ABI BAHIANA

CPMI das Fake News é tema de debate na ABI

O evento ocorreu no auditório da Associação Bahiana de Imprensa (ABI) e contou com a presença do presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Fake News, o senador Angelo Coronel e da relatora, deputada federal Lídice da Mata.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia (Sinjorba) realizou na manhã desta sexta-feira (20), com apoio da Associação Bahiana de Imprensa (ABI) e Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Facom/UFBA), o debate “Contra a pior fake news, o bom jornalismo”. O evento aconteceu no auditório da ABI e contou com a presença do presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Fake News, o senador Angelo Coronel, e da relatora, deputada federal Lídice da Mata. Também participaram do debate, o presidente do Sinjorba, Moacy Neves, o presidente da ABI, Walter Pinheiro, e a diretora da Facom, Suzana Barbosa.

A Comissão mista é composta por 15 senadores e 15 deputados, e terá 180 dias para investigar a criação de perfis falsos e ataques cibernéticos nas diversas redes sociais, com possível influência no processo eleitoral e debate público. De acordo com o requerimento, a prática de cyberbullying contra autoridades e cidadãos vulneráveis, e o aliciamento de crianças e adolescentes para o cometimento de crimes de ódio e suicídio também serão investigados.

Walter Pinheiro, presidente da ABI, destacou a importância de entender, analisar e combater as fake news. “Nós estamos acima de tudo buscando a verdade, sem esta preocupação não existe imprensa, sem imprensa não existe democracia, não existe a evolução da própria sociedade. Quando nos deparamos com esses problemas nos dias de hoje, precisamos entender que isso é uma chaga da sociedade moderna. A divulgação das mentiras para desqualificar pessoas ou instituições vem ganhando um peso expressivo. Somo privilegiados porque houve a instalação da CPMI que está ouvindo a sociedade e jornalistas. Estamos numa atitude prévia para que possamos levantar as dúvidas e oferecer as contribuições”, disse.

A diretora da Facom, Suzana Barbosa, chamou atenção para relatórios de institutos internacionais que mostram o uso das redes sociais no Brasil. Ela também ressaltou o esforço da Universidade em entender e combater as notícias falsas. “Entre os países mais populosos do mundo, o Brasil vem se destacando pelo uso do Whatsapp, e o compartilhamento de notícias falsas traz questionamentos sobre a legitimidade e credibilidade do jornalismo, e isso é bastante preocupante”.

O senador Angelo Coronel, presidente da CPMI se disse feliz em participar do debate na sede da ABI. Ele que já sofreu ameaças de morte após a instalação da Comissão, afirmou estar confiante e preparado para apresentar um resultado satisfatório para a sociedade brasileira. “Hoje as notícias falsas podem causar uma série de problemas. Acredito que quando a pessoa se esconde atrás de um perfil falso para depreciar alguém, essa pessoa precisar ser punida, censurada. O que não podemos permitir é a utilização de perfis falsos para prejudicar terceiros. Tenho sofrido ameaças de morte e nós temos que coibir esse tipo de situação, não podemos ficar expostos a pessoas fanáticas, estamos em uma democracia e todos precisam viver e pensar de forma livre. Tenho certeza que nossa relatora fará um trabalho muito bom”, disse Coronel.

A relatora, Lídice da Mata afirmou que a CPMI não está voltada a investigar o presidente Jair Bolsonaro e sua campanha, mas sim a propagação das notícias falsas no Brasil. “O presidente já demonstrou temer as investigações, mas deputados e assessores também podem ser atingidos. O importante é que há interesse dos grandes veículos de comunicação em desmistificar a circulação de notícias falsas”.

A plateia teve a oportunidade de levantar alguns questionamentos. A jornalista Kardé Mourão comemorou a implantação da CPMI, mas que sabia que seria necessário enfrentar desafios. “Existe hoje uma desesperança na população brasileira. Assim como existe o avanço da tecnologia, existe também o avanço da ignorância, da estupidez, falta educação. Existem profissionais envolvidos na disseminação dessas notícias, e é preciso que nós da imprensa tenhamos sim respaldo legal para exercer a profissão, precisamos tipificar a postura ética. Qual é a desesperança da gente? Que isso não dê em nada. Eu estou depositando esperança e se depender das entidades ligadas aos jornalistas vocês terão nosso apoio”, finalizou.

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