Antes de ser político e rábula, Cosme de Farias foi jornalista. Foi o jornalista Cosme de Farias que fez o advogado, o político e ainda o orador popular e idealizador da Liga Baiana Contra o Analfabetismo, além de outras facetas que marcaram essa trajetória. Para celebrar o aniversário de 150 anos dessa figura célebre – que ocorre na próxima quarta-feira (02/04) – a Associação Bahiana de Imprensa (ABI) convidou especialistas para escreverem artigos inéditos sobre o personagem, que serão publicados no site da entidade de 28 de março até 04 de abril.
As facetas do homem que passou para a história como “advogado dos pobres” serão narradas pelo jornalista e pesquisador Nelson Cadena, diretor de cultura da ABI; o professor e historiador Alfredo Matta; o jornalista, escritor e agitador cultural Clarindo Silva; a guia turística e neta de Cosme de Farias, Creusa Carqueja; o jornalista e vice-presidente da ABI Luís Guilherme Pontes Tavares, e a jornalista e biógrafa de Cosme de Farias, Mônica Celestino.
Cosme jornalista
Cosme de Farias estreia no jornalismo com 21 anos de idade, como colaborador do jornal alternativo O Condor, publicação semanal fundada por simpatizantes do partido Republicano-Democrata (1896). Três anos depois se torna colaborador do periódico Leituras Religiosas, fundado em 1889 pelo monsenhor Clarindo de Souza Aranha, para combater a onda laicista do regime Republicano. Ao seu falecimento em 1899, Cosme de Farias o homenageou com um poema destacando seu verbo fluente, amor ao próximo e lide jornalista.
Sua vocação pelas letras não tarda a se manifestar: nesse mesmo ano de 1899, funda o jornal O Cysne, periódico literário de pequeno formato. Mais tarde, Cosme de Farias ingressaria na chamada grande imprensa, colaborando com o Jornal de Notícias, Diário de Notícias, Diário da Bahia, A Tarde, Gazeta de Notícias, O Jornal, dentre outros.
Foi a sua militância no O Jornal que provocou a sua prisão, em outubro de 1930, pelo regime revolucionário recém-instalado. Na época de sua prisão, revogada dias depois por interferência da ABI junto às autoridades, Cosme de Farias pertencia aos quadros da entidade, tendo sido um dos 103 fundadores em agosto do mesmo ano, um dos primeiros a assinar a ficha de filiação. Sua carteira de associado registrou o número 14.
Antes, tinha participado da Associação Tipográfica Baiana e do Círculo dos Repórteres, do qual foi um dos fundadores e dirigente, em 1905. Sua veia jornalística inspirou a criação do Hino do Jornalista, em 1935; convidou para musicar o Maestro Wanderley, autor da música do Hino do Senhor do Bonfim. Se chegou a ser musicado, nunca foi encontrada a partitura. O hino do jornalista foi dedicado à memória de Thales de Freitas, idealizador da ABI.
SERVIÇO
Artigos em comemoração aos 150 anos de Cosme de Farias
28/03 a 04/04
No site da Associação Bahiana de imprensa: https://abi-bahia.org.br/
Informações: [email protected] | 71 98791-7988