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Em greve, jornalistas do Grupo A Tarde reivindicam dignidade e respeito

O Dia Internacional das Mulheres começou com uma greve de 48h entre os trabalhadores dos jornais A Tarde e Massa!, veículos do Grupo A Tarde. Os profissionais afirmam ter paralisado as atividades para exigir respeito e dignidade. Eles denunciam atrasos e congelamentos salariais, o não pagamento de direitos trabalhistas para aqueles que tiveram os contratos rescindidos, o não recolhimento do FGTS, entre outros direitos. 

Não chega a ser novidade que o Grupo A Tarde vem enfrentando uma severa crise financeira e econômica nos últimos anos. Em março de 2016, a imprensa baiana repercutiu uma nota assinada pela Associação Bahiana de Imprensa, em apoio ao A Tarde. No documento, a instituição destaca que o veículo “é parte da cultura e da tradição do povo baiano” e chama a atenção de instâncias governamentais, culturais, organizações sociais e lideranças em geral. Entre demissões e despedidas de nomes importantes do jornalismo impresso baiano, os remanescentes do jornal centenário vivenciam o agravamento da situação. 

De acordo com o Sinjorba – Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia, a empresa deve parte dos salários de dezembro e o total de janeiro e fevereiro, demitiu 10 jornalistas de agosto para cá e não pagou rescisão; também não pagou o 13º salário de 2021, repetindo o que vem fazendo desde 2016. “Todos os colegas estão com dívidas, assim como não conseguem ter um mínimo planejamento financeiro pois não sabem quando receberão o salário, situação que torna a vida pessoal um inferno”, diz Moacy Neves, presidente do Sinjorba.

No último dia 24, o Sindicato enviou carta à direção da empresa (leia aqui) comunicando o clima de insatisfação generalizada entre os jornalistas, na qual lista novamente o rol de pendências existentes. A entidade afirma que o sentimento entre os funcionários é de frustração porque percebem ser em vão todo sacrifício a que estão sendo submetidos há anos. 

“Foram vários pedidos de apoio, ao longo dos últimos anos, e todos foram atendidos pelos funcionários. Ninguém deixou de trabalhar acreditando na administração”, revela uma jornalista do veículo. Segundo a profissional, no entanto, o retorno veio em forma de demissões sem o pagamento de direitos, atrasos de salários e assédio. 

Confira a situação dos trabalhadores dos jornais A TARDE e MASSA:

1) Atraso salarial de no mínimo 2 meses desde o fim de 2020;

2) Não percepção do 13º salário desde 2016 pelos trabalhadores do regime CLT;

3) Redução de 10% nos contratos dos trabalhadores PJ desde maio de 2020;

4) Congelamento salarial desde 2016, acumulando uma perda de 32,64% até janeiro/2022;

5) Não percepção de tíquete-refeição desde 2017;

6) Não pagamento das rescisões dos demitidos em setembro de 2021, que até agora não receberam qualquer pagamento;

7) Não recolhimento de FGTS/INSS há pelo menos 76 meses;

8) Intermitência do convênio médico, que vez ou outra é suspenso por falta de pagamento.

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