O país amanheceu nesta terça-feira (24) com a notícia da morte do jornalista e professor Nilson Lage, aos 84 anos. O acadêmico morreu na noite de ontem (23), vítima de um câncer de pulmão, que tratava há dois anos. Ele estava internado no Hospital Baía Sul, em Florianópolis (SC). Bibliografia obrigatória para todo estudante de Jornalismo, ele deixa como legado para a área a reflexão e sistematização da prática jornalística.
Mestre de uma geração de jornalistas, Lage acumulou ao longo da vida os títulos de doutor em Linguística e Filosofia, mestre em Comunicação e bacharel em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde também foi professor adjunto. Começou sua carreira como docente na Universidade Federal Fluminense (UFF), em 1971, e só foi se aposentar da profissão em 2006, quando era professor titular na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Suas pesquisas voltadas às técnicas do jornalismo desembocaram em livros que são até hoje referência básica nos cursos: “Teoria e técnica do texto jornalístico, “A reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística”, “A estrutura da notícia” e “Ideologia e técnica da notícia”. Atuou na fundação do programa de pós-graduação em jornalismo da UFSC e na elaboração do currículo mínimo dos cursos de Comunicação Social. Como jornalista, Lage também marcou presença nas redações dos jornais O Globo, Manchete, Última Hora, Jornal do Brasil, Diário Carioca e na TVE do Rio de Janeiro.
A morte do professor repercutiu entre os colegas e as instituições por onde passou. Como última instituição onde o professor deu aulas, a UFSC destacou o seu legado. “Com humor fino, inteligência, erudição e uma voz única, Nilson Lage vai permanecer como uma das grandes referências da área”. A UFRJ lamentou a perda que a partida de Lage significa. “O jornalismo e a ciência brasileira perdem um pouco de si com a partida de Nilson Lage”.
A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) recordou em nota o caráter político do trabalho do professor. “Nilson Lage exerceu e ensinou o jornalismo não apenas como ofício, mas também como modo de observar e estar no mundo. Tão grande quando a sua dedicação à profissão e ao ensino era seu amor ao Brasil. (…) Sua firmeza de caráter, compromisso com a democracia, sua grandeza e sua obra permanecerão vivos em nossas memórias”.
Informações pelo portal G1.