O relatório anual da organização suíça Press Emblem Campaign (PEC), divulgado nesta segunda-feira (15), aponta que este ano 128 jornalistas foram assassinados em 32 países durante o exercício da profissão, marca muito próxima do recorde de 2013, que registrou 129. Israel lidera o ranking, enquanto o Brasil ocupa a décima posição. Com sede em Genebra, a organização não-governamental, que atua pela proteção legal e a segurança dos jornalistas em zonas de conflito ou em missões perigosas, reivindica um instrumento internacional para combater a impunidade nos países onde os assassinatos ocorrem. Em nove anos de levantamentos, a PEC registrou 1.038 profissionais mortos. Isso representa 2,4 jornalistas assassinados por semana no mundo.
“O ano que termina foi terrível para os jornalistas. Um novo conflito mortífero para os trabalhadores dos meios de comunicação se abriu na Ucrânia, a ofensiva israelense lançada neste verão em Gaza causou várias vítimas, enquanto na Síria o terror atingiu níveis extraordinários com a decapitação de jornalistas em público”, disse à EFE o secretário-geral da PEC, Blaise Lempen.
Depois de México, Afeganistão, Honduras e Somália, o Brasil aparece na lista com quatro mortos em 2014. Ao lado da República Centro-Africana, o Brasil é o décimo mais perigoso do ano. Neste ano, perderam a vida trabalhando os profissionais Santiago Andrade, da TV Bandeirantes, Pedro Palma, José Lacerda da Silva, da TV Cabo Mossoró, e Geolino Xavier, da TV N3, da Bahia. Desde 2009, porém, o Brasil acumulou 31 mortos entre os jornalistas, o que coloca o país como o sexto mais violento.
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Israel é o país com maior número de vítimas. Foram 16 jornalistas mortos durante a ofensiva militar em Gaza. A Síria ocupa o segundo lugar, com 13 profissionais assassinados, enquanto o Paquistão aparece em terceiro. Os dados revelam 12 repórteres mortos, a maior parte deles em áreas tribais próximas ao Afeganistão. A quarta posição dos países mais perigosos é ocupada pelo Iraque, onde foram abatidos 10 jornalistas, muitos deles devido à ofensiva do grupo jiadista Estado Islâmico (EI).
Fora da região, o país mais violento é a Ucrânia, com nove mortos em 2014, seguida do México (oito), Afeganistão (seis), Honduras e Somália (cinco cada). Segundo a entidade, jornalistas russos também foram assassinados. “Os problemas de acesso às zonas de conflito seguem sendo agudos. Muitos meios de comunicação se recusam a enviar jornalistas já que os riscos são muito grandes. Mas, de fato, a cobertura dos conflitos diminui na imprensa, e com isso a pressão da opinião pública para resolver e financiar a indispensável ajuda humanitária”, pondera o secretário-geral da ONG.
*Informações do Portal IMPRENSA, O Tempo e Jornal de Notícias (Portugal)