O Quinteto de Sopros da UFBA reservou uma agradável surpresa para o público da Série Lunar, nesta quarta-feira (15). Protagonizando a segunda noite da temporada 2022, o conjunto levou ao auditório da Associação Bahiana de Imprensa (ABI) um repertório alegre, diversificado e com direito a uma homenagem ao Rei do Baião, Luiz Gonzaga. A Série Lunar ocorre uma vez por mês, por meio de parceria entre a ABI e a Escola de Música da UFBA (Emus). A próxima apresentação acontecerá no dia 13/07, com o Duo Sá-Cramento.
Atualmente o grupo conta com a liderança do flautista Antônio “Tota” Portela e a participação de Celso Benedito (trompa), Gustavo Seal (oboé), Hudson Ribeiro (clarinete) e Bruno de Souza (fagote). Entre um movimento e outro, Tota Portela compartilhava conhecimentos com o público, explicava a história de cada música, além de curiosidades sobre os compositores. Como ensinou o professor, a plateia aguardou as pausas entre os atos do programa da noite para oferecer aos músicos as merecidas palmas.
Uma das músicas da noite foi a marcha composta por John Philip Sousa, em 1889, para o jornal The Washington Post, cuja abertura-tensão é famosa e muito familiar. “A gente está na casa de vocês. Quando fazemos a apresentação, gostamos de pensar em obras que se adaptem à realidade daquele momento”, explicou Tota Portela. Além da interpretação da peça “Washington Post”, de Sousa, o Quinteto de Sopros também trouxe peças inspiradas pela proximidade do São João, em uma homenagem a Luiz Gonzaga. “Nesta noite, a gente misturou russo com brasileiro, com suíço e americano, com nordestino”, brincou Tota. Para ele, uma das coisas que mais o atrai na música é o trabalho em conjunto. “Fazer música é uma preposição. Você toca a música de alguém, para alguém e com alguém”.
A diretora da Associação Bahiana de Imprensa (ABI) Amália Casal, coordenadora da Série Lunar, agradeceu a presença de todos, em especial aos músicos que planejaram uma apresentação especial para ser realizada na Casa dos Jornalistas.
A vista do auditório da ABI surpreendeu a flautista Gabriela Machado, doutoranda da Emus. Paulista, ela visitou a região do Centro Histórico de Salvador algumas vezes, mas nunca tinha ido ao Edifício Ranulfo Oliveira, sede da Associação. Assim como o restante do público, ela reservou um tempo para admirar a paisagem noturna do local. “Achei muito interessante o espaço, com esse visual. Um lugar que merece mesmo ter esse tipo de programação. Espero que cada vez mais as pessoas tenham uma rotina de vir aqui para apreciar a boa música”.
O diretor da Emus, professor José Maurício Brandão, não pôde comparecer por motivos de saúde, mas foi muito bem representado pela pianista Teca Gondim, vice-diretora da instituição. Gondim, que é esposa de Tota Portela, confessou sua paixão pelo projeto. “Essa Série tem um potencial imenso. A ideia principal era achar meios de escoar a produção da Escola de Música, que conta com poucos espaços para se apresentar e não tem um palco próprio além do Salão Nobre da Reitoria da UFBA. O fato de podermos trazer nossa produção para cá, para esse auditório, é fantástico”, disse. A professora revelou um plano especial para as próximas edições: buscar uma parceria que possibilite improvisar no mirante da ABI um mini observatório astronômico em noites de Série Lunar.