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Livro com capítulo de Sérgio Mattos é lançado pela Socicom

O jornalista, escritor e professor Sérgio Mattos é um dos autores do e-book “O Campo da Comunicação – epistemologia e contribuições científicas”, que será lançado no próximo dia 08 de dezembro. Mattos foi convidado para, em um capítulo do livro, apresentar as contribuições do pesquisador José Marques de Melo para o campo da comunicação e o fez com base em suas pesquisas e em articulação com outros autores. 

Essa é mais uma obra em que Sérgio Mattos, que é vice-presidente da Assembleia Geral da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), dedica à vida e à obra de Marques de Melo, que morreu em 2018. Mattos é biógrafo do pesquisador e escreveu O Guerreiro Midiático (Vozes/Intercom) e José Marques de Melo: um poço de saberes (Quarteto). 

Como o e-book é dedicado a entender a formação do campo da comunicação no Brasil, o capítulo de Mattos foca nas contribuições de Marques de Melo para a pesquisa e para o entendimento do funcionamento do jornalismo. O autor detalha a busca do pesquisador por pensar a pesquisa em jornalismo a partir de teorias e metodologias que conversassem com a prática. “Marques de Melo se transformou em um dos mais fecundos autores latino-americanos, construindo obras de referência para o Jornalismo e para a Comunicação, além de construir a memória do campo e lhe dar legitimação acadêmica”, afirma Mattos em um trecho do livro. 

Marques de Melo, que é alagoano, foi o primeiro doutor em Jornalismo do Brasil e tem como uma das principais contribuições os estudos dos gêneros jornalísticos. Já Sérgio Mattos é pesquisador da mídia e de sua história desde a década de 1970. Já escreveu mais de 50 livros, além de dezenas de capítulos e artigos científicos. Leciona na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e tem doutorado pela Universidade do Texas (EUA).

O Livro

Livro terá distribuição gratuita

Organizado por Nelia Bianco e Ruy Sardinha Lopes, o livro é de responsabilidade da Socicom, a Federação Brasileira das Associações Científicas e Acadêmicas de Comunicação, que há 12 anos trabalha para o desenvolvimento de ações para a consolidação da comunicação como grande área de conhecimento. Mattos já participou de um e-book da Socicom como entrevistado.

De acordo com a Socicom, na primeira parte do livro, em que o capítulo de Mattos está incluso, pesquisadores convidados debatem sobre a condição da comunicação como disciplina, a construção do campo e questões epistemológicas. Entre os autores desta primeira seção estão o professor Luiz Martino; Ana Regina Rêgo, que discute a Comunicação entre o fenômeno e a cientificidade; Marialva Barbosa, que apresenta as perspectivas históricas da pesquisa em Comunicação no país; Maria Ataíde Malcher, que, junto com outros autores, constrói um guia para se conhecer textos e autores do campo; além de Antônio Hohlfeldt, César Bolaño, Manoel Dourado Bastos e Sérgio Dayrell Porto.

Na segunda parte, entidades acadêmicas e científicas filiadas a Socicom – Intercom, Abrapcorp, SBPJor, Ulepicc, Forcine, ABPcom, Rede Folkcom, ABCiber, Alcar e ABP2 – abordam as contribuições que têm oferecido para o desenvolvimento do campo da Comunicação. A obra será publicada pelo Selo Socicom Livros e tem acesso gratuito. 


SERVIÇO
O quê: Lançamento do e-book O Campo da Comunicação – epistemologia e contribuições científicas

Quando: 8 de dezembro, às 16h30

Onde: Online, no Portcom, durante o 43º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação Intercom 2020 – somente para inscritos no evento

Distribuição: Gratuita a partir de 8 de dezembro no site da Socicom (www.socicom.org.br)

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Prêmio ANJ de Liberdade de Imprensa 2020 faz homenagem ao Jornalismo

Por ANJ

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) concedeu o Prêmio ANJ de Liberdade de Imprensa de 2020 ao Jornalismo. Diferente das premiações anteriores, sempre atribuídas a pessoas ou instituições que se destacaram no campo da liberdade de imprensa, a ANJ optou este ano por homenagear a própria atividade jornalística, pela sua atuação dedicada e corajosa em defesa da democracia, das liberdades, da verdade e da pluralidade de pensamento.

Na impossibilidade de um evento presencial, diante das limitações impostas pela pandemia de Covid-19, a ANJ entendeu que 2020 criou a oportunidade para uma premiação conceitual a uma atividade que é essencial para o dia a dia dos cidadãos. “As condições adversas da pandemia atingiram em cheio o exercício diário do jornalismo, assim como atingiram tantas outras atividades. Mesmo trabalhando em casa, longe do ambiente rico das redações, editores e repórteres prosseguiram cumprindo sua missão. Todo o restante da indústria também se adaptou e levou as informações à sociedade, no impresso e no digital”, assinala Marcelo Rech, presidente da ANJ.

Para a ANJ, a premiação deste ano se justifica ainda mais porque o esforço pelo jornalismo de qualidade enfrenta um ambiente em que se cultiva a desinformação como instrumento de política e crescem os ataques, físicos ou virtuais, aos profissionais da imprensa.

O Prêmio ANJ de Liberdade de Imprensa é entregue desde 2008 e foi criado com o objetivo de homenagear pessoas ou instituições que tenham se destacado na promoção ou na defesa da liberdade de imprensa, ou cuja atuação demonstre a importância fundamental da liberdade de imprensa para a sociedade e para as democracias. No ano passado, o premiado foi o ministro Celso de Mello, que se aposentou há algumas semanas do Supremo Tribunal Federal e teve em 30 anos naquela corte uma trajetória marcada pela defesa veemente e coerente da liberdade de imprensa.

Os demais premiados foram: Carlos Ayres Britto (ex-ministro do STF), Miro Teixeira (ex-deputado federal), Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), Diario Clarín (Argentina), Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (ABRAJI), Catalina Botero (ex-Relatora Especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos), Cármen Lúcia (ministra do STF), jornal Gazeta do Povo (Paraná), Míriam Leitão (jornalista) e Associação Mundial de Editores de Notícias (WAN-IFRA).

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Artigos

Dois amigos baianos na São Paulo do século XIX

Luis Guilherme Pontes Tavares*

Em 13 de dezembro de 1880, o poeta, jornalista, advogado, professor e abolicionista Luiz [Gonzaga Pinto da] Gama (1830-1882) registrava sua confiança e apreço no médico e conterrâneo baiano Jayme Soares Serva (1843-1902). O fez em carta ao jornalista Ferreira de Menezes, seu amigo e editor do jornal paulista Gazeta da Tarde. O texto foi publicado na seção “Ao público” da edição de 16dez1880 e lê-se este trecho: (…) “ainda pouco saio à tarde, para não contrariar as prescrições do meu escrupuloso médico e excelente amigo, Dr. Jaime Serva”.

A carta foi incluída no novo livro – Lições de resistência. Artigos de Luiz Gama na imprensa de São Paulo e do Rio de Janeiro (São Paulo: Edições Sesc, 2020), p. 262-266 –, da professora doutora Ligia Fonseca Ferreira, da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo), e, logo que li, desejei que a amizade dos baianos Jayme e Luiz, na São Paulo da segunda metade do século XIX, provocasse a atenção de estudiosos. O médico tinha então 37 anos e Gama tinha 50 anos e, naquele patamar da vida, encontrava-se abatido pela diabetes.

O “excelente amigo” de Luiz Gama é neto do pioneiro da indústria gráfico-editorial privada brasileira, o empresário Manoel Antônio da Silva Serva (Freguesia de Cerva, 1761-Rio de Janeiro, 1819) e bisavô do jornalista paulista Leão Serva, biógrafo do tetravô que inaugurou a Imprensa baiana com os periódicos Idade d’Ouro do Brazil (1811-1823) e As Variedades ou Ensaios de Literatura (1812). Tudo isso torna o Dr. Jayme Soares Serva mais próximo de nós e nos motiva a escrever estas linhas.

Ele se formou em Medicina, na Bahia, em 1867. Dois anos antes, todavia, foi incorporado, como voluntário, ao Serviço de Saúde do Exército no front da Guerra do Paraguai. Retornou a Salvador, com a patente de Major Médico e recebeu a Medalha da Ordem da Rosa, criada pelo Imperador Pedro I em 1829, e concluiu o curso. Formado, pouco depois, seguiu para São Paulo. Atuou em Itu, onde casou-se com a senhora Victoria Pinto. Segundo o irmão de Leão, Jaime, xará do bisavô e do pai, em postagem que fez no chat do https://viladecerva.blogs.sapo.pt/3728.html, em 07dez2012, o contemporâneo e amigo de Luiz Gama teve muitos filhos.

Abolicionista e republicano como Gama, Jayme Soares Serva foi, em São Paulo, diretor da Secção de Estatística Demographo-Sanitária do Serviço Sanitário da capital paulista e, a partir de 1894, editor do Boletim Médico. Assistiu, pois, a Abolição da Escravatura e a Proclamação da República, aspirações que fortaleciam o diálogo com Luiz Gama.

O pesquisador Nelson Varón Cadena acrescentou que, em Salvador, o estudante Jayme Serva foi diretor do Sociedade Clube Dramático, ligada a Teatro São Pedro de Alcântara, que funcionava na  Rua de Baixo de São Bento (atual Carlos Gomes).

Enfim, aspiro que a amizade de Luiz e Jayme possa ser pesquisada e documentada e nos sirva de exemplo na luta pelos ideais comuns.

*Jornalista, produtor editorial e professor. Integra a diretoria da ABI. [email protected]

Nossas colunas contam com diferentes autores e colaboradores. As opiniões expostas nos textos não necessariamente refletem o posicionamento da Associação Bahiana de Imprensa (ABI).

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ABI BAHIANA

Nota de solidariedade ao jornalista Celino Souza e ao site Sudoeste Digital (Vitória da Conquista)

A Associação Bahiana de Imprensa acompanha com grande preocupação os processos judiciais e todas as iniciativas contra profissionais de imprensa com o objetivo claro de impedir o livre exercício do jornalismo em Vitória da Conquista. Assim como é dever de qualquer profissional de imprensa apurar com rigor técnico e ético, toda e qualquer informação de interesse público sobre governos, é obrigação de qualquer agente público respeitar tal desiderato e prestar as informações devidas à sociedade.

Os quatro processos movidos pela coligação “O trabalho tem que continuar” contra o jornalista Celino Souza e o site Sudoeste Digital miram em um profissional e um veículo, mas alvejam a imprensa, enquanto instituição da democracia.

A ABI entende o caso como ação intimidatória que, em última análise, alcança os demais profissionais e veículos conquistenses pela imposição do medo de enfrentar, em desproporção e flagrante desvantagem, um aparato judicial poderoso. Na prática, a ação objetiva impor censura e, ainda mais grave, incutir autocensura entre os demais profissionais.

A Associação Bahiana de Imprensa expressa sua irrestrita solidariedade a Celino Souza e ao Sudoeste Digital, bem como se compromete a prestar o apoio necessário, caso não haja a esperada desistência dos processos que atentam contra o livre exercício do jornalismo, o direito à informação e agridem a democracia.

Associação Bahiana de Imprensa
Ernesto Dantas Araújo Marques – presidente

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