Homens armados sequestraram um jornalista no estado de Veracruz, uma das regiões mais perigosas para exercer a profissão no México – anunciaram neste sábado (3) autoridades mexicanas e uma ONG pela liberdade de expressão. Moisés Sánchez estava em casa na última sexta-feira (2), no pequeno município de Medellín de Bravo, cerca de 400 km da capital mexicana, quando homens armados o tiraram “com violência” do local e levaram seu computador, sua câmera e seu celular, informou a ONG internacional Artigo 19.
Jorge Morales, integrante da Comissão para a Defesa dos jornalistas em Veracruz, ligada ao governo do estado, confirmou o sequestro do jornalista e disse que já foi solicitada a intervenção da secretaria de Segurança Pública. A família entrou com uma queixa na Procuradoria-Geral do Estado de Veracruz para investigar. Luis Angel Bravo Contreras, o Procurador da República, disse que coordena pessoalmente as buscas. “Estão instrumentadas as diligências especializados na localização de pessoas e mantemos um diálogo estreito com os familiares”, disse ele.
Sánchez é diretor e editor do jornal “La Unión”, um meio crítico de Medellín de Bravo que reporta, entre outros temas, os atos de violência do narcotráfico no município de 2.800 habitantes. No mesmo dia em que o prefeito da cidade divulgou o balanço anual, o jornal publicou uma matéria denunciando a descoberta de dois cadáveres dentro de sacos no povoado – garante a ONG Artigo 19, com sede em Londres.
O “jornalismo e ativismo” de Sánchez provocou a raiva do prefeito, já que três dias antes de seu sequestro o jornalista “ficou sabendo através de uma fonte confiável que o prefeito Omar Cruz Reyes pretendia dar um ‘cala boca’ nele”, denunciou a ONG inglesa.
O procurador Contreras acrescentou que, independentemente da atividade exercida pela vítima, o órgão utilizará todos os recursos para revelar o seu paradeiro. O México encabeça a lista dos países mais perigosos para o exercício jornalístico na América Latina, com 81 jornalistas assassinados entre janeiro de 2000 e setembro de 2014, segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF).
Agence France-Presse (AFP), com informações do jornal La Jornada.