Associação Bahiana de Imprensa homenageou ontem três jornalistas baianos, coincidentemente todos com carreiras ininterruptas desde que iniciaram no então vespertino A Tarde. Jorge Calmon, Samuel Celestino e July Isensée. Jorge Calmon, o terceiro a ser homenageado, foi de fato o primeiro. Falecido e com homenagens programadas para o seu centenário em 2015, estava presente na cabeça dos dois outros homenageados como o grande inspirador e paradigma das lides jornalísticas.
Segundo o presidente da ABI, Walter Pinheiro, os objetivos da entidade foram os de prestar reconhecimentos à Bahia, a imprensa e a cultura baiana, em uma data tão importante quanto a de hoje, 5 de novembro – Dia Nacional da Cultura e também o dia do nascimento de um grande jornalista, político e advogado Rui Barbosa.
Jorge Calmon foi um dos maiores jornalistas da Bahia. Foi presidente da ABI por dois anos, afastando-se para ser chefe da Casa Civil do governo Lomanto Jr., deputado estadual duas vezes, inclusive constituinte em 1946, membro da Academia de Letras da Bahia, na qual ocupou a cadeira 23. Por coincidência, após a sua morte, foi eleito para ocupá-la o jornalista Samuel Celestino. Nas palavras de agradecimento das homenagens pelo seu filho Mario Calmon, o seu pai empreendeu uma multiplicidade de tarefas e organizações para outras entidades fora do campo jornalístico.
Para homenagear Jorge Calmon, pelo seu centenário a ser comemorado em 2015 junto com outras entidades, a ABI constituiu uma comissão, presidida pelo presidente da entidade, Walter Pinheiro, Samuel Celestino, Sérgio Matos e Nelson José de Carvalho. Os membros suplentes, Florisvaldo Mattos, Eliezer Varjão e Ernesto Marques.
Ao agradecer a homenagem da ABI de denominar o auditório localizado no 8º. Andar com seu nome, Samuel Celestino disse que se sentia honrado em receber as homenagens da entidade que presidiu por 25 anos. “É uma honra muito grande que a mim foi dada pelos meus companheiros de instituição. Daqui, dá para ver o Centro Histórico e contemplar 23 torres de igrejas antigas, além da bela vista da Baia de Todos os Santos”. No passado, o local onde hoje está o auditório já funcionou a sala do cafezinho da Assembléia Legislativa que Samuel frequentava como repórter de política. Suas palavras finais foram: “dedico também as minhas homenagens ao jornalista e amigo Jorge Calmon que eu muito ouvia e me acompanhou no jornalismo diário”.
Juliteta Isensée (July) recebeu das mãos do presidente Walter Pinheiro a Medalha Ranulfo Oliveira pelo seu reconhecido pioneirismo na crônica social. Emocionada lembrou de fatos da sua trajetória no jornal A Tarde e mais uma vez não esqueceu da figura de Jorge Calmon. “A homenagem trouxe lembranças da minha vivência em A Tarde, onde trabalhei com pessoas como Jorge Calmon, que considero o maior jornalista baiano”.
Fonte: Tribuna da Bahia/Associação Bahiana de Imprensa