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Uso de drones para imagens aéreas exige profissionalismo

Por oferecerem possibilidades incríveis para os profissionais de imagem, esses veículos se popularizaram e viraram febre nacional, mas falta de formação pode provocar acidentes. E mesmo com alguma formação em pilotagem, seu uso exige profissionalismo. 

Sua história com os drones começou entre 2011 e 2012, quando leu em uma matéria a carreira de “Piloto de Drone” listada entre as “profissões do futuro”, relata o produtor em audiovisual Márcio Santos. No mesmo período, ele trabalhou numa campanha política no interior da Bahia e um dos membros da equipe era aeromodelista. A partir de conversas com o colega, seu interesse em tornar-se piloto aumentou. Histórias como a de Márcio ilustram a popularidade e o crescimento do uso de drones. Por oferecerem possibilidades incríveis para os profissionais de imagem, eles viraram febre nacional. Mas não se engane: mesmo com alguma formação em pilotagem, seu uso exige profissionalismo. 

A aeronave de pequeno porte, pilotada de modo remoto, é fruto de atualizações dos Veículos Aéreos Não Tripulados (Vants), utilizados para fins militares desde o período da Guerra Fria. Hoje, seu uso é dividido entre recreativo e profissional, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). O órgão federal responsável por supervisionar e normatizar a atividade de aviação civil no Brasil estabelece padrões rígidos para o uso de drones, para evitar que a falta de experiência com os pequenos voadores provoque acidentes ou situações constrangedoras, até mesmo para pioneiros no assunto. 

Entre voos e histórias 

Márcio Santos trabalha na área de vídeo há 30 anos. Foi o primeiro operador a atuar oficialmente para uma emissora no Carnaval de Salvador utilizando drone, em prestação de serviço para a TV Educativa da Bahia (TVE). Segundo o especialista, uma das principais vantagens que o uso profissional de drones trouxe para a área de cinema e audiovisual foi o custo-benefício. “Antes do drone, para fazer imagens aéreas, tínhamos que alugar um helicóptero. Uma hora de voo custava três mil reais, e mil e quinhentos eram destinados para a mão de obra do cinegrafista com equipamento. Se fôssemos produzir foto e vídeo, precisávamos além de tudo, levar um fotógrafo”, conta. 

Márcio Santos | Arquivo Pessoal

Na época em que começou a se relacionar com os drones, eles ainda eram “muito rústicos”, lembra Márcio. “Era coisa de aeromodelista que já tinha a cultura de montar máquinas voadoras. Em particular, nunca gostei de ficar montando peças, soldas etc. Não era a minha vocação”, acrescentou, em tom de brincadeira. Quando em 2013 foi lançado o Phantom 1, primeiro drone com o conceito “pronto para voar” pela DJI, atualmente líder em vendas no mercado de drones, o produtor adquiriu seu primeiro Vant e passou  a se aventurar na captação de imagens aéreas. 

Moisés Ribeiro | Arquivo Pessoal

Quem teve experiência semelhante foi Moisés Ribeiro, cinegrafista em Vitória da Conquista (BA). Ele adquiriu um drone logo no começo da febre e acabou protagonizando uma história pitoresca: foi atropelado pelo veículo em sua própria casa e guardou um corte como recordação do acidente. “Tentei fazer o primeiro voo dentro do meu quarto. O ambiente é pequeno, quase quebrei minha televisão e como o abracei para contê-lo [o drone], acabei me cortando”, lembra. 

Foto: Reprodução

Em outro episódio, durante a construção do Aeroporto Glauber de Andrade Rocha, inaugurado no dia 23 de julho, em Vitória da Conquista, Ribeiro foi realizar captura de imagem antes da inauguração. Enquanto pilotava o drone, notou uma ventania. O equipamento ficou instável e um engenheiro que trabalhava no local se machucou. O ferimento foi leve, mas ele conta que até a camisa do rapaz acabou rasgada. 

Moisés relata ter sido uma situação constrangedora e a ocasião o fez repensar a utilização do veículo. Agora, ao invés de fazer imagens aéreas através de sua empresa, ele terceiriza o serviço com outros profissionais, já que ele não teve formação com certificação para pilotar, apesar da vasta experiência com outros equipamentos de filmagem.

No próximo bloco desta reportagem, você vai conhecer a situação do mercado de drones e as exigências para se tornar piloto profissional.

*Edição: Joseanne Guedes 

 

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