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Intimidação a Alana Rocha abre atuação da Rede de Combate à Violência

Jornalista teve o carro vandalizado na porta da emissora onde trabalha, em Riachão do Jacuípe (BA)

Enquanto apresentava um programa na rádio Gazeta FM, nesta quinta-feira (13), a jornalista Alana Rocha não imaginava a surpresa que a aguardava na saída: seu carro havia sido vandalizado na porta da emissora localizada em Riachão do Jacuípe, município baiano pertencente à Área de Expansão Metropolitana de Feira de Santana, a 186km de Salvador.

“Olha o que fizeram com o meu carro, gente!”, diz Alana Rocha em um vídeo publicado em seu Instagram (assista abaixo), mostrando o estrago causado por pedradas. Abalada pelo ato violento, ela afirma que o episódio está relacionado com a sua atuação profissional.

O caso deu início à atuação da Rede de Combate à Violência contra Profissionais de Imprensa, conduzida pela Associação Bahiana de Imprensa e pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia (Sinjorba). O coletivo lançado no dia 4 de abril conta com órgãos públicos ligados aos sistemas jurídico e de segurança, além de organizações da sociedade civil e empresas de comunicação.

Durante 4° Jornada de Mulheres do Sinjorba, no mês de março, Alana Rocha contou alguns episódios de violência física e psicológica a que foi submetida. A jornalista relatou perseguições de funcionários da prefeitura da cidade e a violência que transbordou do ambiente on-line, resultando em ameaças e ofensas diretas, além de processos na Justiça.

“O meu trabalho de jornalismo investigativo incomoda principalmente os políticos da região. Desde que começamos um trabalho fiscalizador na cidade, sofro muitos ataques. É dessa forma que tenho vivido”, denuncia. Segundo a profissional, os ataques sempre vêm acompanhados de xingamentos transfóbicos.

Um boletim de ocorrência (00234385/2023) foi registrado na Delegacia Territorial de Riachão do Jacuípe. De acordo com Alana, os corpos administrativo e jurídico da emissora trabalham para levantar imagens das câmeras de segurança.

“Já tive problemas com um político local, que me agrediu verbalmente por conta de uma situação na Câmara de Vereadores. Ele já fez ameaças veladas em discursos no plenário”, revela Alana Rocha.

Reprodução/Instagram

Segundo a jornalista, depois da publicação do vídeo que mostra o carro destruído, um usuário ligado ao político foi até o post no Instagram proferir ofensas.

Reprodução/Instagram

“Ele deixou mensagens que dão indícios de que a violência foi motivada pelo comentário que fiz na rádio, no qual critico a suspensão da sessão na Câmara por causa da morte de um parente dele”, acredita. Alana anexou à denúncia prints dos comentários feitos em seu perfil na rede social e mensagens de um grupo de Whatsapp.

No momento, há uma articulação entre a Rede e a polícia, para a condução das investigações. O delegado Ricardo Barros, assessor técnico do Gabinete da delegada-geral da Polícia Civil, Heloísa Brito, representa o órgão no coletivo. Ele está acompanhando a apuração de acordo com o protocolo definido pela corporação para os casos de agressões contra jornalistas. O documento foi apresentado no lançamento da Rede, já como resultado objetivo da audiência pública de 31 de janeiro.

A Comissão da Mulher do Sinjorba também prestou apoio à jornalista e está atenta aos desdobramentos do caso. “A ABI e o Sinjorba estão me dando um suporte incrível e que superou minhas expectativas. Eu não vou parar até que haja punição para quem fez isso”, agradece Alana Rocha.

  • Confira abaixo o post feito ontem pela jornalista:
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