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ABI e UniRuy discutem ações após assalto ao Museu Casa de Ruy Barbosa

A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) recebeu representantes do Centro Universitário UniRuy | Wyden (antiga Faculdade Ruy Barbosa), para definir medidas a serem adotadas depois do assalto ao Museu Casa de Ruy Barbosa, no final de setembro. As instituições possuem um convênio para administrar o equipamento cultural desde 1998. Na reunião, foram abordadas a situação do imóvel localizado no Centro de Salvador e sua vulnerabilidade, bem como ações para reinserir o espaço no circuito cultural.

A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) recebeu representantes do Centro Universitário UniRuy | Wyden (antiga Faculdade Ruy Barbosa), na manhã da última sexta-feira (19/10), para definir medidas a serem adotadas depois do assalto ao Museu Casa de Ruy Barbosa, no final de setembro. As instituições possuem um convênio para administrar o equipamento cultural desde 1998. Na reunião, foram abordadas a situação do imóvel localizado no Centro de Salvador e sua vulnerabilidade, bem como ações para reinserir o espaço no circuito cultural.

O presidente da ABI, Walter Pinheiro, fez um breve histórico da edificação onde nasceu o jurista baiano Ruy Barbosa (1849-1923) e do seu ingresso no patrimônio da ABI, em 1935. Ele também recapitulou o início das relações com a Faculdade Ruy Barbosa e salientou a necessidade de fortalecer a parceria. O dirigente ponderou que, em face do primeiro turno das Eleições 2018, as investigações do crime possam ter sido prejudicadas, mas ressaltou a esperança de reaver as peças furtadas do museu.

O reitor do UniRuy, professor Hubert Soares, falou sobre a progressão da faculdade para centro universitário e destacou a relevância da Casa de Ruy para a instituição. “Sempre teve importância para nós. Até aqui, mantivemos o acordado, que era a limpeza e a segurança”. Ele lembrou o fato de os vigilantes contratados pelo UniRuy para a guarda patrimonial não estarem no local quando ocorreu o crime. “Ficamos tristes que o incidente tenha acontecido por uma falha de nossos funcionários, agora ex-funcionários, porque eles foram desligados por justa causa”, lamentou o reitor, que esteve acompanhado da pró-reitora administrativa/operações do UniRuy, Eliana Martins.

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O diretor de Patrimônio da ABI, Luís Guilherme Pontes Tavares, lastimou a demora na conclusão das investigações para localizar e recuperar as demais peças roubadas do acervo. Até agora, apenas um dos bustos voltou para a ABI, através do dono de um ferro-velho que viu reportagem sobre o furto e procurou a polícia para devolver a obra. “Existem digitais, receptador identificado, depoimentos dos funcionários e diversas pistas dos criminosos. Por que não se chega a uma informação concreta?”, questionou o diretor. Segundo ele, a ABI vai elaborar um pedido de tombamento do imóvel ao Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC). No momento, o imóvel tem a proteção nacional por causa da sua localização no sítio histórico de Salvador. Nenhuma intervenção pode ser realizada sem a permissão do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

De acordo com a museóloga da ABI, Renata Ramos, um relatório sobre o caso foi enviado ao Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), órgão vinculado ao Ministério da Cultura (MinC) e responsável pela Política Nacional de Museus (PNM). No documento, a ABI disponibiliza todas as informações para que as peças sejam incluídas no Cadastro Brasileiro de Bens Musealizados Desaparecidos (CBMD). A base de dados on-line, de acesso público, reúne informações de bens, de caráter museológico, arquivístico e bibliográfico, desaparecidos dos museus brasileiros e/ou declarados de interesse público.

Novo ciclo

Segundo Hubert Soares, a primeira medida nessa nova etapa da parceria entre as instituições será a instalação de sistema de monitoramento e gravação por câmeras no interior e no exterior do Museu Casa de Ruy Barbosa. Depois, o foco será dar utilidade ao equipamento, que está fechado para visitação. “Queremos revitalizar a casa, promover visitas, aproveitar os espaços”, ressaltou.

O diretor de Cultura da ABI, Jorge Ramos, defendeu que seja feito um levantamento sobre todas as atividades realizadas desde a assinatura do convênio, para futura elaboração de um plano diretor para a Casa. Entre as ações para movimentar o museu, ele sugeriu a formação de uma equipe interinstitucional, a fim de construir e executar um programa para as comemorações dos 170 anos do nascimento de Ruy Barbosa, em 05 de novembro de 2019.

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