As atividades da Associação Bahiana de Imprensa na sétima edição da Flipelô – Festa Literária Internacional do Pelourinho movimentaram a sede da entidade, nesta quinta-feira (10). Os espaços culturais da ABI receberam centenas de pessoas em sua estreia na Flipelô+, circuito alternativo do evento realizado anualmente pela Fundação Casa de Jorge Amado.
O primeiro dia de programação na ABI levou ao Auditório Samuel Celestino os educadores Maria Glácia, pedagoga, e Nilo Cerqueira, artista visual e fotógrafo. Por meio da prática pedagógica “Todo Menino é um Rei. Toda Menina é uma Rainha” os profissionais desenvolvem o aprendizado de crianças pretas, ajudando-as a reconhecer e celebrar suas raízes e a profundidade de sua ancestralidade.
O projeto nasceu na Escola Municipal Eugênia Anna dos Santos, primeira escola fundada dentro de um terreiro de candomblé, o Ilê Opó Afonjá, no bairro de São Gonçalo do Retiro, na capital baiana.
“A iniciativa nasceu a partir da necessidade de gerar memória para essas crianças, incluindo-as no processo de produção de cultura”, explica a Pró Gal, como Maria Glácia é chamada pelos alunos, todos com idades entre 2 e 5 anos.
“É sempre uma satisfação muito grande quando podemos compartilhar um pouco daquilo que fazemos pela cultura e pela educação de meninos e meninas da rede pública municipal de ensino. Esse projeto é produto de um conceito teórico de educar pela cultura”, destaca Nilo Cerqueira.
No período da tarde, a roda de conversa “Imprensa e Literatura” reuniu ícones da litetura baiana. Sob a mediação da jornalista e apresentadora Ana Portela, os jornalistas escritores Ruy Espinheira Filho, Kátia Borges, Franklin Carvalho, José de Jesus Barreto e Alberto Oliveira apresentaram suas publicações mais recentes, dividiram com o público curiosidades sobre o ingresso na arte literária e sua aproximação com o jornalismo.
O encerramento do primeiro foi com a apresentação no Movimento Explosia, grupo fundado pela jornalista Vitória Régia Sampaio, em homenagem à sua mãe, a poeta, compositora e escritora Clotilde Sampaio. A intervenção resgatou a história de Clô, desde a sua vinda de São Paulo para Salvador, passando por suas vivências no Centro Histórico, que tanto a inspirou nos versos.