A Associação Bahiana de Imprensa lamenta a morte do radialista, jornalista e publicitário José Jorge Randam, ícone do rádio e pioneiro da televisão baiana. O ex-vice-presidente da Assembleia Geral da ABI faleceu na manhã desta sexta-feira (24/02), no dia do seu aniversário de 90 anos. A cerimônia de cremação será sábado (25/02), às 15h, no Cemitério Jardim da Saudade.
Declarado admirador de Randam, o jornalista e radialista Ernesto Marques, dividiu com o amigo a paixão pelo rádio. “Fechamos hoje o último capítulo de uma novela muito bonita, um caso de amor pela comunicação, de amor pela família e pela vida, porque isso tudo foi Randam. Por mais que a gente sinta, é alguém que deixou tanta coisa, que não nos dá direito de a gente deixar que a tristeza preencha o coração. Lembrar de Randam sempre com muita saudade e gratidão por tudo o que ele fez até o fim”, disse, emocionado, o presidente da ABI.
Além de expressar gratidão pela convivência e aprendizado com o amigo, ainda no início da profissão, Ernesto manifesta, em nome da instituição, pesar e solidariedade aos familiares.
O presidente da Assembleia Geral da ABI, Walter Pinheiro, relembrou a década de 1960, quando foi inaugurada a TV Itapoan e Randam foi o primeiro apresentador do “Repórter Esso”.
“Com muito talento, ele se tornou ‘imagem padrão’ da primeira televisão baiana. Anos depois, convivi com Zé, na Randam Comunicação e na ABI”, recordou Pinheiro. “O cavalheirismo, bom senso e perspicácia marcaram a sua personalidade. Daí, as saudades que nutrimos pela sua partida. Para a devotada esposa, D. Odete, e filhos, as nossas condolências”, se solidarizou o presidente da Tribuna da Bahia.
Trajetória – José Jorge Randam, ou J.J. Randam, iniciou sua carreira na área da comunicação na década de 1950. Foi locutor, rádio-ator, animou auditório, escreveu programas, atuou no jornalismo. Passou pelas rádios Cultura, Excelsior e Sociedade. Ficou conhecido como a primeira imagem da TV baiana, tendo marcado a primeira fase da TV Itapoan. Enveredou pela publicidade, atuando em agências de expressão no cenário nacional, se tornando mais tarde um dos mais importantes publicitários do país. Foi diretor da Contexto & Arte Editorial, com mais de cem títulos publicados.
Randam foi agraciado com a mais alta comenda da ABI, a Medalha do Mérito Jornalístico, instituída em 7 de agosto de 1985, para homenagear profissionais ou órgãos de comunicação brasileiros que se destaquem na defesa da liberdade de opinião, no combate à discriminação que atente contra a dignidade humana e na luta pelos direitos de cidadania. Ele foi o autor da proposta de criação da outra comenda da entidade, a Medalha Ranulfo Oliveira.