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Jornal do Brasil retorna às bancas depois de oito anos sem edição impressa

O Jornal do Brasil retornou às bancas depois de oito anos sem edição impressa. Segundo informações publicadas no site do JB, por volta das 11 horas deste domingo (25) todos os 40 mil exemplares já estavam esgotados. A partir de agora a tiragem será de 20 mil diários. A edição especial, com quatro cadernos, trouxe depoimentos de antigos jornalistas, de personalidades e autoridades, relembrou artigos, reportagens e fotografias históricas e premiadas do JB, e apresentou a nova equipe de editores e colunistas.

A capa do Jornal do Brasil também fez sucesso na internet e nas redes sociais. Com a imagem do Cristo Redentor assinada por Ziraldo, o jornal estampava em sua primeira página um artigo sobre a sua volta às bancas, a situação econômica do Rio e também a crise de violência que a cidade enfrenta.

Fundado em 1891, o “JB” marcou a modernização do jornalismo brasileiro a partir de 1959. Para o presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Domingos Meirelles, 25 de fevereiro tornou-se “um grande dia para todos nós”. A primeira edição que marcou a volta do Jornal do Brasil está disponível no formato digital e pode ser acessada aqui.

Redação

Segundo o diretor de Redação, Gilberto Menezes Côrtes, serão cerca de 30 jornalistas. Contando colunistas e outros, o “time total” chega a 50, “jornalistas muito experientes, que abraçaram a causa”, diz Peres. Eles vão responder por reportagens especiais, artigos e colunas, que se somarão à edição, “para dar a cara do ‘Jornal do Brasil’”, do material fornecido por agências como Estado e France Presse e o jornal esportivo “Lance”.

Mais do que na produção de conteúdo, o jornal vai economizar com impressão e distribuição, que ficarão a cargo da Infoglobo no Rio e do “Jornal de Brasília” para a pequena tiragem na capital federal (2.000). Em São Paulo, só estará disponível nos aeroportos.

O site do “Jornal do Brasil”, mantido nestes oito anos por outra redação, também estreia novo formato. Peres decidiu deixar o portal Terra, onde está abrigado, mas ainda definiu novo destino. O que está mais adiantado é o lançamento da JB-TV, que “é um outro produto, não tem nada a ver com o jornal impresso, nada a ver”, diz. “É outro time, vai ser feito por jovens que são hoje linkados à internet.”

Negócios

O “Jornal do Brasil” volta a circular com um plano de negócios inesperado. “Vamos focar as bancas”, diz o empresário à frente do relançamento, Omar Resende Peres, 60. Ele diz que a tiragem será de 50 mil exemplares no primeiro dia e, ao longo do mês seguinte, para testar a recepção dos leitores, de 20 mil exemplares diários, sete dias por semana. O preço de capa será de R$ 5, em formato standard.

Publicidade e assinaturas não serão prioridade. “O nosso plano de negócios foi todo realizado para a venda de bancas”, diz, citando uma pesquisa que levantou “um potencial de 50 mil a 100 mil leitores por dia” no Rio. Assinaturas, inclusive para a versão digital, podem ser implementadas no futuro. E o jornal já tem um departamento de publicidade, com seis profissionais, mas o eventual retorno “será lucro”.

“O mercado no Rio está muito machucado, em decorrência da crise que estamos vivendo”, diz Peres. “Agora, nós temos que viver de banca.”Ele reconhece que parece estar “na contramão da história”, mas lembra que não é “um neófito”, tendo sido proprietário de uma afiliada da Globo e de um jornal em Juiz de Fora (MG). “E eu estou relançando o ‘Jornal do Brasil’, que é uma marca icônica no Rio e ainda tem um mercado relevante”, diz. “O ‘Jornal do Brasil’ ainda está vivo nas pessoas do Rio. Eu acredito nisso, nesse patrimônio.”

Confira o vídeo “Leitores celebram a volta do JB”:

*Informações da Associação Brasileira de Imprensa (ABI)

 

 

 

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