ABI BAHIANA

Cineclube ABI estreia no dia 24 com exibição e debate do documentário Festa de Iemanjá

Evento gratuito e online apresenta filme de Fabíola Aquino e está com inscrições abertas pela plataforma Sympla

Quem está com saudade de festa de largo vai poder, pelo menos, assistir e debater uma das mais populares de Salvador durante a realização do primeiro Sala Roberto Pires – Cineclube ABI, na próxima terça-feira (24), com a exibição do documentário Festa de Iemanjá, da diretora Fabíola Aquino. O evento online será transmitido pela plataforma Zoom, com inscrições gratuitas através do site Sympla.

Para a primeira edição do evento, a Associação Bahiana de Imprensa (ABI) trará umas das primeiras exibições públicas do documentário, que será lançado nesta sexta-feira (20). O diferencial do Cineclube, às 19h da terça (24), será o debate, logo após a apreciação do filme, com a cineasta, parte de sua equipe e alguns dos personagens.

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O Sala Roberto Pires – Cineclube ABI é uma iniciativa que aproxima ainda mais a associação da sétima arte. A ideia é que, em 2021, tão logo as condições sanitárias permitam, haja outras edições do evento de modo presencial na Sala Roberto Pires, espaço que fica na sede da ABI, no Centro. “A ABI tem uma tradição e uma ligação muito forte com o cinema, principalmente por conta do seu acervo de Walter da Silveira, que é um dos melhores, senão o melhor, acervo de literatura de cinema da Bahia”, justifica Nelson Cadena, diretor de Cultura ABI.

O documentário
Em 42 minutos, o documentário recupera a história do surgimento da Festa de Iemanjá em Salvador, celebrada no 2 de fevereiro. O filme tem financiamento da Fundação Gregório de Mattos (FGM) e foi dirigido, produzido e roteirizado por Fabíola Aquino. “Recebi o convite da FGM para fazer o filme em dezembro e em janeiro já estávamos filmando, tudo rápido e com a sorte de contar com a equipe que confio que é Claudia Chavez e Marcelo Pinheiro, minha montadora e o meu diretor de fotografia, que finalizaram o filme em Lima, no Peru”, detalha a cineasta.

Fabíola tem como assinatura a produção de filmes voltados para a diversidade cultural da Bahia e essa experiência se fortalece com Festa de Iemanjá. As filmagens mais recentes do evento foram captadas este ano. “Tivemos que encurtar as filmagens porque veio a pandemia, mas tínhamos captado 90% do que nos propusemos. Tivemos apoio do Arquivo Público Municipal, com o acesso às fotos antigas da festa, e da TVE, com imagens de uma de suas reportagens sobre a Festa de Iemanjá”, conta Fabíola.

Trailer de Festa de Iemanjá

Cadena conta que, ao ver o filme, ficou impressionado com a riqueza das entrevistas. Participam com depoimentos pescadores tradicionais do bairro, como Comprido, Charles e Noivo (como são, popularmente, conhecidos); lideranças religiosas como Ebomi Cici (Ilê Axé Opô Aganju e Griot) e Pai Dary Mota (Ilê Axê Torrundê Ajangun); estudiosos como a doutora em Antropologia Cristiane Sobrinho; e personalidades como a escritora Paloma Amado, a cantora Nara Couto, o atual presidente da OAB-BA, Fabrício Castro, o presidente da FGM Fernando Guerreiro, a jornalista Dóris Pinheiro, Elaine Assis, que é filha de Dinha do Acarajé, entre outras.

A festa
A festa de iemanjá, que em 2020 foi reconhecida como Patrimônio Cultural de Salvador pela prefeitura, através da FGM, é tradicionalmente organizada por pescadores e tem como ponto alto as cerimônias e reverências do povo de santo, do Candomblé, da Umbanda e outras religiões. Autor de “Festas Populares da Bahia. Fé e Folia”, Nelson Cadena lembra que o centenário da festa se aproxima. “Vai depender do arbítrio do poder público, mas tem duas datas, 2023 ou 2024, já que é baseado no testemunhal de dois pescadores. Zequinha, que já faleceu, contou que a primeiro oferenda [no Rio Vermelho] foi feita na festa de 1923. Existe outro depoimento que diz, não, foi em 1924”, conta Cadena.

Esse histórico ressalta a importância do documentário de Fabíola, já que, de acordo com Cadena, os jornais na época rejeitavam a cobertura de manifestações religiosas de matriz africana. Sabe-se pouco a partir de menções secundárias da festa de Nossa Senhora de Santana, um festejo de elite e que durava dias e que passou a ser sincretizado com o que hoje conhecemos ser a Festa de Iemanjá. “No meio dessa festa tinha as corridas de jangadas e começou a ter as oferendas à Mãe D’água, ainda não chamavam de Iemanjá”, lembra Cadena.

SERVIÇO
O quê: Sala Roberto Pires – Cineclube ABI exibe Festa de Iemanjá
Quando: 24/11/2020, das 19h às 20h30
Onde: Zoom, com inscrições através do Sympla.
Quanto: Grátis

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