A Faculdade de Comunicação da UFBA (Facom) iniciou hoje (21) as atividades do “Seminário GJOL 30 anos de jornalismo digital”. Composto por palestras, apresentações de trabalhos e minicursos, o evento semipresencial reúne pesquisadores, estudantes e profissionais da área para refletir sobre as transformações do jornalismo na era das redes.
O presidente da Associação Bahiana de Imprensa, Ernesto Marques, e a 1ª secretária da entidade, Amália Casal, estiveram presentes durante a abertura no auditório da Facom, em Salvador, assim como a diretora do Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba), Gabriela de Paula, Fernando Duarte, editor do Bahia Notícias, Shizue Miyazono, editora executiva do Bnews, e outros profissionais da área.
O Seminário é organizado pelo Grupo de Pesquisa em Jornalismo On-Line (GJOL) da Facom, e faz parte de uma rede de celebrações ibero-americanas, com eventos semelhantes celebrando o jornalismo digital em Portugal e na Espanha ao longo de 2025. O evento conta com o apoio institucional da ABI, do Sinjorba e de outras entidades ligadas à atividade jornalística.
A abertura do evento também teve presença do diretor da Facom, Leonardo Costa, do vice-diretor Washington Souza Filho. Foram exibidos três vídeos com falas de fundadores do GJOL, os professores Marcos Palacios e Elias Machado, que lembraram como a ascensão do jornalismo digital parecia improvável há 30 anos, além de um vídeo da pesquisadora Luciana Mielniczuk, falecida em 2018. Já a atual coordenadora do grupo de pesquisa, a professora Suzana Barbosa, explicou o propósito de comemorar esse marco.
“Nós marcamos muito isso do Jornalismo Digital porque defendemos esse campo de estudos que, como bem disseram Marcos e Elias, desacreditava-se que podia se estabilizar, e hoje podemos ver a preponderância dessa área de formação e de prática que impacta o jornalismo como uma instituição social”, explicou ela.

Além da abertura, pela manhã o auditório da Facom também recebeu a palestra “E tudo a Internet levou: memórias póstumas do jornalismo tal como o conhecemos”, do professor português João Canavilhas. Ao longo da palestra, o professor fez um apanhado das transformações que o ambiente digital trouxe ao jornalismo ao longo desses 30 anos, situando a internet dentre outros avanços tecnológicos como a prensa de caracteres móveis e as estradas de ferro, que mudaram o alcance e a velocidade do jornalismo.
“Ao longo do tempo o que tentou-se foi combater a distância e fazer o jornalismo chegar o mais longe possível o mais depressa possível. Então, quando aparece um novo meio que pode ajudar nestes aspectos [como a internet], evidentemente que nós percebemos que algo de importante estava a acontecer”, relatou ele.
Refletindo sobre as mudanças que o meio digital trouxe para a área, como relações mais próximas com as fontes e um acúmulo de funções ao jornalista, João Canavilhas insistiu na importância da escrita e da leitura qualificada como habilidade central do fazer jornalístico. “O fundamental é a língua portuguesa, saber escrever, saber entender aquilo que nos estão a dizer, e depois termos algumas competências técnicas”, pontuou.
Entre as atividades previstas nos próximos dias estão a palestra “Para onde estamos indo? Tendências para o Jornalismo Nativo Digital”, com Paula Miraglia e Marília Moreira, uma entrevista com a chefe da Assessoria Especial da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Nina Santos, e apresentações de trabalhos acadêmicos inscritos no seminário.
GJOL
Vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Póscom) da Facom, o Grupo de Pesquisa em Jornalismo On-Line desenvolve pesquisas no campo do Jornalismo em Redes Digitais e das Novas Tecnologias de Comunicação desde 1995. Criado pelos Professores Elias Machado (hoje na Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC) e Marcos Palacios (Coordenador Emérito / Consultor Sênior), o GJOL é hoje coordenado pela Professora Suzana Barbosa (UFBA). Aborda temas relacionados às inovações no jornalismo, jornalismo digital e intersecções com aspectos da comunicação e da cultura digital.