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Posse da nova diretoria do Sinjorba acontecerá no auditório da ABI

Unir a categoria em torno do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia e da Fenaj – Federação Nacional dos Jornalistas. Esse é o grande desafio da nova diretoria do Sinjorba, que foi eleita dias 27 e 28 de julho passado, em pleito realizado de maneira online. Essa tarefa começa com a posse neste sábado (03), 9h, em solenidade na sede da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), na Praça da Sé, em Salvador. A entidade divulgou em seus canais oficiais convite a todos os jornalistas.

Para o presidente reeleito da entidade, Moacy Neves, os jornalistas estão diante de uma encruzilhada. Segundo ele, a categoria tem dois caminhos, ou manter-se como está, sem reagir e assistir a um processo acelerado de precarização da profissão, ou se unir para tentar mudar a situação. “A única opção que pode ajudar a reconquistar a autoestima e a dignidade profissional é o fortalecimento de nossas entidades sindicais, para que tenhamos condições de lutar e conquistar avanços”, opina.

Os desafios são muitos, mas o Sindicato acredita que há ânimo na categoria para a retomada das lutas. Moacy cita exemplos, locais e nacionais, de como a mobilização dos jornalistas pode ser efetiva e levar a vitórias.

Na Bahia ele cita as lutas travadas pelos jornalistas de A TARDE, que paralisaram atividades em quatro oportunidades, entre fevereiro/2021 e março/2022, conquistando a volta do pagamento em dia dos salários – situação normalizada em maio passado -, após seis anos. Outro resultado da atuação firme do Sinjorba foi a vacinação prioritária dos profissionais de imprensa com mais de 40 anos, em maio/2021.

Em âmbito nacional, o presidente do Sinjorba lembra da vitória contra o governo Bolsonaro, em dois momentos. Primeiro em 2019/2020, quando uma Medida Provisória (905/2019) trazia a proposta de acabar com o registro profissional da categoria. E depois, em 2021, quando outra MP (1045/2021) tentou extinguir a jornada de cinco horas diárias.

Moacy destaca, ainda, mais recentemente, a resistência em assinar um acordo salarial rebaixado, que vem sento mantida pelos jornalistas do Grupo Globo no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, apesar da pressão patronal de um dos mais fortes grupos de comunicação do país.

A posse da nova diretoria se dá em um momento de efervescência política no país, com as eleições de outubro. Sinjorba e Fenaj têm expectativa que em 2023 se tenha um cenário no governo federal e no Congresso mais favorável, para pautarem temas que possam frear a precarização do trabalho jornalístico. “Há pautas que queremos debater como o piso salarial, a nova regulamentação profissional e mais rigor na concessão de registro profissional”, lembra Moacy.

Serviço:

Posse nova diretoria do Sinjorba
Data: 3 de setembro
Hora: 9h
Local: Auditório da ABI – Edifício Ranulfo Oliveira (Rua Guedes de Brito, 1 – Praça da Sé – Centro Histórico de Salvador)

COMO CHEGAR?

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Evento reflete sobre astronomia e o papel do jornalismo na divulgação científica

“Eu lembro muito de minha avó, que apontava as constelações que ela conhecia. Ela não tinha estudo nenhum, mas me mostrava as ‘Três Marias’ e hoje eu sei que é o Cinturão de Orion”, recorda Alessandro Oliveira. O analista de sistemas e astrônomo amador esteve na plateia da palestra ministrada, nesta quinta-feira (25), pelo educador Fernando Munaretto. O encontro intitulado “Astronomia no 3º Milênio” reuniu, no auditório da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), profissionais de diversos campos do conhecimento.

O público foi recebido pelo 1º vice-presidente da ABI, Luis Guilherme Pontes Tavares, e pela diretora Amália Casal. Não faltou espaço para discussões sobre as novas descobertas da área, as interfaces com a filosofia, estudos antropológicos, ciências naturais e impactos no meio ambiente, além de refletir acerca do papel do jornalismo na divulgação científica.

Segundo Alessandro Oliveira, o evento foi também uma oportunidade para abrir o diálogo entre estudiosos do tema e a mídia, em nível local. “Essa palestra é uma conversa direta com pessoas que estudam o tema e um link com a imprensa. A gente percebe que, quando tem uma matéria relacionada à astronomia, os jornalistas têm dificuldade de encontrar fontes”, afirmou.

Nascido em um povoado chamado Km 100, distrito de Brejões (BA), ele se acostumou a observar a beleza do céu do interior, onde a pouca iluminação artificial deixa ver o espétaculo das estrelas a olho nu, do quintal de sua casa. Foi num evento na Universidade Federal da Bahia que ele decidiu estudar o tema e hoje faz parte da Associação de Astrônomos Amadores da Bahia (AAAB), instituição presidida por Fernando Munaretto.

Além de estar à frente da AAAB, Munaretto é editor do blog O Guardador de Estrelas. Há mais de duas décadas, ele se dedica aos estudos astronômicos e ao montanhismo. O paranaense conta que se encantou pela área ao se deparar com o céu da Chapada Diamantina, em 1996, tendo adotado a Bahia. Passou, então, a fazer palestras e organizar eventos ao ar livre, que se transformaram em verdadeiras aulas. Hoje, ele segue com projetos em diversas escolas e instituições de ensino da capital e do interior baiano e do Nordeste.

Supertelescópio

A palestra abordou as principais diferenças entre o telescpópio espacial Hubble, que desde 1990 tem contribuído para importantes estudos sobre o universo, e o supertelescópio James Webb, lançado em julho deste ano, a partir da Guiana Francesa. Foram mostradas algumas imagens feitas pelo Webb e os participantes tiveram a oportunidade de discutir o potencial do instrumento ótico. De acordo com Munaretto, para além das descobertas que serão possíveis, a própria invenção do equipamento já traz avanços tecnológicos supreendentes.

Para quem se interessa pelo tema, Munaretto adverte que não faz sentido comprar equipamentos e não saber manusear. “São caros. Os de preço mais baixos não atendem”, pontua. Ele recomenda que se comece a caminhada procurando grupos de estudiosos.

A AAAB está nas redes sociais como @astronomosba e realiza todos os meses reuniões online e abertas ao público. Quem tiver interesse em ser membro/a da entidade, precisa preencher um formulário. Além de promover atividades acadêmicas e a divulgação da astronomia, a AAAB realiza projetos. “Estamos trabalhando para que, em breve, Salvador tenha um planetário, como Feira de Santana”, adianta o educador.

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Ato no Largo do Tanque destaca legado de Luiz Gama

A chuva que ensaiou permanecer sobre o Largo do Tanque na manhã desta quarta-feira, 24 de agosto, não impediu a representativa homenagem a Luiz Gama, na praça que leva o seu nome. Com a presença de jornalistas, advogados, professores e pesquisadores, o ato convocado pela Associação Bahiana de Imprensa (ABI), em homenagem aos 140 anos da morte de Gama, reverenciou a memória e o legado do poeta, jornalista, advogado, educador e Patrono da Abolição da Escravidão no Brasil.

O baiano Luiz Gonzaga Pinto da Gama (1830-1882) era filho de mulher negra, Luiza Mahin, e de um fidalgo português. Nascido livre, na Rua do Bângala, na Mouraria, foi vendido como escravo pelo pai quando tinha 10 anos de idade e traficado para São Paulo. Se alfabetizou somente na adolescência, mas aos 29 anos já era apreciado autor literário. Suas principais contribuições se deram no campo da literatura, educação, política, imprensa e do direito.

Gama entendia a mídia como espaço de poder e usava artigos jornalísticos para projetar suas ideias de emancipação. Ele lutou pela libertação de mais de 500 negros mantidos em regime de escravidão. Faleceu em São Paulo, na data de 24 de agosto de 1882, notabilizado pela defesa da liberdade.

Em 2015, a Ordem dos Advogados do Brasil concedeu a Gama o título de advogado, em reconhecimento à sua atuação no campo jurídico. “Ele foi um advogado como poucos, criou jurisprudência, libertou pessoas escravizadas usando a lei”, destacou o advogado Antonio Luiz Calmon Teixeira, sócio honorário da ABI e agraciado em 2014 com a Medalha Luiz Gama, pelo Instituto dos Advogados Brasileiros. Calmon Teixeira evocou a sabedoria popular para falar de Gama. “As pessoas não morrem na medida em que são lembradas. No caso de Gama, não é exagero dizer que ele está fadado à eternidade. Ele continua vivo, comentado, homenageado”, celebrou.

O professor, historiador e advogado Jair Cardoso dos Santos é autor do livro “Entre as leis e as letras: Escrevivências identitárias negras de Luiz Gama” (1ª ed., 2017, Quarteto Editora). Ele ressaltou a trajetória de Gama na desconstrução de discursos. “Sua biografia é de tirar o fôlego. Ele foi um gigante da história do Brasil e jamais poderá distanciar-se da memória do povo brasileiro, diante da grandeza de seus feitos. Temos nele muitas representações. Nossa literatura tem nele um marco. É a iniciação do eu-lírico negro. Ele ressignifica a estética negra em seus poemas. É o negro, pela primeira vez, falando dele mesmo e do seu povo”, analisou o escritor. “A ausência dele traz a exigência de estarmos sempre lembrando do seu legado, para que as gerações mais novas nunca esqueçam desse ideal de igualdade, de liberdade, incorporado na figura de Luiz Gama”, concluiu.

A professora e geógrafa Regina Célia Rocha, presidente da Sociedade Protetora dos Desvalidos (SPD), posiciona Luiz Gama como um dos intelectuais e construtores do pensamento nacional. “Um grande homem, que lutou pelas causas sociais e merece todas as homenagens. Ele deixa um legado muito importante para a população negra, principalmente para os mais jovens”.

Clarindo Silva, agitador cultural, jornalista e empresário do Centro Histórico de Salvador, ficou surpreso ao constatar que, nas proximidades da Praça Luiz Gama, as pessoas desconheciam a figura que empresta o nome ao local. “Falta uma política de educação. Se nossos políticos seguissem Paulo Freire, Anísio Teixeira e Darcy Ribeiro, o nosso país não estaria desse jeito. Ninguém aqui sabe quem foi Luiz Gama”, criticou o jornalista.

A guia turística Creusa Carqueija, neta e afilhada de Cosme de Farias, traçou um paralelo entre as vivências e atuações de seu avô e Luiz Gama. “A disponibilidade, a inteligência e a humildade dessas duas grandes figuras são icônicas. “Luiz Gama é o pai da advocacia gratuita no Brasil, Cosme de Farias criou a campanha contra o analfabetismo. Temos uma grande dívida com esses homens. A escola deveria ensinar quem são eles, porque é necessário que a juventude saiba”, defendeu. Ela aproveitou para convidar a sociedade a se mobilizar pela celebração, em 2025, dos 150 anos de Cosme de Farias, uma das mais potentes vozes da luta pela justiça social no país.

O jornalista e pesquisador Luis Guilherme Pontes Tavares, 1º vice-presidente da ABI, recitou, ao pé do busto do jurista baiano, o trecho da crônica de seu funeral, escrita por Raul Pompéia. Emocionado, Tavares depositou flores no busto de Gama e fez questão de lembrar que a ABI tem homenageado o abolicionista desde o início da década de 2010, quando se associou à iniciativa do Coletivo Libertai, liderado pelo agitador cultural Márcio Luis, de celebrar as datas de 21 de junho (dia do nascimento 1830) e 24 de agosto (dia do falecimento).

Em 2020, a ABI comemorou os 190 anos do nascimento de Luiz Gama por meio de uma live com a professora doutora Ligia Fonseca Ferreira, autora do livro “Lições de resistência” (Edições SESC São Paulo, 2020). “Faço eco a estudiosos do personagem, como a professora Ligia Fonseca Ferreira, Roberto Oliveira, Elciene Azevedo e Jair Cardoso, que está aqui conosco hoje. Tivemos a oportunidade de ouvir aqui depoimentos que dão conta de que Gama não morreu. Gama está vivo”, afirmou Luis Guilherme.

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Palestra na ABI aborda novidades da astronomia

O universo em detalhes, berços de estrelas, em cores e formas nunca vistas. As imagens feitas pelo supertelescópio espacial James Webb têm deixado o mundo fascinado. Potencializador de pesquisas, o instrumento ótico não para de render memes na internet e motivar pautas. Jornalistas que cobrem ciência vão ter, nesta quinta-feira, 25 de agosto, uma oportunidade para debater essas novidades do campo astronômico e entender os impactos das descobertas recentes. A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) vai promover em seu auditório, a partir das 19h, a palestra “Astronomia no 3º Milênio”, ministrada por Fernando Munaretto, presidente da Associação de Astrônomos Amadores da Bahia (AAAB) e editor do blog O Guardador de Estrelas. O evento é gratuito e aberto a quem se interessar pela temática.

“Faremos uma introdução à astronomia, passando em revista a construção do conhecimento astronômico até aqui, os atuais modelos para as grandes estruturas do universo observável e as perspectivas para o futuro próximo da astronomia e astronáutica”, adianta o educador. Munaretto pretende aproveitar a bela vista proporcionada pelo Edifício Ranulfo Oliveira, no Centro Histórico da capital baiana. “Se o bom tempo permitir, faremos uma observação a simples vista na varanda, identificando os principais astros visíveis”.

Vista do 8º andar do edifício-sede da ABI | Foto: Paula Fróes

Fernando Munaretto é paranaense, radicado na Bahia desde janeiro de 1996. É astrônomo amador e montanhista; amante de história, literatura e geografia. Trabalha com educação e divulgação da astronomia, ministrando palestras e observações do céu ao ar livre na Chapada Diamantina, no Planetário do Museu Parque do Saber, em Feira de Santana, e com diversas escolas e instituições de ensino da capital e do interior da Bahia e do Nordeste. É conferencista e tem contribuído com a reflexão sobre a relação entre astronomia, meio ambiente e água e seus desdobramentos na construção de um olhar sobre as estratégias de desenvolvimento econômico que sejam adequadas à manutenção das funções ecológicas planetárias.

“Para nós, jornalistas, é uma atividade importante, especialmente por conhecer uma fonte qualificada e ter a oportunidade de debater assuntos que estão na pauta jornalística”, destaca o jornalista Ernesto Marques, presidente da ABI. De acordo com Marques, o jornalismo científico é cada vez mais precioso, principalmente para fazer a ligação entre o conhecimento e a sociedade. “Não podemos ser reféns de desinformação e teorias conspiratórias, como a hipótese de planicidade da Terra ou o negacionismo sobre vacinas. Quanto a gente mergulhar no universo da ciência, mais qualificado é o nosso trabalho. Sem falar que é um tema apaixonante”, afirma.

SERVIÇO

Palestra Astronomia no 3º Milênio – com Fernando Munaretto
Dia 25 de agosto
19h
Local: Auditório da ABI (Edifício Ranulfo Oliveira, Rua Guedes de Brito, 1 – Praça da Sé)
Evento gratuito e aberto ao público

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