A beleza do violoncelo preencheu o Auditório Samuel Celestino na noite desta quarta (31). A segunda passagem do Grupo de Violoncelos da UFBA pela Série Lunar emocionou o público, com um repertório versátil que trouxe Schubert, Heitor Villa-Lobos, Piazzolla, Freddie Mercury e outros célebres compositores.
O projeto, fruto da parceria entre a Associação Bahiana de Imprensa e a Escola de Música da Universidade Federal da Bahia, proporciona concertos mensais com professores, servidores do corpo técnico-administrativo e alunos vinculados à Emus.
O Grupo de Violoncelos da UFBA foi criado em 2013 pela professora Suzana Kato. Projeto de extensão permanente da Escola de Música, o conjunto busca promover a prática camerística de seus integrantes e divulgar o repertório para esta formação.
O conjunto tem formação rotativa e agrega alunos do bacharelado de Instrumento e de outros cursos de extensão e pós-graduação, e conta com a cooperação de violoncelistas profissionais de diferentes orquestras.
Como na primeira vez que tocou na Série Lunar, em 2019, o Grupo de Violoncelos encantou a plateia, formada por membros da comunidade universitária, profissionais da imprensa e do segmento cultural.
“Belíssima apresentação, com público engajado, participativo. O ambiente desse auditório permite essa imersão na música”, disse a cantora lírica Maria Carla Pino.
Atento a todos os movimentos estava o renomado pianista Miguel Angel Scebba. O compositor argentino, reconhecido pelo brilhante virtuosismo, integrou a animado público da noite. “A apresentação foi fantástica. Faz tempo que eu conheço esse grupo e a professora Suzana Kato. Também gostei muito dessa sala. Ela só tem um defeito: não tem um piano”, brinca.
Quem acompanha essa queixa é sua esposa, a pianista Beatriz Alessio, que integra o corpo docente da Emus. Ela falou da expectativa de encontrar um piano na ABI. “Sempre que posso, vou ver esse grupo. É um trabalho admirável, os arranjos são lindos. Já vim apreciar a Série Lunar algumas vezes. Acho tudo lindo, só falta um piano”, endossa. “Acho uma super sacada unir a música a essa vista linda”.
Perguntado sobre a apresentação, o maestro José Maurício Brandão, diretor da Emus, disparou: “Mais uma!”. E o professor explica. “A Escola de Música tem uma produção gigantesca. Por isso que precisamos encontrar espaços para escoar a produção. Para mim, nenhuma é especial. Todas têm repertórios lindos. Cada apresentação é preciosa”, ressalta.
Para ele, é preciso desmistificar a música de concerto como privilégio. “Temos uma programação imensa que percorre todo o ano, indo a diversos públicos. Eu não vendo sonhos, eu levo a realidade. O que fazemos é trabalho de operário”, enfatizou.
“Maio foi especial para o nosso projeto, pois tivemos duas apresentações belíssimas. Fechamos o mês de uma forma incrível e já planejando o concerto de julho, que certamente trará outros artistas maravilhosos”, salienta Amália Casal, 1ª secretária da ABI e coordenadora da Série Lunar.
- Confira alguns cliques de Paula Fróes: