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“Temas Diversos” discute remuneração de conteúdos jornalísticos pelas big techs

A última reunião da Diretoria da Associação Bahiana de Imprensa (ABI) em 2020 traz um importante debate sobre como as grandes empresas de tecnologia, as chamadas “big techs” – como Google e Facebook –, impactam na salubridade do trabalho de jornalistas na rede. Além do compartilhamento de dados pessoais de consumidores e as invasivas mailing lists de notório valor financeiro, essas empresas utilizam conteúdo jornalístico sem remunerar os profissionais. O assunto será abordado pelo jornalista especializado em tecnologia Luiz Queiroz, em mais uma edição do ciclo Temas Diversos, realizado pela ABI a cada reunião mensal da instituição. O público poderá acompanhar através deste link do Zoom (clique aqui), nesta quarta-feira (09/12), a partir das 11h30.

A remuneração do conteúdo jornalístico e outras pautas relacionadas à valorização do jornalismo e da publicidade estão entre as propostas feitas pela coalizão “Liberdade com Responsabilidade”, formada por 27 entidades ligadas à comunicação social no Brasil. O documento (ver aqui) endereçado em agosto à Câmara dos Deputados reúne sugestões de mudanças no texto do Projeto de Lei 2.630, conhecido como PL das Fake News.

O PL 2.630 foi aprovado no Senado em uma votação polêmica, dada a urgência com que aquela Casa tratou o tema, e agora tramita na Câmara dos Deputados. Até houve uma tentativa de inserir essa reivindicação no texto, mas a pressão das “big techs” conseguiu evitar a aprovação pelos senadores. De acordo com Luiz Queiroz, a pauta estagnou por causa das eleições municipais e agora a discussão deve ser retomada. “Essa discussão entre os jornalistas no Brasil até agora não decolou. Mesmo após o lançamento da campanha das empresas, o tema continua fora dos debates na categoria”, afirma.

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Luiz Queiroz

“Todo o conteúdo produzido por jornalistas profissionais e das empresas em geral na Internet, e que vem sendo usado pelas plataformas digitais (Google, Facebook, Twitter, Youtube, Linkedin, Instagram, por exemplo), não remuneram os jornalistas e suas notícias, quando são usadas para fins comerciais (propagandas que são embutidas nesses conteúdos)”, destaca o jornalista. Queiroz é jornalista há 38 anos, sendo 25 dedicados à cobertura da área de tecnologia em Brasília, através do Blog <www.capitaldigital.com.br>. Em 2013, ele esteve na ABI para discutir o Marco Civil da Internet e as limitações no conteúdo, em um evento com a participação do jornalista Bob Fernandes (confira aqui).

Combate à desinformação

Com base nos poucos dados fornecidos por essas gigantes da tecnologia, especialistas do setor publicitário estimam que as receitas alcançam R$ 13 bilhões. De acordo com a coalizão, uma pequena parte disso seria canalizado por elas para a “monetização” de algumas páginas de influenciadores digitais na Internet, notadamente nas redes sociais, ou para as empresas de conteúdo jornalístico. Para o grupo, o combate à desinformação na Internet precisa ser feito com conteúdo jornalístico.

No que diz respeito à distribuição de conteúdo jornalístico profissional brasileiro, a coalizão defende que todo material utilizado pelos provedores de aplicação de internet seja remunerado às empresas e aos profissionais, se por eles autorizado, ressalvados o compartilhamento de links diretamente pelos usuários. “A remuneração dos conteúdos jornalísticos se justifica não apenas pelo uso e monetização dos conteúdos sem a devida contrapartida, mas pela relevância desta atividade para o combate à desinformação e para a democracia”, destaca a rede. As instituições assinalam ainda a necessidade de obrigação de transparência na distinção de conteúdo noticioso, de conteúdo impulsionado e de publicidade, inclusive político-partidária.

Serviço

Temas Diversos com Luiz Queiroz – “Remuneração de conteúdos jornalísticos na rede”

Data: 09/12, às 11h30

Link para acesso ao evento pelo Zoom: https://us02web.zoom.us/j/83207848272

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