A violência em Salvador é notícia que rompe fronteiras. Agora foi a vez do renomado jornal New York Times abrir suas páginas para uma reportagem dedicada à violência que se alastra pela capital Salvador, irrompe o medo nos seus moradores apesar dos esforços de órgãos de segurança do governo que não conseguem inibir a criminalidade.
Embora ressaltando o crescimento econômico e riqueza cultural, da “maior cidade da região Nordeste do Brasil”, o jornal New York Times, considerado o mais influente do mundo, descreveu Salvador como a capital dos assassinatos no país, um lugar com trânsito caótico e áreas degradadas com prédios abandonados, que podem ser melhor descritos como ruínas.
Na matéria publicada na edição de domingo (10/11) o jornal cita que Salvador superou São Paulo em homicídios, embora a capital paulista seja quatro vezes maior.
A reportagem menciona casos recentes, de um corpo decapitado encontrado na Estrada do Aeroporto, um linchamento no Bairro da Paz de um suspeito de estupro e os irmãos mortos no acidente provocado pela oftalmologista em Ondina.
A criminalidade, ressalta ainda o jornal americano, provoca prejuízos ao turismo. O Pelourinho é apontado como um local onde é fácil ver adolescentes usando crack à luz do dia.
Na questão do tráfego e da mobilidade, não poderia deixar de ser citado o metrô, que suga dinheiro há mais de 16 anos e é prometido agora para depois da Copa do Mundo, ao custo de mais 600 milhões de dólares.
Recentemente no bairro Nordeste de Amaralina, um dos mais violentos da cidade, o repórter Simon Romero e o fotógrafo Maurício Lima foram abordados por um garoto com uma pistola automática, que quis saber o que eles faziam ali. O mesmo menino acabou contando que teve um irmão morto pela polícia, que roubou seus documentos e dinheiro e “plantou” uma arma com a vítima, forjando uma versão de confronto com os policiais.
A matéria termina citando o caso do menino Joel, morador da região, que fez propaganda do turismo baiano para o governo estadual e acabou morto dentro de casa, aos 10 anos, em 2010, durante uma operação policial. A reportagem é complementada com um slide show mostrando belezas e tragédias da primeira capital do Brasil.
Fonte: Tribuna da Bahia/Associação Bahiana de Imprensa