ABI BAHIANA

Live da ABI aborda acessibilidade comunicacional

Encontro será mediado por Ednilson Sacramento, primeiro jornalista cego formado pela Facom/UFBA

Na noite da próxima terça (21), a Associação Bahiana de Imprensa (ABI) encerrará a sua programação especial de aniversário com a live “Comunicação e Acessibilidade”. O encontro tem o objetivo de trazer uma nova compreensão do público sobre o tema e apontar como o jornalismo e as empresas de comunicação podem avançar para promover a inclusão de pessoas com deficiência. O evento terá início às 18h30, com transmissão pelo canal da ABI no Youtube, e contará com a tradução de intérpretes de Libras.

Para o debate, foram convidados o superintendente dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Secretaria da Justiça do Estado da Bahia (SJDHDS-BA), Alexandre Baroni, também coordenador da Central de Intérpretes de Libras da Bahia (CILBA); Laiza Rebouças, que é surda, professora de Libras, bacharel em Direito e correspondente jurídica para auxiliar pessoas surdas e com deficiência auditiva; e a pedagoga Luana Rodrigues, coordenadora da Unidade de Políticas Públicas para Pessoa com Deficiência (UPCD) da Secretaria Municipal de Promoção Social. O evento será mediado pelo primeiro jornalista cego formado pela Facom/UFBA, Ednilson Sacramento, membro da Rede de Pessoas com Deficiência. Atuando na tradução para Libras, estarão os intérpretes Ronaldo Freitas e Vinícius da Silva.

O dia 21 foi uma escolha especial: é também o Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência. Promulgada em 2005, a data foi instituída com o objetivo de fomentar discussões sobre acessibilidade e inclusão. No Estatuto da Pessoa com Deficiência, de 2015, entende-se a acessibilidade como “a possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias”. 

A jornalista Amália Casal, diretora da ABI e proponente do evento, afirma que, longe de esgotar essa discussão, a live pretende focar na inclusão de PCDs na comunicação. Atualmente, as plataformas digitais contam com seus próprios recursos de acessibilidade, como a audiodescrição, as legendas para vídeo e o uso da descrição de imagens – como a #PraCegoVer. A propaganda eleitoral, por exemplo, tem como obrigação vir com a janela de libras – o espaço na tela para o intérprete. Além disso, existem as linguagens desenvolvidas por e para PCDs, como a Língua Brasileira de Sinais, reconhecida como língua oficial pela lei 10.436 de 2002.

No entanto, esses recursos não são garantia de inclusão. Outro aspecto da comunicação envolve a forma como são representadas as PCDs nos veículos de mídia. Ednilson Sacramento – que também é pesquisador de acessibilidade cultural, direitos humanos, mídia e diversidade – ministrou em 2019 a “Oficina Pauta Eficiente: como abordar a deficiência na imprensa”, na sede da ABI. Sacramento percorreu cidades do Nordeste com a oficina, abordando alguns recursos e equipamentos de acessibilidade e recomendações de como reportar essa temática. 

A discussão sobre representação na mídia ganhou maior visibilidade com as discussões sobre capacitismo. Relativamente novo no Brasil, esse termo compreende a ideia de que PCDs são diferentes ou “especiais”, como se houvesse um padrão do que é ser normal. A partir daí, surgem o preconceito contra pessoas com deficiência, o julgamento de que são incapazes ou inferiores e as expressões que reforçam ideias equivocadas. A linguagem evoluiu, surgiram termos que buscam destacar a pessoa em vez de sua deficiência, mas representações capacitistas – como a ideia da “superação” de levar uma vida cotidiana com alguma deficiência – ainda persistem. 

O Estatuto da Pessoa com Deficiência também reconhece a existência de barreiras à acessibilidade e à inclusão, que vem a ser “qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que limite ou impeça a participação social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilidade, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao acesso à informação (…)”. Nesse sentido, o não entendimento, ou a recusa em se entender as necessidades de todos pode dificultar, ou até impossibilitar, a comunicação entre PCDs e pessoas sem deficiência.

Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada em 2019, 17,3 milhões de pessoas no país possuem algum tipo de deficiência, sendo que o maior percentual pertence ao Nordeste. A pesquisa aponta ainda as dificuldades de inserção enfrentadas por esse grupo – 67,6% eram pessoas sem instrução ou com o ensino fundamental incompleto  e mais da metade não possuíam trabalho. 

SERVIÇO

Live de 91 anos da ABI – Homenagem a Glauber Rocha

Quando: 17/08, às 18h30

Onde: Youtube da ABI

Mais informações

Assessoria: [email protected] / 71 98791-7988 (Wa)

Fontes disponíveis: Ernesto Marques – presidente da ABI: 71 99129-8150 | Simone Ribeiro – diretora de Divulgação da ABI: 71 98816-7285 | Nelson Cadena – diretor de Cultura da ABI: 71 99112-4623

Site: http://www.abi-bahia.org.br/

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