ABI BAHIANA

Secom e Secult debatem ações para valorizar o Edifício Ranulfo Oliveira

Em visita ao edifício-sede da ABI, representantes de secretarias municipais reconheceram a importância do local para a preservação da memória e da cultura

Na tarde desta quarta-feira (6), a Associação Bahiana de Imprensa recebeu a visita da secretária municipal de Comunicação, a jornalista Renata Vidal, e do subsecretário de Cultura e Turismo de Salvador, Walter Pinto Junior, representando o secretário Pedro Tourinho. Durante o encontro, os gestores públicos discutiram estratégias para valorizar e preservar o edifício-sede da ABI, na Praça da Sé. 

Os jornalistas Ernesto Marques, presidente da ABI, e Raimundo Marinho, diretor de Patrimônio, apresentaram o Edifício Ranulfo Oliveira, narrando episódios marcantes de sua história (saiba mais aqui), além de demarcar sua importância para a memória e a cultura baianas. O Ranulfo já foi sede do plenário da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia, nos anos 60, abrigou órgãos do poder público, principalmente da gestão municipal, como a Transalvador e a Secretaria de Habitação. Atualmente, tem a Prefeitura Bairro Brotas/Centro instalada no andar térreo, contribuindo para a prestação de serviços à comunidade, a Secretaria de Comunicação e parte da Secretaria de Governo.

Renata Vidal e Walter Pinto foram guiados em um tour pelos equipamentos culturais da Associação: o Auditório Samuel Celestino, a Biblioteca Jorge Calmon e o Museu de Imprensa. Um local chamou a atenção da secretária: o sexto andar do Ranulfo. O pavimento conta com um amplo auditório e um painel de vidrotil por formas retangulares de cores diversas. Trata-se da obra de Mário Cravo Júnior, que venceu o concurso público promovido pela ABI para cobrir o imenso volume curvo ostentado pela fachada do edifício.

Vidal expressou seu desejo de apoiar a conservação do local. “A minha intenção é que a gente abrace isso, Secult e Secom, ao entender e ser sensível ao caso. Não podemos permitir que um espaço como esse seja utilizado para qualquer coisa que não seja ligada à memória”, afirmou.

Para Walter Pinto, as instalações do Edifício Ranulfo Oliveira guardam a memória da cidade, servindo como um equipamento para entender melhor a história de Salvador. “É importante ver como vocês aqui podem narrar a história da cidade, no coração dela, passando pelo Centro Histórico”, analisou, pensando no papel da ABI como um vetor de cultura para os soteropolitanos. “Faz total sentido a gente pensar como esse equipamento se torna vivo para nossa sociedade”.

Não por acaso, o local é frequentemente procurado por pesquisadores das mais diversas áreas. O Ranulfo é um verdadeiro manifesto da arquitetura moderna, se utilizando de boa parte do repertório corbusiano e da escola carioca, como a planta e a fachada livres, os pilotis, as janelas contínuas, o terraço-jardim e os cobogós. 

Ernesto Marques relembrou a história do edifício e a mobilização para construí-lo, por meio da “Campanha do tijolo”, com o apoio do governo do Estado, da Prefeitura, da Assembleia Legislativa, do interior do Estado e de outros Estados. “As doações vieram de toda parte. Eu chamo isso aqui de um ‘edifício-museu’, porque ele tem muita história. A construção durou quase 20 anos, entre começar a arrecadar a grana e terminar a obra.”

Foto: Fábio Marconi

Recentemente, o Ranulfo vem passando por adequações estruturais importantes para garantir a segurança e o bem-estar do público que transita diariamente por suas dependências. As obras de modernização do prédio já resolveram problemas severos como a troca das instalações de água e esgoto; a intervenção no subsolo – para a instalação de uma subestação de energia e atualização de todas as instalações e dispositivos de segurança -; o reforço no sistema de videomonitoramento, com a instalação de mais câmeras; e a implantação do Plano de Combate à Incêndios, homologado pelo Corpo de Bombeiros. A ABI segue trabalhando para viabilizar outros projetos, principalmente na área externa e na fachada.

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