Na manhã desta sexta (08) o auditório da Associação Bahiana de Imprensa sediou uma coletiva de imprensa com o embaixador de Cuba no Brasil, Rolando Antonio Gómez Gonzáles. O encontro reuniu comunicadores, representantes sindicais e integrantes de movimentos sociais. Organizado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e pelo Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro), por solicitação do Sinjorba – Sindicato do Jornalistas da Bahia -, o evento teve como objetivo conversar sobre a atual conjuntura política e social da ilha, “para contribuir com o debate político e colaborar para a formação de uma sociedade mais justa e mais fraterna”, segundo os realizadores.
Na abertura da coletiva, o jornalista Luís Guilherme Pontes Tavares, 1º vice-presidente da ABI, saudou o embaixador e os colegas participantes. A mesa foi composta pelo jornalista Moacy Neves, presidente do Sinjorba, Gerson Castellano, diretor de Relações Internacionais e Setor Privado da FUP, e Ivone Souza, representante da Associação Cultural José Martí – uma entidade que, de acordo com o seu perfil oficial no Instagram, “desenvolve ações de solidariedade a Cuba e aos povos oprimidos”.
Rolando Gómez abordou o atual panorama político, social e econômico de Cuba, assim como sua situação no cenário geopolítico. Ele ressaltou os desafios impostos pela pandemia de Covid-19, pelas pressões internacionais e os constantes embargos econômicos. “O efeito da pandemia e as carências e dificuldades econômicas provocadas pela asfixia econômica do bloqueio repercute em nosso sistema de saúde, em nosso serviço elétrico, nos alimentos e nos medicamentos, no desabastecimento e nos preços”, afirmou.
Segundo ele, apesar das dificuldades, os ideais continuam vivos. “Esses momentos difíceis nos serviram para ampliar e melhorar as trocas entre as lideranças do país e, principalmente, do presidente Miguel Diaz-Canel [ex-vice-presidente de Raúl Castro] com o povo e para voltar a perceber a prioridade que deve ser a de ouvir o povo, dialogar com ele, buscar respostas e soluções”, contou. “Já vivemos momentos piores e saberemos enfrentar o atual. Trabalhamos no enfrentamento das dificuldades, na pandemia do Covid e no bloqueio. Continuaremos trabalhando em nossa resistência vitoriosa”, comentou o embaixador.
Após a sua fala, os jornalistas e demais convidados puderam fazer perguntas, que abordaram temas como as manifestações ocorridas em julho deste ano, motivadas pela crise sanitária e econômica durante a pandemia. “No dia 11 de julho, os inimigos da ‘revolução’ [Revolução Cubana] aproveitaram-se de uma situação complexa para incitar um conjunto de insatisfações e o vandalismo, e sabe-se que muito dinheiro correu por trás de tudo isso. Mas aquele dia foi uma nova vitória da revolução. Eles tentaram derrubar a Revolução, mas o povo saiu às ruas para a defender”, completa.
Rolando Antonio Gómez Gonzáles desembarcou na quinta-feira (7) em Salvador, onde cumpre uma extensa agenda com autoridades locais do executivo baiano e movimentos sociais e sindicais, permanecendo na capital baiana até o domingo (10). A programação do embaixador em Salvador inclui ainda uma visita marítima neste sábado (09) à Refinaria Landulpho Alves e ao terminal Madre de Deus, uma visita guiada ao Centro Histórico de Salvador e a um projeto social, no Pelourinho.
*Larissa Costa, estudante de Jornalismo, estagiária da ABI.
Edição: Joseanne Guedes