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Lançamento de livro de Florisvaldo Mattos lota saguão do MAB

Quem esteve na noite de ontem (25) no Museu de Arte da Bahia (MAB) pôde compartilhar momentos especiais com o professor, escritor, poeta e jornalista Florisvaldo Mattos. Aos 91 anos, completados no último dia 8, mestre Flori reuniu no saguão do equipamento cultural centenas de admiradores, para o lançamento do livro “Academia dos Rebeldes – e Outros Exercícios Redacionais”. A obra publicada pela ALBA Cultural, programa editorial da Assembleia Legislativa da Bahia, foi distribuída gratuitamente.

Mattos é membro da Academia de Letras da Bahia (ALB) e ex-diretor da Associação Bahiana de Imprensa (ABI). Ele desempenhou muitas funções no campo da comunicação, em mais de 50 anos no jornalismo profissional. Como professor na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Facom/UFBA), transmitiu ensinamentos para nomes de destaque na imprensa baiana.

Foto: Juliana Andrade/Agência ALBA

Não por acaso, o lançamento teve ampla presença de professores universitários, escritores, poetas, jornalistas, ex-alunos, cineastas, familiares e amigos. Também participaram o vice-governador da Bahia, Geraldo Júnior; o reitor da Universidade Federal da Bahia, Paulo César Miguez; desembargadores e outras autoridades, confrades do autor na ALB, membros do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB); o jornalista Ernesto Marques, presidente da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), e outros diretores da instituição, como o 1º vice-presidente Luis Guilherme Pontes Tavares, Sara Barnuevo, Simone Ribeiro e Amália Casal. O fotojornalista Valter Lessa, membro do Senado ABI – junto com Florisvaldo Mattos e Jorge Vital de Lima – também prestigiou a noite do amigo.

Visivelmente emocionado, Florisvaldo Mattos encarou a tarefa árdua de autografar cerca de 300 exemplares, numa maratona de mais de três horas, contando com o apoio de sua esposa, Vera Pessoa. A cada livro, uma dedicatória especial, um abraço.

Mattos explicou que “Academia dos Rebeldes e Outros Exercícios Redacionais” reúne um conjunto de artigos cuja redação abrange variadas linguagens artísticas, tais como poesia, literatura, artes plásticas, música e cinema, além de movimentos socioculturais e jornalismo. Ele escreveu indo direto ao assunto, “fiel às regras de gramática e sintaxe, redigindo sempre frases legíveis, compostas por palavras simples, que não abrissem janelas ao assombro, não se enredando com teorias estéticas, de cujas as teias abstratas não conseguisse desgarrar”.

O autor abordou a importância da “erupção das primeiras chamas intelectuais da Semana de Arte Moderna de 22, travada pelo conservadorismo da época, como foi a Academia dos Rebeldes (1928-1933)”, que empresta o nome ao título do seu livro. Na obra, Mattos alinha 14 biografias sintéticas dos mais atuantes membros desse movimento. Em seu pronunciamento, ele falou da Geração Mapa, também abordada no livro.

Defesa da cultura

O presidente da ALBA, Adolfo Menezes, fez um breve discurso para agradecer o que descreveu como “privilégio de publicar esse trabalho intelectual de fôlego”. Ele parabenizou o autor pela lucidez, vigor e destacou sua trajetória exitosa na imprensa baiana. “Florisvaldo Mattos demonstrou talento, capacidade de trabalho, ética e competência nos variados cargos que ocupou, repórter, articulista, editor e editor-chefe, de órgãos da importância de A Tarde, da chefia de redação do Diário de Notícias ou da chefia da sucursal baiana do Jornal do Brasil”.

Florisvaldo Mattos, com o vice-governador Geraldo Junior e Adolfo Menezes, presidente da ALBA | Foto: Ascom/ALBA

Para ele, o livro eleva o programa editorial que o Legislativo executa, desde o final dos anos 90. “Florisvaldo Mattos é partícipe ativo da vida cultural da nossa terra, desde os anos 60 até a atualidade”, destacou. “O Programa ALBA Cultural já editou cerca de 350 obras de elevado valor memorialístico histórico e cultural, uma contribuição do Legislativo para que as novas gerações conheçam livros fora do Catálogo das editoras comerciais”, concluiu Menezes.

“Florisvaldo é um dos maiores poetas vivos da Bahia. Além da obra poética, sua obra literária é vasta. Ele tem o aspecto de mestre, de professor, que formou gerações de jornalistas e de profissionais de outras áreas”, afirmou o jornalista e escritor Carlos Navarro.

Ex-aluno, ele recorda que o autor era um dos professores mais queridos da antiga Escola de Comunicação. Mais tarde, enquanto Navarro dirigia a sucursal do Estadão, Florisvaldo dirigia o Jornal do Brasil. “Almoçávamos no [Restaurante] Cacique, tivemos uma longa convivência. Essa obra só vem reforçar a importância dele para a vida cultural da Bahia. É um privilégio estarmos aqui, prestando essa homenagem”, ressaltou Navarro.

“Esse livro é necessário para todo leitor brasileiro. É leitura obrigatória principalmente para as novas gerações de jornalistas e escritores.”

– Ruy Espinheira Filho, escritor e poeta

Para Amália Casal, Florisvaldo é patrimônio da Bahia. “Seu nome e trabalho estão para além das fronteiras. É um dos grandes poetas do Brasil, uma pessoa engajada nas instituições, um homem com uma capacidade extraordinária de produção. Grande mestre, formador de opinião, ético, paternal, amável. É uma bela homenagem a um poeta vivo”, celebra Amália Casal, diretora da ABI.

Estiveram na solenidade o presidente da Academia de Letras da Bahia, Ordep Serra; os acadêmicos Décio Torres e Carlos Ribeiro; o arquiteto Paulo Ormindo e outros professores universitários, como Aloísio da Franca Rocha, Albino Rubim (ex-secretário de Cultura), Jorge Lisboa de Paula, Oscar Dourado, Vanessa Cavalcanti; o assessor especial da Secretaria de Turismo, Fernando Ferrero, representando o secretário Maurício Bacelar; a defensora pública Mônica Aragão, que representou a titular da Defensoria Pública da Bahia, Firmiane Venâncio; e a diretora do Museu de Arte da Bahia, Ana Liberato; os escritores Paulo Martins, Marlene Landim; a dramaturga, escritora e poeta Aninha Franco; e Vitória Régia Sampaio, do grupo Mulheres Poetas; o jornalista, escritor e animador cultural Clarindo Silva; o desembargador do TRT, Alcino Felizola; Cybele Amado, diretora de Formação do MEC; e ainda dezenas de jornalistas, entre os quais: a diretora do jornal A Tarde, Mariana Carneiro; Olívia Soares, co-organizadora do evento; João Leite, Lucia Correia Lima, Artur Carmel, Kaliandra Gonzales, José Cerqueira, Itamar Ribeiro, Vitor Hugo Soares, Margarida Soares, Nestor Mendes Júnior, Osvaldo Lyra e Levi Vasconcelos.

*Com informações da Agência ALBA.

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