O estado da Bahia ocupa o sexto lugar em números de mortes de mulheres motivadas pela violência, tendo treze municípios entre os 100 com maiores índices de assassinato, segundo dados do Mapa da Violência de 2012. Para tentar reduzir essa estatística, Salvador será a primeira capital do país a receber a Casa da Mulher Brasileira. O espaço concentrará serviços de acolhimento e atendimento à mulher vítima de violência.
O temo de adesão da Bahia ao programa “Mulher, Viver sem Violência”, do governo federal, foi firmado nessa quinta-feira (29/8), na Governadoria, entre o governador Jaques Wagner, a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Eleonora Menicucci, nas presenças do prefeito da capital, Antônio Carlos Magalhães Neto, entre outras autoridades. O documento prevê a integração entre governos, prefeituras e justiça para melhorar e acelerar a assistência contra as mulheres vítimas da violência que não para de crescer na Bahia
A Casa da Mulher Brasileira será construída na região da Avenida Tancredo Neves, em um terreno pertencente a União, situado ao lado do Hospital Sarah. A obra financiada pelo governo federal está orçada em R$ 4,3 milhões. A casa que irá atender cerca de 200 pessoas por dia, contará com serviços de delegacia/juizado especializado, defensoria pública, abrigo temporário, central de transporte, espaço de convivência, atendimento psicossocial, sala de capacitação e orientação profissional.
De acordo com a ministra Eleonora Menicucci, Salvador foi escolhida para abrigar a primeira casa por ser a primeira capital do Brasil. A expectativa é que no início do ano de 2014 a instituição esteja em funcionamento. “Com os serviços que serão oferecidos haverá a celeridade e o apressamento das medidas protetivas que salvam as mulheres. Nosso objetivo é acabar com a impunidade e iniciar o fim da violência”, disse a ministra. Ele ressaltou ainda que a implantação da instituição não acaba com os programas já existente em Salvador que presta assistência as mulheres vítimas da violência, é o que faltava para que os serviços não percam as mulheres, que só sairão da unidade com a situação resolvida.
“Por ser a primeira casa a ser instalada em uma cidade brasileira, nossa expectativa é que o número de violência que nos envergonha tenha uma redução significante. Estamos caminhando fortemente para punir os culpados, conscientizar as mulheres de seus direitos e os homens que a violência contra a mulher é um crime inaceitável para que possamos ver a redução dos índices na Bahia. A relação entre homens e mulheres não pode ser através de pancadas, e sim de diálogos”, pontuou o governador.
O programa contará ainda com a Central de Atendimento à Mulher (180) como um disque-denúncia para acionamento imediato da Polícia Militar e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Além do aperfeiçoamento no sistema de coleta de vestígios de crimes sexuais.
Fonte: Tribuna da Bahia