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Entidades unidas para salvar o Palácio Arquiepiscopal de Salvador

Para dar continuidade ao ciclo de debates “Três novos endereços de Cultura”, a Associação Bahiana de Imprensa (ABI) e o Instituto Geográfico de Histórico da Bahia (IGHB) realizaram, na tarde desta quinta-feira (29), mais uma discussão sobre o Palácio Arquiepiscopal de Salvador, situado na Praça da Sé. O evento abordou a situação de abandono do imóvel construído no Século XVIII e teve a participação do arcebispo da capital e primaz do Brasil, Dom Murilo Ramos Krieger, que relatou sobre o andamento do projeto de restauração do prédio tombado pelo Iphan em 1938. Entidades devem constituir uma mesa de convergência para apoiar a Arquidiocese. Além disso, será realizado um abraço simbólico ao redor do Paço, ainda sem data definida, para mobilizar a sociedade.

Foto: Sara Gomes/Pascom
Foto: Sara Gomes/Pascom

Fechado há mais de uma década, o palácio compõe o cenário de descaso com o patrimônio encontrado no Centro Histórico de Salvador e, por isso, é alvo de duras críticas. Seu abandono vem sendo denunciado há anos, com o intuito de despertar o interesse da população para conhecer sua história e incentivar a manutenção e preservação do acervo. No dia 22 de abril, uma mesa redonda realizada no IGHB, com a participação do professor e arquiteto Francisco Senna, debateu a história do monumento, cuja notável beleza arquitetônica já não consegue disfarçar o avançado estado de arruinamento. Na ocasião, a Associação Comercial da Bahia (ACB) entregou um relatório cuja recomendação de constituir uma mesa de convergência sobre o palácio foi acolhida no debate de ontem.

Na mesa presidida pelo ex-governador do Estado da Bahia, Roberto Santos, o presidente da ABI, Antonio Walter Pinheiro, destacou a importância do palácio que completará 300 anos em 2015. “Do último andar da ABI, é possível ver o casario, compondo o cenário da recém reformada Praça da Sé. É notável o estado de degradação do Palácio Arquiepiscopal. Nós sabemos o que ele significa e o quanto é imprescindível lutarmos por sua preservação. Para isso, precisamos de parceiros, pois a Arquidiocese sozinha não pode recuperá-lo”.

De acordo com Dom Murilo Krieger, o projeto de restauração em curso já atingiu todas as etapas e aguarda apenas a liberação dos recursos financeiros para iniciar as obras. “Começo a ver uma luz no fim do túnel. Estamos fazendo esforços para tê-lo reformado já ao final do próximo ano. Todas as fases do projeto já foram concluídas. Agora, os parceiros precisam depositar o dinheiro e acredito que eles farão isso em breve”, explicou o arcebispo.

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Fachada - Palácio Arquiepiscopal - Foto: Joseanne Guedes/ABI-BahiaFachada - Palácio Arquiepiscopal - Foto: Joseanne Guedes/ABI-Bahia

Foto: Joseanne Guedes
Foto: Joseanne Guedes/ABI

O projeto para reforma do Palácio Arquiepiscopal contempla salas para reuniões, um escritório para o arcebispo, sala para restauração de documentos da Arquidiocese, já que a Igreja em Salvador tem o maior acervo de documentos da América Latina, além de um memorial sobre a Igreja no Brasil e um espaço para restauração de imagens.

Para o diretor de Patrimônio da ABI, Aloísio Franca Rocha, é preciso construir uma política da presença para valorizar o espaço. “Depois do restauro, o palácio precisa ser ocupado, o arcebispo precisa se fazer presente, porque onde a Igreja não está, o Estado também não está”, defendeu o dirigente, em uma referência à bênção apostólica que é feita pelo papa todos os domingos ao meio-dia, quando a janela de seu apartamento se abre e ele aparece para abençoar os presentes.

Além da anfitriã professora Consuelo Pondé de Sena, presidente do IGHB, participaram do encontro o ex-governador da Bahia, Roberto Santos, diretores da ABI, representantes de entidades da sociedade civil, sócios do IGHB e representantes de pastorais.

 Fonte: ABI

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