ABI BAHIANA

Ato solene instala retrato de Ernesto Marques na Galeria de Ex-presidentes da ABI

Cerimônia marcou a primeira Reunião Ordinária da nova diretoria e celebrou o legado do jornalista à frente da instituição

Em um momento marcado por emoção e reconhecimento, a Associação Bahiana de Imprensa (ABI) instalou, na manhã desta quarta-feira (8), o retrato de Ernesto Dantas Araújo Marques na Galeria de Ex-Presidentes, na Sala Afonso Maciel. O ato simbólico ocorreu durante a primeira reunião ordinária da nova diretoria e celebrou o legado de um gestor que conduziu a entidade com firmeza, diálogo e espírito coletivo ao longo de cinco anos de intensas transformações.

Ernesto Marques tinha 32 anos quando o saudoso José Jorge Randam o convidou para integrar a Diretoria da ABI. No dia 13 de agosto, o jornalista e radialista conduziu sua última reunião ordinária como presidente-executivo, cargo oficialmente transmitido à jornalista Suely Temporal em 10 de setembro.

A gestão de Ernesto, reconhecida pela modernização e ampliação das frentes de atuação da entidade, consolidou um novo DNA institucional que alia tradição e inovação, reforçando os valores de defesa da liberdade de expressão, valorização do jornalismo e estímulo à cultura, pilares fundamentais da ABI.

Para a presidente Suely Temporal, o ato representou “a união entre gerações no fortalecimento institucional da ABI”, que em 2025 completou 95 anos de atuação em defesa da liberdade de imprensa, da valorização do jornalismo e da preservação da memória da comunicação na Bahia.

A cerimônia reuniu diretores, associados e funcionários, que destacaram a contribuição de Ernesto Marques para o fortalecimento da ABI e para a defesa do jornalismo livre e responsável. O ex-presidente foi aplaudido ao entrar na Sala Afonso Maciel, em um gesto de reconhecimento coletivo pelo trabalho desenvolvido.

“Não é só uma foto. É um símbolo de passagem”

Visivelmente emocionado, Ernesto Marques afirmou que a instalação de seu retrato, feito pelo fotojornalista Manu Dias, seu amigo, representa o encerramento de um ciclo, mas a continuidade de um projeto coletivo:

“Eu fiquei muito feliz porque sempre dizia, desde que fui reconduzido, que a minha meta era ocupar aquele lugar ali [o retrato na Galeria]. Fiz um compromisso com Florisvaldo Matos, meu vice-presidente à época, de não me perpetuar. Hoje, ao ver o quórum da reunião e a vitalidade da nova diretoria, fiquei ainda mais convicto de que as coisas estão acontecendo como devem acontecer.”

Retrato feito pelo fotojornalista Manu Dias

O jornalista destacou o simbolismo do gesto e a importância de preservar a memória institucional:

“Ir para a parede tem muitos significados. É o fim de um ciclo e a abertura de outro. Fico muito honrado por estar ali, agora apenas como associado da ABI e gosto muito disso. Espero que mais pessoas se sintam parte, que compreendam a importância de preservar este espaço, de cuidar das vidas e das histórias que construíram a entidade.”

Em tom reflexivo, Ernesto fez um paralelo entre memória e permanência, lembrando que o ato de registrar e valorizar o passado é também uma forma de garantir o futuro:

“Nada se dissipa. Tudo o que foi feito aqui precisa ser guardado. A preservação da memória é tão importante quanto a manutenção da vida de quem está aqui hoje. Porque todos nós, um dia, também seremos passado.”

Ao comentar sobre sua trajetória e o simbolismo da foto escolhida, o ex-presidente ressaltou a representatividade dos profissionais que, muitas vezes, não aparecem nos registros oficiais da história:

“Sou um jornalista e radialista de chão de fábrica, colocado ao lado de grandes figuras da imprensa. Mas é importante lembrar que todos somos parte dessa história, inclusive os anônimos, os autodidatas, os que ficam invisíveis. São eles que mantêm o jornalismo vivo.”

Ernesto mencionou ainda figuras emblemáticas lembradas pelo projeto Memória da Imprensa, da ABI, e destacou a importância de ampliar o olhar para além dos “medalhões”:

“A gente precisa contar as histórias das pessoas que fizeram o dia a dia das redações – motoristas, linotipistas, fotógrafos, repórteres. O Batatinha, por exemplo, linotipista e poeta, foi um precursor do copy desk. É um exemplo de como o jornalismo é feito por muitas mãos e de que todas elas são fundamentais.”

Encerrando sua fala, Ernesto expressou otimismo com o novo ciclo que se inicia na ABI:

“Cumpri a minha tarefa e fico feliz de estar aqui hoje como associado, participando como todo mundo deve participar. Tenho certeza de que esse novo momento, com gente jovem e atuante, vai dar continuidade a esse movimento de renovação e pertencimento que a ABI vive.”

Legado

Nascido em Ipirá (BA), Ernesto Dantas Araújo Marques é radialista e jornalista formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Atuou como repórter nas principais emissoras comerciais de Salvador e na imprensa sindical. Foi assessor parlamentar, assessor de imprensa do governador Jaques Wagner e secretário de Comunicação de Vitória da Conquista, na gestão do prefeito Guilherme Menezes. Também presidiu o Sindicato dos Trabalhadores em Rádio, Televisão e Publicidade e integra a diretoria da ABI desde 2002.

Com a inclusão do retrato de Ernesto Marques, a Galeria de Ex-Presidentes da ABI se amplia, preservando a memória e reafirmando o compromisso da instituição com a valorização de sua história e dos profissionais que a constroem.

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