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Abraçaço clama pela restauração do Palácio Arquiepiscopal

A Associação Bahiana de imprensa (ABI) e o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB) reuniram representantes de entidades da sociedade civil, professores e estudantes de Salvador, na manhã desta quarta-feira (13), para o “abraçaço” do Palácio Arquiepiscopal, localizado na Praça da Sé (Centro). O abraço simbólico, que integra o ciclo “Três novos endereços de Cultura”, é a terceira atividade que as duas instituições realizam este ano com o propósito de reivindicar o início da obra de restauração do Palácio, monumento da arquitetura religiosa construído na primeira metade do século XVIII e que serviu de residência do arcebispado primaz do Brasil, tendo sido tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1938.

Abraçaço_Palácio Arquiepiscopal - Foto: Joseanne Guedes/ABI
Concentração do abraçaço na fachada do Palácio Arquiepiscopal, Praça da Sé.

O debate sobre a situação da primeira sede do governo primaz da Igreja Católica, iniciado no dia 22 de abril, com a palestra do arquiteto e professor Francisco Senna, foi retomado no dia 29 de maio pelo arcebispo de São Salvador da Bahia e primaz do Brasil, dom Murilo Krieger. No último dia 29, a Arquidiocese de São Salvador da Bahia e a Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) na Bahia apresentaram o projeto de restauração do edifício para implantação do primeiro Centro de Referência da História da Igreja Católica do Brasil. De acordo com o arcebispo dom Murilo Krieger, a Igreja Católica tem o projeto pronto e está concluindo a captação de recursos para a obra. Ele anunciou que o BNDES financiará 50% e a outra metade será arcada pelo Banco Itaú e por uma terceira instituição a ser anunciada em breve.

A professora Consuelo Pondé de Sena, presidente do IGHB, continua expressando descrença, mesmo após a apresentação do projeto. Para ela, falta vontade política, além de conscientização dos baianos para efetivar o plano de restauro. “Queremos salvar o prédio que está à beira da destruição total, já que casa fechada é casa perdida. Eu acho um atentado, um crime contra o patrimônio deixar essa casa desativada. Eu não acredito nesse projeto e não tenho nenhuma expectativa. Lamentavelmente, aqui na Bahia, se faz um movimento, as coisas são estimuladas e depois cai tudo no marasmo”.

“Eu quero acreditar, mas tenho dúvidas porque o IPHAN tem o hábito de fazer tombamentos dos bens patrimoniais e não ajudar a resolver os problemas, como fez com o IGHB. Os projetos não funcionam na Bahia, a menos que se tenha um ‘padrinho’. Carlos Amorim [superintendente do IPHAN], para mim, conversa muito e fica nisso. De conversa já estou cheia, eu quero é ação”. A historiadora lembrou, ainda, a atuação do Instituto no episódio de derrubada da Sé. “Perdemos, como tantas outras instituições, mas não podemos ficar parados. Temos que bradar”, defende.

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Segundo o presidente da ABI, Walter Pinheiro, o abraçaço acontece depois de duas semanas da apresentação do projeto, com o objetivo de incentivar no início das obras. “Junto ao IGHB, estamos atuando em favor da comunidade baiana, porque é inexplicável que um imóvel com essa expressão, localizado nessa posição de ampla visibilidade, e que é tombado pelo IPHAN, se encontre dessa forma degradante. Há pouco, ouvi turistas perguntarem ‘o que é esse prédio?’ e ficarem surpresos ao saber que se trata de uma construção histórica ligada à Arquidiocese e que está fechada há mais de uma década”.

“Para nós, da ABI, é ainda mais chocante porque estamos logo aqui na frente, nos deparando diariamente com esse quadro de abandono. Várias matérias foram feitas para retratar a necessidade de recuperação. Acompanhamos, inclusive, a elaboração do projeto. Sabíamos das dificuldades do governo para investir, mas é importante salientar que esse é um imóvel que completará 300 anos em 2015. Ele merece agilização na liberação do IPHAN, no aporte dos recursos necessários para o início das obras e o objetivo da ABI é dar um empurrão nesse processo”, concluiu Pinheiro.

Estudantes tiveram a oportunidade de conhecer a história do Palácio
Estudantes tiveram a oportunidade de conhecer a história do Palácio

Para a idealizadora do abraçaço, a administradora Alba de Aguiar, que é neta do advogado Manoel Pinto de Aguiar (1910-1991), a apresentação do projeto não deve desmotivar o movimento em busca da recuperação do Palácio. “Temos conhecimento sobre o projeto de restauração, participamos da reunião e sabemos do andamento porque acompanhamos todas as discussões referentes ao prédio. Mesmo assim, não podemos deixar de chamar a atenção da sociedade para a importância de recuperá-lo. Ele é uma joia, uma preciosidade do nosso patrimônio e a gente não vai descansar até que ele esteja a salvo”.

A estudante do 7º semestre do curso de História da Unijorge, Mariana do Carmo, comemorou a presença de estudantes dos ensinos fundamental e médio na cerimônia de abraçaço. “Esse ato é importante porque reclama a preservação de um imóvel que, embora seja símbolo de poder e opressão da Igreja, deve ser preservado por sua relevância histórica. É importante que as crianças conheçam a história da cidade, por meio de sua arquitetura, que aprendam a valorizar o nosso rico patrimônio histórico, do qual cuidamos muito mal. Precisamos lutar pela preservação não apenas do Palácio, mas de todo o Centro Histórico. Uma prova disso é que o Palácio Rio Branco, onde eu estagio, que é menos preservado do que o Memorial da Câmara, por exemplo”, afirmou.

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ABI e IGHB promovem abraço simbólico no Palácio Arquiepiscopal

Em parceria com o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB), a Associação Bahiana de imprensa (ABI) promoverá no dia 13 de agosto, às 9h30, a cerimônia de “abraçaço” do Palácio Arquiepiscopal, localizado na Praça da Sé, em Salvador. O abraço simbólico, que integra o ciclo“Três novos endereços de Cultura”, é a terceira atividade que as duas instituições realizam este ano com o propósito de auxiliar o início da obra de restauração do Palácio, monumento da arquitetura religiosa do início do século XVIII, que completará 300 anos em 2015 e passa por intenso processo de arruinamento.

Após denúncias de abandono, o imóvel será restaurado para abrigar o primeiro Centro de Referência da História da Igreja Católica do Brasil - Foto: Joseanne Guedes/ABI
Após denúncias de abandono, o imóvel será restaurado para abrigar o primeiro Centro de Referência da História da Igreja Católica do Brasil – Foto: Joseanne Guedes/ABI

O debate sobre a situação da primeira sede do governo primaz da Igreja Católica, iniciado no dia 22 de abril, com a palestra do arquiteto e professor Francisco Senna, foi retomado no dia 29 de maio pelo arcebispo de São Salvador da Bahia e primaz do Brasil, dom Murilo Krieger. No último dia 29, a Arquidiocese de São Salvador da Bahia e a Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) na Bahia apresentaram o projeto de restauração do edifício para implantação do primeiro Centro de Referência da História da Igreja Católica do Brasil.

De acordo com o arcebispo dom Murilo Krieger, a Igreja Católica tem o projeto pronto e está concluindo a captação de recursos para a obra. Ele anunciou que o BNDES financiará 50% e a outra metade será arcada pelo Banco Itaú e por uma terceira instituição a ser anunciada em breve. Dom Krieger salientou que está ansioso para que a obra seja iniciada e informou que o andar superior do Palácio será ocupado por ele para os despachos e para reuniões e recepções.

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SERVIÇO

O que: Abraçaço do Palácio Arquiepiscopal de Salvador

Quando: Dia 13 de agosto, às 9h30

Onde:  Praça da Sé – Centro

Mais informações:[email protected]

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Palácio Arquiepiscopal abrigará o primeiro Centro de Referência da História da Igreja Católica do Brasil

A Arquidiocese de São Salvador da Bahia e a Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) na Bahia apresentaram ontem (29), na Casa dos Sete Candeeiros, o projeto de restauração do edifício do Palácio Arquiepiscopal de Salvador para implantação de um Centro de Referência da História da Igreja Católica do Brasil. A obra está orçada em 18 milhões de reais e será executado com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) e Banco Itaú.

“A restauração do Palácio Arquiepiscopal vira realidade e ilustra o olhar atento que uma série de pessoas têm sobre este precioso patrimônio que não é só da Bahia, mas do Brasil”, disse o arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger. Ele destacou que a deterioração do imóvel pesou na hora da escolha. “O Palácio merecia prioridade na realização das obras, porque do jeito que estava não teríamos mais condições de restaurá-lo”, completou.

Dom Murilo informou que a conclusão dos trabalhos está prevista para um prazo de 24 meses. “Será um centro de estudo que irá proporcionar as pessoas fazerem um passeio pela história da Igreja Católica no Brasil”, ressaltou. Para que o edifício retome as características originais, serão executados serviços como a reestruturação de alguns pilares localizados ao fundo do prédio, das grades e gradis, das cercaduras de pedra, da escada monumental, da porta principal em pedras, demolição da edícula situada na face oeste, ligação com a Praça da Sé, instalações elétricas, hidráulicas e drenagem, elevador para oito pessoas, climatização, ambientação dos espaços, projeto educativo, aquisição e instalação de equipamentos dos laboratórios e para a área de pesquisa.

Para o superintendente do IPHAN na Bahia, Carlos Amorim, a restauração do Palácio para implantação de um Centro de Referência da História da Igreja Católica do Brasil é um projeto grandioso, que cria um fluxo muito interessante de atividades e de produção do conhecimento, e se integra a um programa de recuperação que o Centro Histórico de Salvador começa a viver. A ordem de serviço será assinada na primeira semana de setembro, dando início a execução das obras.

Preservação da memória

O centro terá uma área total de 1950m2. O proponente do projeto cultural perante o Ministério da Cultura, o Instituto para o Desenvolvimento Humano – IDH, destacou na apresentação que o processo de restauração do palácio deverá trabalhá-lo de forma a valorizar todas as fantásticas características arquitetônicas, tratando o próprio edifício como um dos principais elementos dos momentos expositivos.

O Centro será destinado para preservação da memória com a instalação e operação de laboratórios de restauro; portal do conhecimento com espaço de estudo e pesquisa; área para exposição com espaço de mostra e de educação histórico-patrimonial; e um espaço de acolhimento e atendimento da arquidiocese.

No pavimento térreo, terá seis laboratórios de restauros, todos dotados dos equipamentos e máquinas necessário, com paredes de vidro possibilitando que a visitação perceba os trabalhos de restauros que serão executados; no primeiro pavimento serão instalados centros de documentação e um banco de dados que será lincado com os principais centros de documentação da Igreja Católica no mundo; o segundo pavimento será destinado ao atendimento da arquidiocese, com sala de reunião, auditório, sala do arcebispo, recepção, secretária, varanda.

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O objetivo do Laboratório de Preservação da Memória é dar visibilidade à importância do ensino técnico na preservação da memória e restauração documental. Há poucos técnicos especializados nesse trabalho no Brasil e que, de um modo geral, tiveram uma formação profissional empírica. O projeto irá se associar, num sistema de parceria, aos Centros de Restauração histórica espalhados pelo país, ligados ao IPHAN e a outros órgãos de preservação histórica no âmbito estadual e municipal, às universidades e escolas técnicas ou outras organizações correlatas no Brasil ou no exterior.

O laboratório servirá de modelo e funcionará como uma espécie “vitrine” para dar visibilidade ao trabalho de restauro dos profissionais. Técnicos de diversas áreas afins serão convidados a trabalhar em esquema de revezamento e in loco como numa espécie de aula técnica a ser ministrada durante o período de visitação do Centro de Referência. Painéis e vídeos trarão todas as informações necessárias a compreensão do trabalho que está sendo realizado, como também poderão fazer perguntas e se informar sobre cursos técnicos disponíveis no Brasil e no exterior.

O Portal Digital pretende ser uma fonte de informação e de pesquisa inovadora no país. Será um ambiente e veículo de comunicação permanente entre a igreja e a comunidade católica no Brasil e no mundo, com salas de pesquisas especificamente preparadas e equipadas com os mais modernos sistemas de comunicação e dados. O Centro terá também espaço para exposição de conteúdos permanente, com acervo próprio, e temporários.

Fonte: Rosilane Barbosa (Assessora de Comunicação – IPHAN-BA)

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Entidades unidas para salvar o Palácio Arquiepiscopal de Salvador

Para dar continuidade ao ciclo de debates “Três novos endereços de Cultura”, a Associação Bahiana de Imprensa (ABI) e o Instituto Geográfico de Histórico da Bahia (IGHB) realizaram, na tarde desta quinta-feira (29), mais uma discussão sobre o Palácio Arquiepiscopal de Salvador, situado na Praça da Sé. O evento abordou a situação de abandono do imóvel construído no Século XVIII e teve a participação do arcebispo da capital e primaz do Brasil, Dom Murilo Ramos Krieger, que relatou sobre o andamento do projeto de restauração do prédio tombado pelo Iphan em 1938. Entidades devem constituir uma mesa de convergência para apoiar a Arquidiocese. Além disso, será realizado um abraço simbólico ao redor do Paço, ainda sem data definida, para mobilizar a sociedade.

Foto: Sara Gomes/Pascom
Foto: Sara Gomes/Pascom

Fechado há mais de uma década, o palácio compõe o cenário de descaso com o patrimônio encontrado no Centro Histórico de Salvador e, por isso, é alvo de duras críticas. Seu abandono vem sendo denunciado há anos, com o intuito de despertar o interesse da população para conhecer sua história e incentivar a manutenção e preservação do acervo. No dia 22 de abril, uma mesa redonda realizada no IGHB, com a participação do professor e arquiteto Francisco Senna, debateu a história do monumento, cuja notável beleza arquitetônica já não consegue disfarçar o avançado estado de arruinamento. Na ocasião, a Associação Comercial da Bahia (ACB) entregou um relatório cuja recomendação de constituir uma mesa de convergência sobre o palácio foi acolhida no debate de ontem.

Na mesa presidida pelo ex-governador do Estado da Bahia, Roberto Santos, o presidente da ABI, Antonio Walter Pinheiro, destacou a importância do palácio que completará 300 anos em 2015. “Do último andar da ABI, é possível ver o casario, compondo o cenário da recém reformada Praça da Sé. É notável o estado de degradação do Palácio Arquiepiscopal. Nós sabemos o que ele significa e o quanto é imprescindível lutarmos por sua preservação. Para isso, precisamos de parceiros, pois a Arquidiocese sozinha não pode recuperá-lo”.

De acordo com Dom Murilo Krieger, o projeto de restauração em curso já atingiu todas as etapas e aguarda apenas a liberação dos recursos financeiros para iniciar as obras. “Começo a ver uma luz no fim do túnel. Estamos fazendo esforços para tê-lo reformado já ao final do próximo ano. Todas as fases do projeto já foram concluídas. Agora, os parceiros precisam depositar o dinheiro e acredito que eles farão isso em breve”, explicou o arcebispo.

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Fachada - Palácio Arquiepiscopal - Foto: Joseanne Guedes/ABI-BahiaFachada - Palácio Arquiepiscopal - Foto: Joseanne Guedes/ABI-Bahia

Foto: Joseanne Guedes
Foto: Joseanne Guedes/ABI

O projeto para reforma do Palácio Arquiepiscopal contempla salas para reuniões, um escritório para o arcebispo, sala para restauração de documentos da Arquidiocese, já que a Igreja em Salvador tem o maior acervo de documentos da América Latina, além de um memorial sobre a Igreja no Brasil e um espaço para restauração de imagens.

Para o diretor de Patrimônio da ABI, Aloísio Franca Rocha, é preciso construir uma política da presença para valorizar o espaço. “Depois do restauro, o palácio precisa ser ocupado, o arcebispo precisa se fazer presente, porque onde a Igreja não está, o Estado também não está”, defendeu o dirigente, em uma referência à bênção apostólica que é feita pelo papa todos os domingos ao meio-dia, quando a janela de seu apartamento se abre e ele aparece para abençoar os presentes.

Além da anfitriã professora Consuelo Pondé de Sena, presidente do IGHB, participaram do encontro o ex-governador da Bahia, Roberto Santos, diretores da ABI, representantes de entidades da sociedade civil, sócios do IGHB e representantes de pastorais.

 Fonte: ABI

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