O livro Infância com bicho e pesadelos (e outras histórias), de Cyro de Mattos, foi o vencedor do Prêmio Casa de las Americas 2023, na categoria literatura brasileira.
Os escritores e críticos brasileiros Mário Araújo e Clara Dias, junto à crítica cubana Ingrid Brioso Riemont, integraram a comissão julgadora dos livros de ficção publicados em português, entre 2020 e 2022, e pontuam que “por ser um livro que absorve o leitor por suas narrativas poéticas de uma leveza perturbadora, que cativa o leitor, e que revela um surpreendente domínio da linguagem, o volume tem qualidade literária única que reflete a maturidade do autor.”
O livro foi publicado pela Coleção Mestres da Literatura Baiana, uma parceria entre a Assembleia Legislativa do Estado da Bahia e a Academia de Letras da Bahia. Além do escritor Cyro de Mattos, a coletânea reúne contos e novelas, da qual fazem parte livros dos autores Hildegardes Viana, Vasconcelos Maia, Hélio Pólvora, Wilson Lins, Afonso Manta, Ruy Espinheira Filho, Guido Guerra, Osório Alves de Castro, Gláucia Lemos e outros.
Cyro de Mattos nasceu em Itabuna, no Sul da Bahia, é autor de 65 livros pessoais, de diversos gêneros. Publicado também em Portugal, Itália, Espanha, França, Alemanha, Dinamarca, Rússia, México e Estados Unidos. Conquistou o Prêmio Afonso Arinos, da Academia Brasileira de Letras, em 1970, com Os Brabos, novelas, Menção Honrosa do Jabuti em 1988, com Os Recuados, contos, e o Prêmio de Romance do Pen Clube do Brasil, com Os Ventos Gemedores, em 2017. Membro das Academias de Letras da Bahia, de Itabuna e de Ilhéus. Primeiro Doutor Honoris Causa da Universidade Estadual de Santa Cruz (Sul da Bahia). Foi distinguido com a Medalha Zumbi dos Palmares da Câmara de Vereadores de Salvador. Também premiado em Portugal, Itália e México.
Escritor premiado, publicado em oito idiomas, Cyro de Mattos reúne no livro “Infância com Bicho e Pesadelo” as histórias: Infância com Bicho e Pesadelo, Ladainha nas Pedras, Inocentes e Selvagens, Coronel, Cacaueiro e Travessia, O Cavaleiro Vingador contra o Mandão da Crueldade, Restos da Mata, Pelas Águas, Os Recuados, Pai, Filha, Berro de Fogo, As Ligações do Padre com a Vizinha e Todo o Peso Terrestre.
Heloísa Prazeres, primeira secretária da ALB, destaca a importância do prêmio para o acadêmico e para a instituição. A acadêmica lembrou que o Prêmio Literário Casa das Américas já foi conquistado pelos brasileiros Oduvaldo Viana Filho, Ziraldo, Chico Buarque de Holanda, Nélida Piñon, Ledo Ivo, ngela Leite, Maria Valéria Rezende, Rubem Fonseca, Moacyr Scliar e Silviano Santiago, entre outros. “Ao recebê-lo, o já consagrado escritor baiano carrega consigo a humanidade da alma brasileira em pleito por verdades pelas quais lutamos e trabalhamos em defesa. A premiação nos eleva, em orgulho e extensiva admiração pelo trabalho deste escritor referencial, que impacta a vida de tantos, do país e do Continente.”
Premiação – As obras Mesmo sem saber pra onde, de JR Bellé, e Máquina rubro-negra, de Gustavo Castanheira, receberam as menções honrosas da categoria.
Na categoria Contos, foi premiado o livro Todos somos islas, de Luis Felipe Núñez Mestre (Colômbia). Después del incendio (Papeles de guerra: Venezuela 2017-2021), de Eduardo Ernesto Viloria Daboín (Venezuela), venceu na categoria Testimonial,
O prêmio honorário de poesia José Lezama Lima foi entregue para outro escritor venezuelano, Gustavo Pereira, pelo livro Diario de las revelaciones, “por se tratar de um projeto ambicioso que atravessa gêneros e assimila o poético a formas e expressões esquivas, e pelo modo com que trabalha o enciclopédico”.
O prêmio literário é concedido pela Casa de las Américas de Havana, Cuba, desde 1960, sendo um dos mais antigos e prestigiados da América Latina, e é concedido a obras em espanhol, português, inglês e francês de escritores da América Latina e do Caribe.
Informações da Redação PublishNews e ALB.
