O lançamento da Revista Memória da Imprensa, neste sábado (28), contou com um momento de grande emoção e arte, com a realização de um tributo ao jornalista e professor Jorge Ramos, falecido em abril deste ano. Em forma de jam session, o evento reuniu amigos, familiares e colegas de profissão para celebrar a vida e o legado deste grande nome da comunicação baiana e que teve atuação tão marcante na diretoria da Associação Bahiana de Imprensa.
Sob a batuta da talentosa Rita Tavarez e banda, o som trouxe participações especiais de Suely Temporal, 2ª vice-presidente da ABI, Borega, Manu Dias, e outros músicos que também compartilham a paixão pela cultura e pela história da Bahia, tanto quanto Jorge.
O encontro, que transbordou criatividade e emoção, foi um reflexo daquilo que Jorge Ramos sempre representou para quem o conhecia: uma fonte inesgotável de alegria, gentileza e generosidade. Entre os presentes, estavam sua esposa Aninha Ramos e seus filhos Diego e Desirée, que, visivelmente emocionados, acompanharam cada homenagem musical, rodeados de amigos e colegas que tiveram suas vidas marcadas pela convivência com “Jorginho”, como ele era carinhosamente chamado.
A presença daqueles que caminharam ao lado de Jorge em suas diversas contribuições para instituições como a UFBA, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia (Sinjorba), o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB), e o Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (Irdeb) reforçou o quanto ele foi uma peça essencial na história da comunicação baiana.
Nascido em Ipirá, com um amor profundo pelas histórias e tradições da Bahia, especialmente do Recôncavo Baiano, Jorge deixou sua marca por onde passou, desde o extinto jornal Diário de Notícias até as TVs Bandeirantes, Aratu, Bahia, Santa Cruz e Educativa. Seu legado literário também é notável, com a publicação do livro O Semeador de Orquestras – História de um Maestro Abolicionista, que narra a trajetória do maestro baiano Tranquilino Bastos, um tributo à música e à história da Bahia.
O evento foi um encerramento à altura da grandiosidade da vida de Jorge Ramos, unindo música, memória e amizade, uma verdadeira celebração à sua trajetória e àquilo que ele mais prezava: a conexão humana. A Revista Memória da Imprensa ganha ainda mais significado ao ser lançada com esse tributo, reforçando o quanto a história de Jorge continuará viva naqueles que tiveram a sorte de compartilhar de sua presença.
Em nome da família, Diego Ramos agradeceu a homenagem dedicada ao pai. “Agradeço aos amigos, jornalistas e artistas, que também estão fazendo essa homenagem que tanto nos envaidece. Meu pai vive dentro do meu coração, no coração da família e dos amigos.”
E aproveitou para fazer um pedido. “Quem não for filiado à ABI, venha se filiar, venha participar dessa instituição quase centenária. Vai contribuir para o fortalecimento da democracia e do jornalismo. Se filie também ao Sindicato dos Jornalistas e ao Instituto Geográfico e Histórico da Bahia. Essas instituições precisam do apoio de vocês, em especial dos mais jovens”, enfatizou.
Aninha Ramos, viúva de Jorginho, falou da alegria em participar do tributo, ao lado de tantos amigos. “Jorge era isso, leveza. Ele aproveitava vida, porque a vida é curta. E a gente está aqui para um sopro, mas ele não deu um sopro. Ele viveu esse sopro intensamente até ir embora. Então, eu só fico feliz e não vejo tristeza na passagem de Jorge, não”, declarou.
Um culto à memória
“Eu e Jorginho vivíamos muito em função de memória. A gente sempre disse que sem passado não temos futuro. Sem o passado não tem o presente. Jorginho era isso. Então, hoje vim aqui à ABI ver essa homenagem lindíssima, encontrar colegas que eu que circulo muito não via seguramente há uns 10 anos. Isso é muito emocionante, muito importante”, afirmou a jornalista Olívia Soares.
Ela destacou o trabalho realizado pela ABI por meio do projeto. “Essa coisa da memória que a ABI está fazendo merece aplausos não só do jornalista, mas de toda a sociedade baiana. Foi linda a homenagem a Jorginho, foi lindo ver Lady Eva, Raimundo Machado, Vita, Paolo, Tasso e os jovens também se misturando, fazendo história, lembrando do passado e fazendo o presente”, complementou Olívia.