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Rádio baiano está de luto pelo falecimento de Milton Santarém

O técnico em eletrônica e radialista foi um dos fundadores da Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (Irdeb) e da Rádio Educadora

A Associação Bahiana de Imprensa lamenta a morte do técnico em eletrônica e radialista Milton Santarém. Prestes a completar 90 anos, em 5 de julho, o baiano partiu nesta terça-feira (25), deixando enlutado todo o segmento no estado. Santarém esteve à frente da montagem de equipamentos de transmissão que possibilitou a fundação do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (Irdeb) e da Rádio Educadora, em março de 1978. O sepultamento aconteceu nesta quarta-feira, no Cemitério Campo Santo, no bairro da Federação, em Salvador.

Santarém viveu uma época em que não havia registro profissional nem Lei do Radialista e esteve entre os valorosos radialistas fundadores, em meados dos anos 50, da associação que originaria o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e de Publicidade no Estado da Bahia (Sinterp), tendo integrado a diretoria desta entidade em duas gestões. Existiam apenas três emissoras: a Rádio Sociedade, a Rádio Excelsior e a Rádio Cultura, na qual trabalhava Milton Santarém, então com menos de vinte anos e atuando como assistente de operador.

“Ele não era só uma referência para gerações e gerações de técnicos de rádio. Santarém já era uma lenda do rádio baiano”, afirma Ernesto Marques, presidente da Associação Bahiana de Imprensa, durante a apresentação do programa “Isso é Bahia”, da rádio A Tarde FM. 

Segundo registrou a matéria do jornal A Tarde, Milton Santarém foi apelidado de “bruxo da eletrônica” pelo saudoso historiador Cid Teixeira, “em referência à sua sabedoria intuitiva”, responsável por levar ao ar a rádio pública, tendo sido reconhecido com um troféu em seu nome.

Milton Santarém com o filho Renato | Foto: Reprodução/Instagram

Ernesto Marques destacou o papel da família Santarém na comunicação baiana. “O irmão, os filhos, são gerações sucedendo, escrevendo juntos e ao lado de locutores, que são as estrelas, sempre as figuras mais conhecidas, esses caras aprenderam a gostar de fazer o milagre do rádio, da técnica. Às vezes, os improvisos quase mágicos para fazer uma transmissão acontecer e curtindo o anonimato”, observou.

O radialista se solidarizou com familiares e amigos do colega. “A gente se despede com muita saudade, mas sobretudo com muita alegria por ter conhecido, convivido com esse ícone do rádio baiano. Um abraço para toda a família, para todos os colegas, especialmente os colegas do Irdeb, que tiveram o privilégio de conviver com ele durante muito tempo.Todos se despedindo dessa gigantesca figura do rádio baiano.”

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