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Jornalismo perde Evandro Teixeira, mestre da arte fotográfica

Do Sinjorba

O Sindicato dos Jornalistas da Bahia (SINJORBA) lamenta a perda do fotojornalista Evandro Teixeira, que faleceu aos 88 anos, na segunda-feira (4/11), no Rio de Janeiro – onde residia -, devido a complicações decorrentes de uma pneumonia, depois de quase um mês de internação hospitalar. Evandro deixa a esposa, Marli, com quem esteve casado por 60 anos, duas filhas e três netas.

Considerado um dos maiores nomes do fotojornalismo brasileiro, Evandro registrou para a posteridade, ao longo dos últimos 70 anos, eventos que marcaram nossa história. Sua trajetória profissional, na cobertura da política, esporte, cultura e registros do cotidiano confunde-se com a própria história do país.

O fotojornalismo de Evandro ganha grande relevância durante a ditadura militar, quando produz registros únicos da repressão às manifestações contrárias ao regime. Uma de suas mais famosas fotos, com o título “Caça ao Estudante na Sexta-Feira Sangrenta”, publicada no Jornal do Brasil, em 1968, e reproduzida no mundo inteiro, flagra o exato momento em que um manifestante cai ao chão ao ser perseguido por dois policiais.

Além da cena política, como a chegada do general Castello Branco ao Forte de Copacabana, durante o golpe militar de 1964, Evandro tem no currículo registros do início da ditadura no Chile, a cobertura de edições de Olimpíadas, Copas do Mundo e GPs da Fórmula 1. Uma coleção de imagens que compõem um rico e impressionante acervo deixado pelo fotógrafo.

Sua experiência aprimora de tal forma a qualidade dos registros, que suas fotos se tornam obras de arte. Saltam das páginas dos jornais para o acervo de galerias e museus do Brasil e do mundo. O reconhecimento se expressa em diversos prêmios, exposições e livros como “68 destinos: Passeata dos 100 mil”, “Fotojornalismo” e “Canudos, 100 anos”.

Baiano de Irajuba, Evandro nasceu em 1935. Muito jovem, ainda na adolescência, se interessa pela fotografia, encantado com os ensaios publicados na revista O Cruzeiro, que tinha a maior circulação da América Latina. Ao encontrar trabalho em jornais de cidades do interior da Bahia, gradualmente imprimiu e aprimorou o olhar jornalístico em seu trabalho.

Já em Salvador, em 1954, trabalhou no Diário de Notícias. Na sequência, no Rio de Janeiro, em 1957, trabalha no Diário da Noite (do grupo dos Diários Associados, de Assis Chateaubriand). Em 1963 ingressa no Jornal do Brasil, onde atuou por 47 anos, até se aposentar. Sua consciência política precede os anos de chumbo que tão bem retratou, Evandro era sindicalizado desde 1960, associado ao Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro.

O corpo do fotógrafo está sendo velado em cerimônia aberta na Câmara dos Vereadores, no Centro do Rio de Janeiro, nesta terça-feira, 5 de novembro, das 9h às 12h.

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