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Em ano de escândalos, Brasil ocupa 69º lugar em ranking de corrupção

Relatório da organização Transparência Internacional sobre a percepção de corrupção ao redor do mundo divulgado nesta quarta-feira (3) aponta que o Brasil é o 69º colocado no ranking entre os 175 países e territórios analisados. País subiu apenas três posições – passou da 72ª colocação no ano passado –, ficando “estagnado”, segundo a entidade referência mundial na análise da corrupção. O Índice de Percepção da Corrupção (IPC) é elaborado anualmente desde 1995, a partir de diferentes estudos e pesquisas sobre os níveis de percepção da corrupção no setor público de diferentes países.

Pela metodologia adotada no ranking da corrupção da ONG, quanto mais próxima a pontuação estiver de 100, menos corrupto é o país ou território. O Brasil divide a 69ª colocação com mais seis países: Bulgária, Grécia, Itália, Romênia, Senegal e Suazilândia. África do Sul (44 pontos), Cuba (46 pontos) e Arábia Saudita (49 pontos) estão em situação mais confortável que o Brasil. A tabela de honestidade na América do Sul tem Chile e Uruguai como países mais transparentes empatados no 21º, com índice de 73. O país mais corrupto é a Venezuela, com índice 19.

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Manifestação exibe cartaz em protesto contra a corrupção – Foto: Reprodução

O índice brasileiro foi de 43 – um ponto a mais que em 2013, quando o país ficou em 72º lugar, quando 177 países foram analisados -, ou seja, o Brasil melhorou sua posição, mas piorou sua nota. “O Brasil está estagnado e isso não é uma boa notícia”, disse ao jornal Estado o diretor para as Américas da Transparência Internacional Alejandro Salas. “Se não há uma mudança, é porque o mundo continua tendo a percepção de que a corrupção é um problema no Brasil. Estagnação no contexto brasileiro significa que o dinheiro público continua sendo saqueado”.

Segundo Salas, o recente caso de corrupção sob investigação que envolve a Petrobrás revela que existe um “casamento entre a elite política e parte da elite econômica para extrair recursos públicos”. Para o diretor da Transparência Internacional, que tem sede em Berlim, “a mudança no ranking não significa nada”. “Neste ano, temos menos países avaliados e, no fundo, em termos de pontos, não houve uma diferença”. Para a entidade, os repetidos escândalos no Brasil “são o reflexo do elevado grau que a corrupção representa como problema no País”. O caso da Petrobrás e as ligações com empreiteiras e partidos chamam a atenção da entidade.

Ao redor do mundo

corrupcao_infográfico EstadãoA Dinamarca lidera como país em que a população tem menor percepção de que seus servidores públicos e políticos são corruptos. O país mais transparente registrou um índice de 92 – a escala vai de 0 (extremamente corrupto) a 100 (muito transparente). Nenhum país dos 175 citados recebeu pontuação máxima, segundo a ONG, que tem sede em Berlim. No topo da lista dos países mais “honestos”, está em segundo lugar a Nova Zelândia, seguida de Finlândia (3º), Suécia (4º), Noruega (5º), Suíça (6º), Cingapura (7º), Holanda (8º), Luxemburgo (9º) e Canadá (10º). Os Estados Unidos ficaram em 17º lugar, empatados com Barbados, Hong Kong e Irlanda. Os países mais corruptos entre os analisados, segundo o estudo, são Coreia do Norte e Somália – os três alcançaram índice 8.

A entidade ainda faz um alerta sobre o impacto da corrupção no crescimento de países emergentes. Pelo ranking, todos os integrantes dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) não atingiram pontuação considerada satisfatória. A China somou 36 pontos, a Rússia aparece com 27 pontos e a Índia, com 38 pontos. “Economias de crescimento acelerado cujos governos se recusam a ser transparentes criam uma cultura de impunidade na qual a corrupção prospera”, afirmou o presidente da Transparência, José Ugaz.

 *Informações do G1-SP e do Estadão e O Globo

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