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Curso Estado de Jornalismo Econômico abre seleção

Está aberta a seleção para o 8º Curso Estado de Jornalismo Econômico, parceria do Grupo Estado com a Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV). As inscrições vão até o dia 27 de março e devem ser feitas pelo site Vagas.com. O programa é gratuito e será realizado em período integral, de 16 de abril a 13 de julho, na sede do Estadão.

Podem participar da seleção estudantes de todo o Brasil que estejam no último semestre de jornalismo ou se formaram há dois anos (2016 ou 2017). Na primeira etapa do processo, toda online, os candidatos incluem currículo e justificativa de interesse no site. Também fazem provas de conhecimentos econômicos, português e inglês.

Até 75 candidatos passam para a segunda etapa da seleção, em São Paulo. Nesta fase, que ocorre nos dias 3, 4, 5 e 6 de abril, os aprovados têm um dia de atividades no jornal. Na parte da manhã, fazem teste de conhecimentos econômicos e português, e escrevem uma reportagem econômica. No intervalo após o almoço, conhecem a redação e outras áreas do Grupo Estado. E, à tarde, passam por uma rodada de entrevistas.

*Bianca Gomes para o Estadão.

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Agenda Brasil inscreve jornalistas de economia e negócios

A Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), em São Paulo, abriu inscrições para a 15ª edição da Agenda Brasil, curso de extensão para jornalistas especializados em economia e negócios, que trabalham em veículos de comunicação. Gratuito, o programa tem duração de 16 aulas e está marcado para acontecer de 7 de março a 20 de junho.

De acordo com a divulgação da instituição, os encontros irão apresentar discussões sobre temas como Governança Corporativa, Cultura Brasileira, Previdência e Reforma Tributária, Reforma Política, Política Norte-Americana, Sustentabilidade e Direito Ambiental, Agronegócio, Transformações do Mundo no século XXI, Mobilidade Urbana, Papel da Mulher na Sociedade Corporativa, Fintechs (um tipo de empresa que une tecnologia com serviços financeiros) e Disrupção no Mercado financeiro (termo usado para descrever inovações que oferecem produtos acessíveis e criam um novo mercado de consumidores), Administração Pública e Economia Criativa.

Como participar? – Para fazer parte do curso, o interessado deve passar por duas etapas do processo seletivo. A primeira é o preenchimento da ficha de inscrição online, disponível neste link. Depois, é preciso enviar carta de recomendação assinada pelo superior direto e currículo atualizado para o e-mail [email protected]. O prazo máximo para se candidatar é 22/02.

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Jornal do Commercio fecha as portas depois de 189 anos

Circula nesta sexta-feira (29) a última edição do mais antigo jornal em circulação ininterrupta na América Latina, o “Jornal do Commercio”, do Rio de Janeiro. O diário com foco em economia fecha as portas depois de 189 anos, tendo publicado sua primeira edição em 1º de outubro de 1827. Também encerram as atividades hoje a edição on-line do jornal e o impresso “Diário Mercantil”, todos pertencentes ao mesmo grupo, o Diários Associados. Em dezembro do ano passado, o grupo já havia fechado a Rádio Nativa FM. A Rádio Tupi continuará suas atividades, sendo agora o único veículo do grupo no estado.

“Até 2011, o jornal tinha boa receita, mas, infelizmente, não tivemos estrutura para aguentar sucessivas perdas. O nome e a tradição do jornal não foram suficientes”, lastima presidente do “Jornal do Commercio”, Mauricio Dinepi. Ele afirma que o primeiro revés para o jornal foi a transferência da negociação de ações da Bolsa do Rio para São Paulo no início dos anos 2000. O segundo golpe na receita ocorreu com o fim da obrigação de publicar balanços financeiros em jornais. Paralelamente a isso, Dinepi ressalta a redução nos anúncios e a força maior da internet. Desde 2012, a situação financeira já não era boa e se agravou com a crise econômica.

JC - encerra atividadesNa década de 1990, no auge, o “Jornal do Commercio” chegou a contar com 90 profissionais em sua antiga redação, no Centro do Rio. Atualmente, a redação sediada em São Cristóvão, tem de 25 a 30 funcionários. Dinepi não especificou o total de demitidos. A empresa usará as receitas dos meses de março e abril para regularizar a folha de pagamento dos funcionários, atrasada há um mês e meio.

Sobre o fim da edição on-line, Dinepi explica que a publicação não tem condição de arcar com o investimento. “O jornal impresso é mais caro, o papel é muito custoso, mas para continuar com o site também é preciso ter anunciantes porque exige atualização constante”, explica.

Ao longo de sua história, o jornal teve papel importante no movimento que culminou com a abdicação de D. Pedro I ao trono. Seu filho e sucessor, D. Pedro II escrevia sob pseudônimo. Passaram pelo jornal colaboradores como José Maria da Silva Paranhos (Barão do Rio Branco), José de Alencar, Joaquim Nabuco, Rui Barbosa, Visconde de Taunay, entre outros.

Versão digital da última edição pode ser lida aqui.

*Informações dos jornais EXTRA e O Dia.

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EUA e Cuba iniciam uma nova era entre dois adversários históricos

DEU NO EL PAÍS (Edição Brasil) – A Guerra Fria terminou nesta quarta-feira na América. Um quarto de século depois da queda do muro do Berlim, Estados Unidos e Cuba deram o primeiro passo para normalizar suas relações e encerrar uma das últimas anomalias da política externa norte-americana: um sistema de sanções em vigor desde 1961, que afinal foi inútil para seu propósito, o fim do regime dos irmãos Castro. O presidente Barack Obama anunciou o início de conversações com a ilha para restabelecer as relações diplomáticas, rompidas há 53 anos, e para abrir uma embaixada em Havana. Obama determinou uma revisão da presença de Cuba na lista de patrocinadores do terrorismo. Washington facilitará as viagens e o comércio. O degelo foi anunciado horas após a revelação de que haveria uma troca de dois presos norte-americanos em Cuba por três cubanos que estão nos EUA. O acordo, depois de uma conversa de Obama com Raúl Castro, é resultado de mais de um ano de negociações, nas quais o Papa teve um papel central.

O presidente Obama, que em 2009 chegou à Casa Branca com a promessa de dialogar com os líderes rivais, justificou a decisão pela ineficácia das sanções diplomáticas e do embargo comercial. “No final das contas”, disse em uma declaração solene, “esses 50 anos demonstraram que o isolamento não funcionou. Chegou a hora de um novo enfoque”.

A tensão marcou as relações com Cuba por parte de todos os presidentes norte-americanos desde Dwight Eisenhower. Nesse período, o exílio cubano transformou o sul da Flórida. A pressão para evitar qualquer concessão aos Castros, afiliados à União Soviética durante a Guerra Fria, e o desinteresse de Havana pela perda do argumento de vítima do embargo, frearam as tentativas e aproximação.

As medidas anunciadas nesta quarta-feira por Obama –ao mesmo tempo em que Raúl Castro se dirigia aos cubanos pela televisão– rompem a política dos EUA e se deparam com uma forte resistência no Congresso, refratário até agora a qualquer sinal de distensão se, em troca, Cuba não se democratizar. Líderes republicanos como o senador Marco Rubio, filho de cubanos, prometeram fazer o possível para, em suas palavras, “bloquear essa tentativa perigosa e desesperada do presidente de abrilhantar seu legado às custas do povo cubano”.

Obama não pode levantar por sua conta o embargo, um complexo emaranhado normativo. Suprimir boa parte das sanções econômicas requer a aprovação do Congresso. Mas ele dispõe, sim, de margem para relaxar a tensão, e essa é a via que adota com a anuência do presidente Castro. A conversa telefônica de Obama e Castro – a primeira oficial de um líder norte-americano e outro cubano desde a Revolução Cubana, em 1959– foi o ponto culminante na terça-feira de meses de negociações secretas entre emissários da Casa Branca e do Governo cubano. Obama e Castro falaram por cerca de uma hora.

Na primeira hora desta quarta-feira a Casa Branca anunciou que Cuba libertava Alan Gross, um subcontratado norte-americano preso em Havana desde 2009, e também um misterioso espião de nacionalidade cubana, que trabalhava para os EUA e estava havia quase vinte anos preso. Em troca, os EUA soltaram três espiões cubanos que estavam havia mais de uma década detidos no país. A Casa Branca insistiu durante anos que a detenção de Gross era o obstáculo decisivo para qualquer aproximação.

A negociação tinha começado muito antes, em junho de 2013. Os emissários se reuniram várias vezes no Canadá. A reunião decisiva se realizou neste semestre no Vaticano. O papa Francisco atuou como mediador. Obama e o papa abordaram o problema em março, quando o presidente dos EUA visitou Roma. E em meados do ano Francisco enviou uma carta a Obama e a Castro na qual fazia um chamamento para que resolvessem a detenção dos presos em ambos os países.

O ocorrido nesta quarta-feira é o primeiro gesto de aproximação de Obama em relação a Cuba. Nos seis anos em que está na Casa Branca, ele suavizou as condições para que os cubano-americanos viajassem para a ilha e enviassem remessas de dinheiro. Em paralelo, Castro adotou algumas medidas para liberalizar a economia cubana.

O contexto mudou nos EUA e no sul da Flórida em relação à Guerra Fria e os anos posteriores à dissolução do bloco soviético. Miami já não é a capital dos exilados intransigentes, como foi em outra época, embora esse grupo mantenha uma decisiva influência política em Washington. As novas gerações de cidadãos de origem cubana se distanciam das posições mais duras contra o castrismo. Uma pesquisa recente indicou que 52% da comunidade cubana em Miami se opõe à manutenção do embargo.

Figuras eminentes da comunidade, como o magnata do açúcar Alfy Fanjul, também se pronunciaram a favor de uma mudança de política. E o big business –o mundo da grande empresa norte-americana– não quer perder oportunidades de negócios em uma futura Cuba aberta ao capitalismo.

O argumento de Obama para defender a normalização não é que os EUA devam abandonar a bandeira dos direitos humanos e da democracia em Cuba, mas que a melhor maneira de promovê-la é abrindo-se à ilha. Daí o fato de Obama insistir na prioridade de medidas para facilitar o comércio –as instituições financeiras dos EUA poderão abrir contas em bancos cubanos– e as viagens: como na Espanha dos anos 60, essa pode ser a melhor maneira para que circulem as ideias que acabem precipitando a mudança.

Para o Governo Obama, abrir-se a Cuba é uma questão de interesse nacional. A Casa Branca admite que a tensão era um obstáculo nas relações com o restante da América Latina. Em abril está previsto que Obama compareça com Castro à cúpula das Américas no Panamá. Se as medidas desembocarem em uma normalização plena, será eliminado o último resquício da Guerra Fria na América Latina. Não é o único no mundo. Além da pendência das negociações com o Irã, resta a Coreia do Norte.

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