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Jornal do Commercio fecha as portas depois de 189 anos

Circula nesta sexta-feira (29) a última edição do mais antigo jornal em circulação ininterrupta na América Latina, o “Jornal do Commercio”, do Rio de Janeiro. O diário com foco em economia fecha as portas depois de 189 anos, tendo publicado sua primeira edição em 1º de outubro de 1827. Também encerram as atividades hoje a edição on-line do jornal e o impresso “Diário Mercantil”, todos pertencentes ao mesmo grupo, o Diários Associados. Em dezembro do ano passado, o grupo já havia fechado a Rádio Nativa FM. A Rádio Tupi continuará suas atividades, sendo agora o único veículo do grupo no estado.

“Até 2011, o jornal tinha boa receita, mas, infelizmente, não tivemos estrutura para aguentar sucessivas perdas. O nome e a tradição do jornal não foram suficientes”, lastima presidente do “Jornal do Commercio”, Mauricio Dinepi. Ele afirma que o primeiro revés para o jornal foi a transferência da negociação de ações da Bolsa do Rio para São Paulo no início dos anos 2000. O segundo golpe na receita ocorreu com o fim da obrigação de publicar balanços financeiros em jornais. Paralelamente a isso, Dinepi ressalta a redução nos anúncios e a força maior da internet. Desde 2012, a situação financeira já não era boa e se agravou com a crise econômica.

JC - encerra atividadesNa década de 1990, no auge, o “Jornal do Commercio” chegou a contar com 90 profissionais em sua antiga redação, no Centro do Rio. Atualmente, a redação sediada em São Cristóvão, tem de 25 a 30 funcionários. Dinepi não especificou o total de demitidos. A empresa usará as receitas dos meses de março e abril para regularizar a folha de pagamento dos funcionários, atrasada há um mês e meio.

Sobre o fim da edição on-line, Dinepi explica que a publicação não tem condição de arcar com o investimento. “O jornal impresso é mais caro, o papel é muito custoso, mas para continuar com o site também é preciso ter anunciantes porque exige atualização constante”, explica.

Ao longo de sua história, o jornal teve papel importante no movimento que culminou com a abdicação de D. Pedro I ao trono. Seu filho e sucessor, D. Pedro II escrevia sob pseudônimo. Passaram pelo jornal colaboradores como José Maria da Silva Paranhos (Barão do Rio Branco), José de Alencar, Joaquim Nabuco, Rui Barbosa, Visconde de Taunay, entre outros.

Versão digital da última edição pode ser lida aqui.

*Informações dos jornais EXTRA e O Dia.

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