ABI BAHIANA

Com seminário, ABI e IGHB celebram bicentenário da Independência da Bahia

Primeiro dia do evento detalha o surgimento da liberdade de imprensa e a influência maçônica no estabelecimento da imprensa baiana

O que representou a Constituição de Cádiz? Quais os impactos desse documento histórico para a imprensa? Como a maçonaria influenciou no estabelecimento da imprensa? E o que tudo isso tem a ver com a expulsão das tropas portuguesas do Brasil? O primeiro dia do seminário “A imprensa e a Independência do Brasil na Bahia” respondeu essas perguntas e muitas outras.

O evento realizado pela Associação Bahiana de Imprensa, com o apoio do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB), reuniu pesquisadores, professores e profissionais da imprensa, como parte das celebrações do bicentenário da Independência da Bahia, o 2 de Julho. A data destaca a importância das guerras travadas em solo baiano e que resultaram na consolidação da liberdade brasileira em relação ao domínio colonial.

A abertura do seminário foi feita por Ernesto Marques, presidente da ABI, e Joaci Góes, presidente do IGHB. A primeira palestra da tarde apresentou uma figura conhecida da ABI: o jornalista e filósofo Cipriano Barata, cujo retrato é exibido em uma das paredes da sede da instituição. “O periodista Cipriano Barata e a Constituição Gaditana no processo da Independência” foi comandada pelo professor Jairdilson da Paz Silva, doutor e professor na Universidade de Salamanca.

O docente utilizou a iconografia para eleborar um ressgate sobre a atuação do jornalista, panfletista, político, que, com seus ideais libertários inspirados pela Revolução Francesa, pautou a opinião pública e defendeu o fim da monarquia e da escravidão. Eleito deputado pela Província da Bahia, fez sua estreia na imprensa com a Gazeta de Pernambuco. Naquelas páginas, ele denunciou os objetivos absolutistas de D. Pedro e uma possível recolonização. Mais tarde, ele fundou o próprio veículo de comunicação, o jornal Sentinela da Liberdade na Guarita de Pernambuco, em abril de 1823. Jairdilson da Paz falou sobre como a Constituição Gaditana se relacionava com a liberdade de imprensa.

Já a partir de 1802, redes de sociabilidade macônica influenciaram no estabelecimento da imprensa e nas transformações políticas que conduziram ao processo de Independência do Brasil na Bahia. Foi o que detalhou o professor Pablo Iglesias Magalhães. Com a palestra “Maçonaria e imprensa: redes intelectuais na Independência do Brasil na Bahia (1822-1823)”, o doutor em História Social pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e professor da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB).

O seminário será encerrado nesta quinta-feira (15), com as palestras “Os jornais como fonte de pesquisa sobre a história do 2 de julho”, do professor e historiador Manoel Passos; “A Imprensa portuguesa e a Independência do Brasil”, com o professor e historiador Sérgio Guerra Filho; e “Jornalismo de Combate: Montezuma e o Diário Constitucional na luta contra Madeira de Melo e as Cortes”, ministrada pelo jornalista e pesquisador Jorge Ramos, 2º secretário da ABI.

Participaram do evento o diretor de Cultura da ABI, Nelson Varón Cadena; o 1° vice-presidente, Luis Guilherme Pontes Tavares; a 1ª secretária Amália Casal; o diretor Social, Nelson José de Carvalho; o vice-presidente da Assembleia Geral, Sérgio Mattos; o jornalista e escritor Clarindo Silva; entre outros profissionais ligados à imprensa e à cultura.

Assista no canal da ABI:

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