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CIB determina vacinação apenas por critério de idade na Bahia

Incluída como público prioritário, categoria dos profissionais de imprensa tem imunização suspensa

A partir de agora, a vacinação contra Covid-19 passa a ser apenas por critério de idade na Bahia. Segundo informações da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), a decisão foi tomada ontem (17), em reunião da Comissão Intergestores Bipartite (CIB) e começa a valer nesta sexta-feira (18). As únicas exceções são as gestantes, puérperas e os trabalhadores da saúde, que podem entrar como grupos prioritários. Ainda segundo a Sesab, a nova resolução será publicada no Diário Oficial do Estado (DOE).

O Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba) afirma que ainda analisará detalhadamente os efeitos práticos da nova decisão para a categoria, que recebeu com surpresa a suspensão da vacinação. “A entidade compreende o objetivo de garantir avanço da imunização no Estado da Bahia, mas a suspensão da vacinação dos públicos prioritários é uma grande injustiça com as categorias de serviços essenciais que não foram totalmente imunizadas, como os profissionais de imprensa”, argumenta Moacy Neves, presidente do Sinjorba.

Segundo o Sinjorba, a vacinação dos jornalistas foi atrapalhada desde o início pela não inclusão no PNO, pelo Ministério da Saúde. Depois, porque somente em 18 de maio a CIB aprovou a medida, prejudicada posteriormente pelas “recomendações” intempestivas do MPF e MPE às prefeituras. Por fim, pelo atraso dos municípios em iniciar a imunização. Moacy Neves lembra que há cidades onde a imunização dos profissionais de imprensa está iniciando apenas nesta sexta (18), como em Juazeiro e Eunápolis, um mês depois da resolução 085.

“Por dever de coerência e por respeito ao SUS, devemos respeitar a decisão soberana da CIB, mesmo defendendo que ela seja revista”, defende o jornalista Ernesto Marques, presidente da Associação Bahiana de Imprensa (ABI). Ele considera um avanço o aumento na oferta de vacinas, mas acredita que a ainda demora para atingir uma cobertura que proteja a população do surgimento de novas cepas do vírus. “Isso significa dizer que, tanto quanto a essencialidade do trabalho da imprensa, permanece a necessidade de termos os profissionais protegidos para cumprirem sua missão com a maior segurança possível. Não me parece racional interromper a vacinação de um grupo numericamente pequeno, depois de iniciada a vacinação dos comunicadores. Cabe à CIB explicar a sua decisão”, completa o dirigente.

O presidente do Sinjorba diz que a categoria não vai aceitar conformada esta nova situação. Além da ação judicial contra a União para resolver esse impasse em definitivo, já ingressada, a entidade vai continuar mobilizada para garantir a equidade do princípio de vacinação do público prioritário. “Outras categorias de trabalhadores foram totalmente imunizadas enquanto os jornalistas e radialistas, que estão nas ruas, redações e estúdios expostos ao adoecimento e morte, caso se confirme a suspensão, serão vacinados pela metade”, reclama Moacy Neves.

Qualquer novidade sobre a retomada da vacinação da categoria será informada nos canais oficiais da ABI e do Sinjorba.

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