Os jornalistas Peter Greste, Baher Mohamed e Mohamed Fahmy, do canal árabe Al-Jazeera, foram condenados a três anos de prisão no Egito por “divulgação de informações falsas” e trabalhar sem as autorizações necessárias em 2013. Segundo a AFP, Greste foi julgado in absentia, depois de ter sido expulso para a Austrália em fevereiro sob um decreto presidencial. Fahmy e Mohamed foram presos no tribunal logo após o anúncio da decisão. O juiz Hassan Farid alegou que os três “não eram jornalistas”, pois não estavam registrados como deveriam junto as autoridades competentes. Para a justiça egípcia, os profissionais apoiaram a Irmandade Muçulmana, do ex-presidente Mohamed Mursi.
A Al-Jazeera afirmou que irá recorrer junto ao Tribunal de Cassação, que pode confirmar ou anular a sentença. Se anular, o próprio órgão deverá examinar o caso. A advogada de Fahmy, Amal Clooney, disse que irá encontrar as autoridades do governo para pedir o perdão presidencial e a expulsão de seu cliente. Em um primeiro julgamento, realizado em junho de 2014, Fahmy e Greste haviam sido condenados a sete anos de prisão e Mohamed a dez. O Tribunal de Cassação, entretanto, anulou as condenações e pediu outra avaliação.
Na abertura do novo julgamento, em fevereiro, Mohamed e Fahmy foram colocados em liberdade condicional depois de mais de 400 dias de prisão. “Este é um precedente perigoso no Egito, [ver] que jornalistas podem ser presos simplesmente por informar e que os tribunais podem ser usados como ferramentas políticas”, lamentou Amal.
De acordo com o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), pelo menos 18 profissionais, em sua maioria acusadas de pertencer à Irmandade Muçulmana, estão presos no Egito.
*Informações do Portal IMPRENSA.