Foi uma longa viagem. 50 anos se passaram e a Tribuna da Bahia a testemunhar e registrar o dia a dia da notícia. Para marcar o cinquentenário, o jornal trouxa na manhã desta segunda-feira, 21, uma edição especial. Numa espécie de retrospectiva, o veículo relembra fatos marcantes, dramáticos e felizes, no cenário político brasileiro – como a alegria na volta das Diretas – as conquistas no esporte, os avanços científicos, o desenvolvimento da Bahia e a consolidação de Salvador como grande metrópole. Tudo isso segue registrado nas 15.708 edições.
De acordo com o presidente do veículo, Walter Pinheiro, também presidente da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), o jornal atravessa o cinquentenário inspirada no espírito empreendedor de Elmano Castro, seu fundador. “Nessas cinco décadas, a Tribuna escreveu em suas páginas importantes capítulos da história dessa Bahia que se transformou a partir dos anos 70, com a inauguração do Polo Petroquímico de Camaçari, dando início ao seu processo de industrialização”, registra o dirigente.
Ele ressalta que, ao longo desse período, a Tribuna acompanhou cada passo do avanço da Bahia e da redemocratização do Brasil. Viu nascer as avenidas de vale e a modernidade chegar a Salvador, com o metrô como instrumento de mobilidade urbana. E, mais recentemente, as novas avenidas a ligar o subúrbio ao litoral norte da cidade e o nascimento do BRT, já com obras avançadas, e o VLT, com obras previstas para o começo dessa nova década.
“O dia de festa não nos permite esquecer tantos e tão queridos amigos e companheiros que nos deixaram ao longo desses 50 anos de jornada. A eles invocamos nossa gratidão por quanto se doaram para fazer a Tribuna que hoje festejamos. Por conta disso, simbolizamos no nome de cinco deles toda a dor da saudade: Quintino de Carvalho, Jairo Simões, Francisco Aguiar, Hélio Roberto Lage e Jânio Lopo”, completou Walter Pinheiro.
Independente
Em entrevista concedida a Osvaldo Lyra, editor de política, e a Paulo Roberto Sampaio, diretor de redação, o empresário, jornalista e escritor Joaci Góes relembrou os momentos mais tensos do jornal, sobretudo o embate com a ditadura militar e com o ex-governador Antônio Carlos Magalhães. Se o periódico tem meio século de vida, mais da metade dele foi dirigido pelo veterano, que até hoje assina uma coluna semanal na TB. Góes afirma que, sob o seu comando, a Tribuna “não aceitou se submeter às vontades” dos governantes de plantão.
“Eu tenho 50 anos para comemorar. Inclusive, os nove primeiros meses, os únicos em que não participei da gestão da Tribuna, também foram objeto de grande alegria, porque a sua criação partiu de um amigo muito querido que eu admirava com todos os valores que possuía, que foi Elmano Castro. E depois, a partir de julho de 1970, estou ligado de um modo ou de outro com a Tribuna da Bahia e extremamente feliz com as diferentes fases que passou”, avalia.
Confira a entrevista no site da Tribuna da Bahia (aqui)
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