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Trio Cristalinas retoma Série Lunar e enaltece a produção feminina na música instrumental brasileira

Na noite desta quarta-feira (5), o Auditório Samuel Celestino, da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), recebeu o Trio Cristalinas para a retomada da Série Lunar 2025. O concerto, intitulado “Trio Cristalinas: sons da música brasileira”, apresentou ao público uma seleção de obras compostas e interpretadas por mulheres, valorizando a produção instrumental feminina na Bahia e no Brasil.

Formado por Suzana Kato (violoncelo), Jana Vasconcelos (violão) e Gabriela Machado (flauta), o trio estreou com um repertório que reuniu composições autorais e obras de nomes como Aline Falcão, Clarice Assad e Camila Alves. A apresentação, que trouxe carisma e feminilidade, destacou a sintonia construída pelas artistas.

No palco, a conexão entre as musicistas também se fazia notar. O olhar atento de uma para a outra, a sintonia e a leveza ao tocar mostravam que o trio vai muito além da técnica. Há parceria e amizade.

“Estamos muito felizes de estar aqui. Nosso repertório traz um grande diferencial. É que tanto Gabriela quanto Jana são compositoras, e trazemos um conteúdo majoritariamente feminino”, afirma Suzana Kato, ao comentar sobre a participação no projeto.

O público acompanhou o concerto de forma participativa, atenta e emocionada. Entre aplausos e expressões de curiosidade, reagia a cada peça com entusiasmo, especialmente a ex-coordenadora da Série Lunar, Amália Casal, que conduziu a passagem de bastão para a nova coordenadora, a jornalista Yara Vasku, diretora de Cultura da ABI. Quem também participou da recepção à atual coordenação foi a pianista e professora Teca Gondim, vice-diretora da Escola de M´úsica da UFBA, instituição parceira da ABI na Série Lunar.

Para Amália Casal, o concerto reforçou o propósito do projeto, criado em parceria com a Emus/UFBA. “A Série Lunar é uma iniciativa que deu certo, que trouxe músicos incríveis e um público cativo. Sempre tem uma lua nos acompanhando, às vezes, ela aparece; às vezes, se esconde, mas está sempre presente, inspirando o projeto”, destacou.

“Já venho acompanhando o projeto há algum tempo pela Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF), que hoje é uma das apoiadoras, mas agora fico ainda mais feliz em contribuir de perto. O que mais espero é que possamos manter esse diálogo e receber sempre o feedback do público para seguir fortalecendo as ações culturais”, disse Yara Vasku.

A noite terminou com “Doce de Côco”, de Jacó Bandolim. A escolha arrancou sorrisos da plateia. Depois de um repertório inteiramente dedicado a compositoras, foi uma ironia leve encerrar com uma obra assinada por um homem. Um jeito divertido de quebrar o clima e finalizar uma apresentação marcada pela presença e pela força feminina.

A Série Lunar é fruto da parceria entre a ABI e a Escola de Música da Universidade Federal da Bahia (Emus/UFBA). A iniciativa proporciona desde 2019 concertos com professores, servidores do corpo técnico-administrativo e alunos vinculados à instituição de ensino. Desde 2024, o projeto conta com o apoio de empresas e instituições comprometidas com a cultura e a educação na Bahia. Esta edição é apoiada pela Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF).

A retomada marca o início da segunda temporada do projeto, que ainda contará com mais duas edições em 2025: nos dias 18 de novembro e 3 de dezembro, com atrações que serão divulgadas em breve.

  • Confira no álbum os cliques da fotojornalista Marina Silva:

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