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Prefeito de Caracas é preso por “conspirar” contra Governo Maduro. Presidente da Câmara cobra posição do Brasil

O prefeito metropolitano de Caracas, Antonio Ledezma, de 59 anos,  foi preso na última quinta (19) e indiciado por conspiração e formação de quadrilha. No dia seguinte, um juiz acatou as acusações do Ministério Público e ordenou que o prefeito fosse levado a um presídio militar. No Brasil, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, cobrou neste domingo do governo brasileiro uma posição sobre as prisões de oposicionistas ao governo venezuelano do presidente Nicolás Maduro. Segundo o parlamentar, “não dá para os países democráticos assistirem a isso de braços cruzados, como se fosse normal prender oposicionista, ainda mais detentor de mandato”. Na noite de sexta, o Itamaraty divulgou nota em que diz que o governo brasileiro “acompanha com grande preocupação a situação da Venezuela”, mas o texto se quer cita diretamente a prisão do prefeito.

O prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, foi preso sem mandado judicial - Foto: Williams Marrero /El Nacional
O prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, foi preso sem mandado judicial – Foto: Williams Marrero /El Nacional

Durante a entrega das cartas credenciais a embaixadores no Palácio do Planalto, na manhã de sexta, a presidente Dilma Rousseff havia dito que a detenção é uma “questão interna” da Venezuela. A procuradoria da Venezuela afirma que Ledezma tem ligação com estudantes presos por incitar os protestos antigoverno em 2014, nos quais morreram 43. O governo divulgou vídeos que supostamente provam que os jovens agiram sob ordens da direita. Até agora, porém, não foram apresentadas evidências contra Ledezma. Críticos dizem que a detenção do prefeito revela um esforço de Maduro para tentar desviar o foco da grave crise econômica e acirrar divisões da oposição antes da eleição parlamentar do segundo semestre. A prisão de Ledezma e de outros opositores, como Leopoldo López, também pelos protestos de 2014, segundo especialistas, é uma estratégia para rachar a oposição.

A prisão de Ledezma já provocou manifestações isoladas em Caracas e violência na cidade ocidental de San Cristóbal, mas não causou grande agitação no país profundamente polarizado. Decisões da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), a escassez de produtos básicos, de papel higiênico à farinha, e quase 70 por cento de inflação anual atingiram a popularidade de Maduro, eleito em 2013 para substituir o falecido Hugo Chávez.

*Informações do El País (Edição Brasil) e Folhapress (via Valor Econômico)

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