de redação da JTI e depois incorporados a uma revisão final. Após a publicação final do documento da JTI, no início de 2020, ele será disponibilizado a todos os tipos de meios de comunicação para autoavaliação e auditoria adicional opcional, a chamada avaliação de conformidade.

“Não é complicado definir os princípios básicos de jornalismo. Muitos códigos de ética existem desde que o jornalismo existe. O grande problema é a distribuição algorítmica do conteúdo online, porque amplifica tudo o que contraria essas normas profissionais, como sensacionalismo, rumores, falsidades e ódio”, explica Christophe Deloire, secretário geral da Repórteres sem Fronteiras (RSF). Para ele, as melhores práticas existentes do comércio jornalístico precisam ser aplicadas ao código da Internet. A JTI é o elo perdido entre princípios e métodos jornalísticos, de um lado, e algoritmos do outro”, sintetiza. (Com informações do Portal IMPRENSA)

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