ABI BAHIANA

Tuzé de Abreu apresenta seu “Pupurriaçu” na Série Lunar

Quem esteve na Série Lunar de hoje, 24/04, mergulhou no universo criativo de Tuzé de Abreu, testemunhando a sua leveza, bom humor e irreverência. Estreante no projeto, o cantor, compositor e instrumentista trouxe um bloco de tirar o fôlego. Foram mais de trinta músicas pensadas para voz e violão, num grande pot-pourri chamado por ele de “Pupurriaçu”.

O nome “Pupurriaçu” vem de uma brincadeira entre o termo francês “pot-pourri”, conhecido no meio musical como um agrupamento de obras diferentes no mesmo bloco, enquanto “açu” significa “grande”, no idioma tupi-guarani. A explicação sobre o nome da intervenção – que ele prefere chamar de “autoanálise” – foi uma das muitas trocas entre o músico e o público.

Foto: Arisson Marinho

Em uma noite regada por boas histórias e reencontros, Tuzé arrancou risadas, contou curiosidades sobre a carreira e as parcerias com grandes nomes da música baiana e brasileira, como João Gilberto. “Eu gostei porque tinha muitos amigos queridos na plateia. Quando a gente olha assim, se sente seguro”, afirmou o músico, assistido pela esposa, a artista Greice Carvalho, e por sua filha Rosa Abreu.

Entre os espectadores estavam o pianista e professor Paulo Gondim, sua filha Teca Gondim, vice-diretora da Escola de Música da UFBA, ao lado do marido, o flautista Tota Portela.

Foto: Arisson Marinho

Tuzé demonstrou surpresa com o local do evento e agradeceu o convite. “Vocês me deram um presente esta noite. Essa vista maravilhosa. Eu tenho 76 anos e não conhecia esse lugar”, disse, admirado.

Foto: Arisson Marinho

O repertório combinou elementos da canção popular, com performances a até declamações sobre temas da atualidade, fazendo vibrar o público presente no Auditório Samuel Celestino, no 8º andar da Associação Bahiana de Imprensa. Ele tocou músicas gravadas por nomes como os Doces Bárbaros, Moraes Moreira, Luiz Melodia, Chico Buarque, Caetano Veloso, e outros expoentes.

Quando Tuzé quis saber se a plateia estava gostando da apresentação, a professora Fátima Santiago, integrante do coro cultural do programa Neojiba, respondeu:

“Se o público é inteligente, ele gosta. Suas letras são inteligentes, nos faz refletir sobre a vida, sobre o cotidiano”

Fátima Santiago, professora

“É muito emocionante assistir esse cara. Ele fez uma sequência musical espetacular”

Clarindo Silva, jornalista e agitador cultural

A Série Lunar, fruto da parceria entre a ABI e a Escola de Música da UFBA, promove concertos mensais com professores, servidores do corpo técnico-administrativo e alunos vinculados à Emus. O projeto acontece sempre em noite de lua cheia, proporcionando uma vista privilegiada para o Centro Histórico de Salvador, com boa música e um público participativo.

A apresentação foi viabilizada pelo patrocínio do Centro de Estudos Jurídicos Vivaldo Amaral (CEJVA), já que, em busca de equilíbrio econômico-financeiro, a ABI suspendeu os eventos culturais e readequou o expediente de sua sede, na Praça da Sé. A entidade busca apoio para realizar as próximas edições da temporada 2024.

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