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Manifestação de professores em Curitiba tem confronto com a PM, bombas e agressão

Deu em O Globo – Em pouco mais de uma hora de confronto, 213 pessoas, segundo a prefeitura de Curitiba, ficaram feridas num protesto de professores em greve que terminou em confronto com a polícia, em frente à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Segundo o serviço médico municipal, oito manifestantes — três com traumatismo craniano — foram levados a hospitais em estado grave. O governo paranaense, porém, fez à noite outro balanço: 40 manifestantes e 22 policiais feridos. A PM informou que sete manifestantes foram presos.

A confusão começou no início da tarde desta quarta-feira, após um grupo de professores tentar invadir a Alep, no momento em que começaria a votação de uma lei que muda as regras da previdência social do funcionalismo público. A greve dos professores começou em fevereiro e durou até o fim de março. No sábado, a categoria retomou a paralisação. Assim que derrubaram as grades, os manifestantes foram contidos com tiros de bala de borracha e jatos d´água. Cerca de 20 mil pessoas participavam do ato, segundo os organizadores. A polícia não contabilizou. Nos arredores do Centro Cívico, onde aconteceu o confronto, uma creche foi fechada, e as crianças, dispensadas.

Em meio ao avanço da polícia, os manifestantes reagiam jogando pedras e pedaços de pau. Equipados com capacetes, cassetetes e escudos, os soldados também avançaram sobre os jornalistas. Um cachorro pitbull da Polícia Militar mordeu um repórter cinematográfico da TV Bandeirantes. Ele foi levado em estado grave para uma ambulância do Samu e passaria ainda ontem por uma cirurgia. Uma equipe de TV foi afastada da área do conflito com jatos de água. Os profissionais foram derrubados no chão com o impacto. Um jornalista da CATVE foi ferido por uma bala de borracha no rosto, segundo testemunhas. Imagens gravadas no local mostram policiais chutando manifestantes que já estavam rendidos, sentados no chão.

A tentativa dos professores de impedir a votação da lei foi inócua. O projeto foi aprovado no início da noite, em segundo turno, com 30 votos favoráveis e 21 contrários. Os parlamentares chegaram a fechar a sessão por causa da confusão, mas abriram uma extraordinária e aprovaram as mudanças da regra previdenciária. O projeto vai para a sanção do governador Beto Richa (PSDB). Em meio a uma crise financeira, o governador enviou à Alep proposta que muda as regras de pagamentos do fundo de previdências estadual, a Paraná Previdência. O projeto propõe que 33 mil beneficiários com 73 anos ou mais sejam transferidos do Fundo Financeiro, mantido pelo Tesouro estadual, para o Fundo Previdenciário, bancado por contribuições dos servidores e do poder público. Assim, o governo deixa de pagar sozinho essas aposentadorias e divide a conta com os servidores.

Os servidores são contra a medida. Alegam que a mudança comprometeria a saúde financeira da Paraná Previdência. O governo nega e argumenta que o estado continuará arcando, mensalmente, com R$ 380 milhões para os benefícios de servidores civis e militares. Em razão da proposta, os professores, uma das categorias atingidas pela mudança, iniciaram nova greve. A Justiça determinou o retorno às atividades, mas os profissionais alegam que não foram notificados. Assim que a presidência da Alep anunciou que votaria a proposta esta semana, os servidores convocaram manifestação. O prédio da Assembleia estava cercado desde sábado por 2 mil policiais. Antes mesmo do protesto pela mudança na previdência, os professores já reivindicavam um aumento de 13,01%, conforme o piso nacional.

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CPJ destaca ação de terroristas e governos no aumento de crimes contra a imprensa

O confronto entre grupos terroristas e governos autoritários transformaram os últimos anos nos mais perigosos para a rotina dos profissionais de imprensa, é o que destaca o relatório anual “Ataques à Imprensa” divulgado pelo Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), nesta segunda-feira, dia 27, em Nova York (EUA). “Dezenas de repórteres, fotógrafos e cinegrafistas foram sequestrados, assassinados, ou permanecem sob vigília e censura em função do trabalho jornalístico”, afirma um dos trechos do documento, que reúne textos assinados por profissionais de imprensa. O estudo apresenta ainda dados sobre os riscos para o exercício da profissão em países da América Latina, como Paraguai e México, ameaçados pela atuação de narcotraficantes e contrabandistas de armas.

Os assassinatos de jornalistas de várias nacionalidades cometidos pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI), especialmente na Síria e no Iraque, contribuíram para que o ano de 2014, tenha sido um dos anos mais violentos para a profissão, com 60 mortes de jornalistas confirmadas, aponta o relatório do CPJ. Ainda sobre o ano de 2014, o estudo mostra que entre os países da América Latina, o Paraguai registrou a morte de três jornalistas em função do exercício da profissão, e que Brasil e México registraram duas mortes cada. Na última semana, o CPJ divulgou um ranking dos 10 países que mais censuraram a imprensa. A lista é liderada pela Eritreia, seguida da Coreia do Norte e da Arábia Saudita. Cuba aparece em décimo lugar.

A jornalista Christiane Amanpour, do canal de TV CNN, que participou da apresentação do relatório da CPJ, ressaltou o crescimento dos casos de agressão e a falta de segurança para o exercício da produção em todo o mundo. “Atualmente, desde a segurança cibernética até a segurança física, há mais complexidade nos desafios enfrentados pelos jornalistas em regiões mais instáveis, como Oriente Médio, África e América Latina, e mesmo em países tradicionalmente mais estáveis localizados na Europa, Ásia e América do Norte”. Para Amanpour a busca pela informação vem se transformando, ao longo dos anos, em uma rotina ameaçadora e insegura. “A maior ameaça não parte apenas de um ou dois indivíduos, nem está confinada a um determinado país ou a determinado período. Uma batalha pela informação está em curso no mundo inteiro evoluindo de modo extremamente perigoso. A única constante é que nós jornalistas sempre estamos na frente de batalha”.

De acordo com o diretor executivo do CPJ, Joel Simon, os jornalistas estão presos em uma dinâmica de terror. “Nossos colegas sofrem ameaças de personagens não estatais e enfrentam restrições ao cumprimento de seus direitos civis e à liberdade de imprensa, até mesmo por parte dos governos reconhecidos internacionalmente”.

Mais violência contra a imprensa

Enquanto o relatório do CPJ era divulgado, nesta segunda (27), seis jornalistas foram espancados por manifestantes em Baltimore, nos Estados Unidos, durante a cobertura dos protestos pela morte de Freddie Gray, de 25 anos, que faleceu no domingo (26/4) após sofrer várias lesões, entre elas três fraturas no pescoço, ao ser detido. De acordo com o Daily Mail, durante o confronto, que foi marcado pelo confronto entre manifestantes e policiais, seis jornalistas ficaram feridos. Segundo os próprios profissionais, todas as agressões vieram dos populares. Essa foi a segunda manifestação pela morte de Freddie Gray. No último domingo (26/04), o repórter fotográfico do City Paper Baltimore, JM Giordano, foi espancado por policiais ao registrar imagens do protesto.

O cinegrafista Oliver Janney, da CNN, disse à agência Poynter que foi atacado enquanto filmava o protesto. “Eu tenho o nariz quebrado e três pontos no meu lábio superior esquerdo. Também tive meu celular roubado”. A repórter do jornal Baltimore Sun, Carrie Wells, afirmou, via Twitter, que foi atacada quando tentava tirar fotos do confronto. Ele ainda contou que teve que salvar, sem ajuda da polícia, seu companheiro de redação, Luckily Assaf, que estava sendo agredido por manifestantes. “Eu corri em volta de onde meu colega [Assaf] que estava sendo espancado e gritei para que a polícia ajudasse. Mas, ela realmente não ajuda”. Em seguida, Assaf foi encaminhado ao hospital com uma contusão no rosto.

Os jornalistas do Daily Caller, Connor Wolf e Casey Harper, foram agredidos e afirmaram que encontraram “bandidos violentos dispostos a ir atrás de qualquer um”. Wolf teve seu nariz quebrado por um soco e Harper recebeu socos no rosto e teve uma concussão. O repórter Justin Fenton, também do Baltimore Sun, afirmou também ter sido atacado, mas conseguiu ser salvo por um membro da gangue americana Bloods. Além dos jornalistas, outros quinze policiais ficaram feridos, dois em estado grave.

*Informações do Portal IMPRENSA, Agence France-Presse e da Associação Brasileira de Imprensa

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OAB-BA instala Comissão de Combate à Corrupção

A Seção Bahia da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-BA), na noite desta terça-feira (28), recebeu em seu auditório cidadãos indicados por entidades que integram a sociedade civil organizada e advogados para a solenidade de instalação da Comissão de Combate à Corrupção da OAB da Bahia. O órgão colegiado, que pretende tratar de forma multidisciplinar um dos temas mais importantes da pauta nacional, é presidido pelo conselheiro Domingos Arjones e integrada pelos conselheiros Ana Patrícia Dantas Leão, Waldir Santos, Cyntia Possidio, Daniela Borges, Gustavo Moris, Orman Ribeiro Filho e Rodrigo Magalhães Fonseca. Na ocasião, a Associação Bahiana de Imprensa (ABI) foi representada pelo diretor Aloísio da Franca Rocha Filho, que integrou a mesa de instalação conduzida pelo presidente da OAB-BA, Luiz Viana Queiroz. Participaram também da reunião representantes de entidades como a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Advocacia-Geral da União (AGU), Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) e Federação do Comércio do Estado da Bahia (Fercomércio).

O presidente da OAB-BA, Luiz Viana Queiroz, destacou que a Comissão não pretende substituir o papel dos órgãos estatais responsáveis pelo combate à corrupção, mas vai atuar como mais uma estrutura de participação da sociedade para conter esse mal que traz tantos prejuízos aos cofres públicos. “A adoção de políticas de combate à corrupção é condição básica para que o país possa trilhar o caminho de uma verdadeira democracia. Nós estamos vivendo um momento particular no Brasil porque a população está cansada desse estado de coisas. As decisões políticas não podem estar dissociadas do contexto ético. Eu sou um homem esperançoso”, afirmou.

O evento aberto ao público contou com palestra da ouvidora geral do Conselho Regional de Contabilidade do Estado da Bahia (CRC-BA), Iara Dórea Vaz, que é também vice-presidente para Assuntos de Tecnologia de Gestão do Observatório Social do Brasil (OSB). A instituição não governamental e sem fins lucrativos dissemina uma metodologia padronizada para a criação e atuação de uma rede de organizações democráticas e apartidárias do terceiro setor. Segundo Iara Dórea, a entidade atua no monitoramento das compras públicas em nível municipal, desde a publicação do edital de licitação até o acompanhamento da entrega do produto ou serviço, de modo a agir preventivamente no controle social dos gastos públicos, além de realizar ações de educação fiscal.

De acordo com Iara Dórea, o OS está presente no município baiano de Santo Antônio de Jesus há quatro anos, sendo que as ações de controle já resultaram em uma economia de mais de meio milhão de reais. No estado do Paraná, onde surgiu a ideia em 2006, também há casos de redução dos gastos públicos. Já são 96 observatórios sociais em 18 estados brasileiros e a previsão é que até dezembro deste ano seja instalado um OS em Salvador. A contabilista explica, porém, que as pressões para impedir a abertura nas capitais são muito grandes.

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Estado Islâmico lança emissora de TV

A facção terrorista Estado Islâmico (EI) mantém o mundo em suspense há meses. O grupo faz um jogo de ostentação e provocação, negocia trocas de prisioneiros como se já fosse mesmo um Estado reconhecido e legítimo. Fotos e vídeos de seus reféns assassinados das formas mais brutais circulam pelas redes sociais. Para além da guerra, o EI entrou em uma ofensiva de propaganda midiática. Agora, organização começa a operar o “Califado Islâmico”, seu próprio canal de televisão na cidade de Mossul, no norte do Iraque. De acordo com a agência Deutsche Welle, o canal transmite sermões e ações militares da organização islâmica. Em entrevista à agencia DPA, moradores da região disseram nesta segunda-feira (27/03) que os extremistas utilizam alto-falantes para divulgar a emissora. Além do “Califado Islâmico”, o EI também tem uma emissora de rádio, uma revista e, na internet, dissemina informações em árabe, curdo, inglês e francês.

Através de sua estratégia de mídia e relações públicas, o EI já venceu batalhas sem precisar sequer entrar em combate. No Ocidente, muitos veículos de comunicação subestimaram o trabalho de propaganda dos terroristas, mas eles estão bem equipados. Suas ações podem parecer distantes, mas suas técnicas de propaganda levam o conflito a todo o mundo, incluindo ações de marketing como parte de uma estratégia de comunicação, que superou inclusive sua capacidade de manobra militar.

Com isso, o autoproclamado “Estado Islâmico” não visa conquistar a opinião pública: os terroristas querem demonstrar poder, intimidar, sobretudo as forças de segurança iraquianas e todos aqueles que sequer considerem entrar na luta contra o “Estado Islâmico”. As mortes do Charlie Hebdo, as decapitações em território ocupado, tudo isso tem por objetivo final a exposição, o espetáculo. Apesar de o EI pouco ter a ver com o islã, as imagens brutais divulgadas pelo grupo contribuem para o aumento da islamofobia.

Enquanto isso…

A entrega de um prêmio ao ‘Charlie Hebdo’ causa polêmica entre escritores nos EUA. Seis membros do PEN American Center, responsável pelo PEN de literatura, não comparecerão à cerimônia por não estarem de acordo com a decisão de dar o prêmio de liberdade de expressão para a revista satírica Charlie Hebdo, vítima de um atentado em Paris que matou vários membros de sua equipe. Os escritores Peter Carey, Michael Ondaatje, Francine Prose, Teju Cole, Rachel Kushner e Taiye Selas cancelaram a participação no evento marcado para o dia 5 de maio, em Nova York, por considerarem que,  independentemente da tragédia causada por um grupo islâmico radical, a revista representa “intolerância cultural” e “uma espécie de visão secular obrigatória”, nas palavras de Kushner ao The New York Times.

Antes que decidissem pelo prêmio, Teju Cole participou do debate que discutiu se a publicação deveria ser considerada “mártir da liberdade de expressão” e escreveu, para a The New Yorker, um ensaio em que recordava que Charlie Hebdo havia se destacado nos últimos anos “por lançar provocações especificamente racistas e islamofóbicas”. A organização, ao anunciar o prêmio, disse que “por ter pago o preço definitivo por seu exercício de liberdade de expressão e ter militado em meio a sua devastadora perda, Charlie merece ser reconhecido por sua valentia diante de um dos atentados mais nocivos contra a expressão na memória recente”.

*Informações da Deutsche Welle e do Portal IMPRENSA.

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