O Estado Islâmico, responsável pelas recentes decapitações de jornalistas que se dedicam à cobertura de conflitos no Oriente Médio, divulgou nesta segunda-feira (9) um vídeo intitulado Por Dentro de Alepo, que é apresentado pelo refém britânico John Cantlie. Na gravação, o jornalista aparece em programa gravado em lugares controlados pelo EI na Província de Alepo, como a cidade de Al-Bab. Cantlie apareceu em uma série de vídeos semelhantes divulgados pelo grupo radical, um dos últimos gravado na cidade síria de Kobane, para mostrar o poder do EI e convocar apoio. Nos últimos meses, o grupo extremista passou a controlar grandes áreas no Iraque e na Síria, sempre usando a internet para garantir publicidade.
John Cantlie, natural do condado de Surrey (sudeste da Inglaterra), trabalhou para vários meios de comunicação britânicos, entre eles os dominicais The Sunday Telegraph e The Sunday Times e foi sequestrado em novembro de 2012. No vídeo, o jornalista freelance percorre áreas de Alepo destruídas por “aviões de (Bashar) Assad e, agora, pelos dos Estados Unidos”. Em Al-Bab, ele aparece minutos após um bombardeio em uma rua, onde o EI assegura que aviões não tripulados americanos atacaram. Cantlie também aparece em uma escola do EI, na sala de espera de um tribunal islâmico dos jihadistas, em trincheiras em Ajtarin e em um posto de informação dos extremistas.
Além disso, conversa com seguidores do EI, entre eles um que fala francês e reitera a chamada dos radicais aos muçulmanos na França e na Europa para que realizem ataques, concretamente de “lobos solitários”, e emigrem aos territórios sob o controle dos extremistas. Ao longo da gravação, transmitida pela produtora dos radicais Al-Hayat e com 12 minutos de duração, o EI, usando a voz de Cantlie, critica os bombardeios da coalizão internacional liderada pelos EUA e faz propaganda do “califado” proclamado pelos jihadistas em áreas da Síria e do Iraque sob seu controle.
Google tenta dificultar recrutamento
Agora, o Google decidiu eliminar o complemento automático “Isis” (Estado Islâmico) às pessoas – no Reino Unido e Estados Unidos – que iniciavam uma busca com a inscrição “como posso me unir”. A sugestão estava disponível até a última sexta-feira (6/2), mas foi censurada. De acordo com a BBC, a sugestão vinha em quarto lugar, atrás de “a polícia”, “aos iluminati” e “a um sindicato”. Uma hora e meia após ser alertado pela emissora pública, o Google excluiu a sigla de suas opções.
Desde agosto, o EI decapitou os reféns americanos James Foley, Steven Sotloff e Peter Kassig, assim como os britânicos David Haines e Alan Henning, e os japoneses Kenji Goto e Haruna Yukawa. Na semana passada, os jihadistas publicaram um vídeo no qual supostamente queimavam vivo o piloto jordaniano Moaz al-Kasasbeh e transmitiram um comunicado no qual afirmaram que a refém americana Kayla Müller teria morrido em Raqqa por um bombardeio da coalizão.
*Informações da EFE (via Estadão) e Portal IMPRENSA.