ABI BAHIANA

Encontro na ABI expõe desafios da cobertura ambiental e aborda interface com a gestão pública

A “Odisseia Literária da ABI” começou! O lançamento do clube de leitura da Associação aconteceu nesta quinta (6), com a presença de jornalistas, acadêmicos, professores, estudantes, gestores e especialistas. Durante o encontro, a roda de conversa “Mídia, Meio Ambiente e Poder: desafios e perspectivas da cobertura jornalística” foi uma oportunidade de troca de experiências, reflexão sobre a cobertura ambiental e a interface entre profissionais da imprensa e a gestão pública. Temas como racismo ambiental, desmatamento, poluição de mares e rios esquentaram a discussão.

O evento, ocorrido na Semana do Meio Ambiente, teve o apoio da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Facom/UFBA), representada pelo professor doutor Giovandro Marcus Ferreira. A ABI foi representada pelo presidente Ernesto Marques, o 1o vice-presidente Luís Guilherme Pontes Tavares, a 1a secretária Amália Casal e a diretora de Comunicação, Jaciara Santos.

O bloco 1, mediado pelo jornalista Ernesto Marques, contou com as jornalistas Mariana Alcântara, especialista em Jornalismo Científico e Tecnológico, pesquisadora vinculada à Facom/Ufba; Cleidiana Ramos, coordenadora dos projetos A TARDE Memória e REC do Grupo A TARDE, autora do especial “Água Grande”, sobre o Rio Paraguaçu; e Carolina Cerqueira, repórter do Jornal Correio, com foco em meio ambiente. Elas levaram ao auditório da ABI suas vivências práticas e de pesquisa sobre essa temática tão cara para a sociedade.

Com mediação da jornalista Joseanne Guedes, assessora de Comunicação da ABI, o bloco 2 teve as participações dos gestores Eduardo Topázio, diretor de Fiscalização do Inema, e Ivan Euler Paiva, titular da Secretaria de Sustentabilidade, Resiliência, Bem-estar e Proteção Animal (Secis Salvador), acompanhado pelo assessor de Comunicação da pasta, Henrique Trindade Filho. Os gestores falaram sobre as principais ações das respectivas instituições, discutiram com o público do evento e reforçaram a necessidade de buscar soluções para melhorar a comunicação dos órgãos com a mídia.

As contribuições salientaram que os desafios da cobertura ambiental são vastos e multifacetados, e que é crucial encarar esses temas complexos com o devido cuidado que eles suscitam, fazer autocrítica, apurar com ética, rigor técnico e responsabilidade, além de muita humildade para aprender. Somente dessa forma seria, então, possível interpretar informações e comunicar de forma acessível ao público.

O encerramento do encontro foi pura poesia, arte, afeto e leveza, com a intervenção do Movimento Exploesia, grupo coordenado pela jornalista e escritora Vitória Régia Sampaio e formado por mulheres que praticam a arte poética autoral na Bahia. Participaram da apresentação Benilda Amorim, Lindinete Pereira, Lisa Magalhães e Bárbara Hupsel.

Odisseia Literária

A primeira obra escolhida para a Odisseia Literária da ABI não poderia ser mais apropriada: “Maria Altamira” (1ª ed. São Paulo: Editora Instante: 2020), sétimo romance da escritora Maria José Silveira, é uma literatura de denúncia que acompanha a emocionante trajetória de uma família devastada pelo desastre ambiental. A narrativa exalta a presença ativa da população indígena e ribeirinha no combate às políticas de aniquilamento e discute, por exemplo, os impactos da construção da usina de Belo Monte, com histórias contadas a partir de perspectivas reais.

Segundo a idealizadora do projeto, a educadora Débora Muniz, o objetivo é reunir participantes interessados em compartilhar não apenas a leitura do livro escolhido, mas também outros saberes, experiências vividas e referências. Recém-egressa do curso de História da UFBA, ela atua como assistente na Biblioteca de Comunicação Jorge Calmon, da ABI, ao lado da bibliotecária Valésia Oliveira. 

Muniz conta que a ideia surgiu de uma demanda pessoal, depois de perceber mudanças em seus próprios hábitos de leitura, em decorrência de uma rotina agitada. “A literatura e o ato de ler não precisam ser uma jornada solitária. Quando fizemos a pesquisa para iniciar esse projeto, vimos muitos clubes de leitura online. Nossa ideia é expandir e criar uma rede, uma comunidade”, destaca a professora. A Odisseia Literária da ABI terá encontros mensais, para inspirar e reacender o amor pela leitura. Em breve, a organização divulgará o link para novos membros.

O público também foi estimulado a doar livros paradidáticos para a campanha Circule Um Livro, uma iniciativa da ABAF – Associação Baiana das Empresas de Base Florestal, representada no evento pela jornalista Yara Vasku, coordenadora de Comunicação da entidade. O movimento, que tem a parceria da ABI, desenvolve diversas ações de incentivo à leitura. O ponto de coleta da ABI funciona às segundas, quartas e quintas, das 9h às 16h, no Edifício Ranulfo Oliveira, na Rua Guedes de Brito, 1 – Praça da Sé.

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