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Série de reportagens da Fenaj mapeia mercado jornalístico com dados inéditos do Dieese

Três matérias revelam quantos são, onde atuam e quanto ganham jornalistas empregados formalmente

Se o assunto é emprego formal de jornalistas, não faltam perguntas. As vagas celetistas na área diminuíram e isso é uma sensação geral, mas quanto? Muitos profissionais têm migrado para o Sudeste, mas qual a real parcela do mercado da região? De fato, quanto têm ganhado os profissionais da notícia?  Algumas dessas respostas podem ser mais facilmente respondidas agora com uma série de reportagens produzida pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).

A última reportagem, divulgada nesta quinta-feira (04), por exemplo, revela que a remuneração média dos profissionais com carteira assinada é de R$5,7 mil. A apuração se baseia em uma pesquisa inédita realizada pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a pedido da Fenaj, utilizando dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O que chama a atenção para os dados da Bahia é o aumento expressivo do número de postos formais como jornalistas.

Com gráficos e alguns dados por estado, as matérias contam com a interpretação e a contextualização da equipe da Fenaj. “Os dados do Dieese só reforçam que precisamos de política pública para garantir a sustentabilidade do jornalismo. Essa política tem de ter como horizonte o estímulo à criação de postos de trabalho formais. Não se trata de financiar iniciativas individuais ou ampliar a concentração dos meios de comunicação, mas de garantir a existência de um jornalismo regional, diversificado, plural e inclusivo, que sirva à sociedade e gere empregos de qualidade”,  comenta a presidenta da Fenaj, Samira de Castro.

VEJA UM RESUMO DAS REPORTAGENS ABAIXO E LEIA COMPLETA NO SITE DA FENAJ

Desoneração da folha não evita encolhimento do mercado de trabalho
A primeira reportagem destaca a queda de 21,3% no mercado de trabalho formal para jornalistas nos últimos nove anos, mesmo com a desoneração da folha. O estudo revela que, embora tenha havido um crescimento em 2013, logo após a implementação da medida, a tendência não se manteve ao longo do tempo. A presidenta da Fenaj, Samira de Castro, ressalta que a desoneração não contribuiu para gerar novos empregos ou manter postos formais no setor de Comunicação. A precarização do emprego é associada à integração das redações e aos impactos da contrarreforma trabalhista.

Concentração de empregos no Sudeste e crescimento de CLT na Bahia
A segunda reportagem da série aborda a concentração de 28,5% dos empregos formais de jornalistas no estado de São Paulo, embora a região Sudeste tenha perdido participação ao longo dos anos. Com base nos últimos dados, de 2021, a região Nordeste representa 20,7% dos empregos formais. Olhando para os estados, a Bahia tem 5,2% de participação no emprego de jornalistas sendo o estado que mais cresceu em emprego (36.3%) quando comparado com o início da série histórica, em 2013. A pesquisa revela que a distribuição de empregos celetistas na categoria está diminuindo no Sudeste e Sul, enquanto Nordeste, Norte e Centro-Oeste apresentam aumento.

Remuneração média dos jornalistas brasileiros
A terceira reportagem revela que a remuneração média nominal dos jornalistas com carteira assinada é de R$5.745,30, com mais de um quinto (22,9%) ganhando até dois salários-mínimos. Funções ligadas ao jornalismo impresso têm as menores remunerações, sendo o assessor de imprensa a segunda função com remuneração média mais baixa. A reportagem destaca a necessidade de organização dos assessores de imprensa para garantir direitos básicos e ressalta que a remuneração média não representa um piso salarial, promovendo a Campanha Salarial Nacional Unificada dos Jornalistas 2024.

Foto: Sigmund/Unsplash

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